A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (28/10) propostas voltadas à proteção da saúde feminina. Uma delas estabelece a licença menstrual remunerada, enquanto outra amplia o acesso a exames de mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

As medidas, votadas durante o mês do Outubro Rosa, ainda precisam ser analisadas pelo Senado antes de seguirem para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, assim, passarem a valer como lei.

O primeiro projeto assegura licença de três dias consecutivos por mês às mulheres que apresentarem sintomas graves no ciclo menstrual. O afastamento poderá ser concedido com apresentação de atestado médico que comprove a necessidade, sem prejuízo no salário. O texto altera a CLT para incluir a licença menstrual entre as hipóteses de ausência justificadas.

A iniciativa, de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e relatada pela deputada Professora Marcivania (PCdoB-AP), busca reconhecer a dificuldade enfrentada por muitas mulheres que sofrem com cólicas intensas e outros sintomas incapacitantes durante o ciclo menstrual. 

“Para não correr o risco de descontos no salário ou demissão, não são poucas as mulheres que comparecem ao trabalho mesmo apresentando quadros agudos de náuseas, vômitos, diarreia, fadiga, febre, dor nos seios (mastalgia) e dor de cabeça”, argumenta o projeto.

Também nesta terça-feira, a Câmara aprovou um outro projeto que obriga o governo federal a garantir, no mínimo, um mamógrafo em cada cidade com mais de 180 mil habitantes. O texto prevê que gestores do SUS nos estados adotem medidas para estruturar as unidades de atendimento, capacitar profissionais e garantir o funcionamento dos equipamentos.

Autora da proposta, a deputada federal Laura Carneiro (PSD-RJ) justificou no projeto que o câncer de mama é uma das principais causas de morte entre mulheres, mas reforçou que o diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura.