O cacique Almir Suruí afirmou ao jornal O Globo nesta quarta-feira, 16, que o governo de Jair Bolsonaro trabalha para destruir os direitos coletivos dos indígenas brasileiros, ao denunciar o projeto de lei que trata da demarcação de terras indígenas e está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJC) da Câmara dos Deputados.

O texto transfere da União para o Congresso a última decisão na demarcação das terras indígenas, com poder de rever as áreas já demarcadas e de proibir a ampliação das reservas já existentes.

“Esse projeto representa um retrocesso histórico, que vem ganhando força agora com esse governo que incentiva, em seu discurso e ações, a destruição dos direitos coletivos dos povos indígenas brasileiros”, declarou.


“O governo brasileiro não tem visão para perceber que os direitos dos povos indígenas são um grande potencial. O mundo inteiro tem falado do papel da floresta, da vida sustentável, em especial da Amazônia, mas o governo quer destruir tudo. Não tem preocupação com equilíbrio climático, ambiental e cultural. O Brasil é respeitado porque tem floresta e o protagonismo de ainda ter floresta em pé é dos povos indígenas”, criticou.

Nesta quarta-feira, centenas de indígenas de variados povos realizaram um protesto em Brasília contra a tramitação do projeto de lei. Os manifestantes foram recebidos a bomba quando chegaram em frente à sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília.