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Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil está "precisando de lideranças". A uma plateia digital de mais de 100 dos principais empresários e dirigentes do setor do varejo que participaram do evento Quando os presidentes se encontram, realizado na noite de sexta (26/3) pela Gouvêa Ecosystem, o tucano foi direto. Disse que, passada a pandemia do coronavírus, será cada vez mais necessário que o Brasil tenha uma liderança adequada para reorganizar seu rumo.
"Na emergência, vê-se mais claramente a importância da liderança. Se não houver liderança, é difícil a adaptação", disse o ex-presidente. "Estamos precisando de lideranças no Brasil. Gente que, ao fazer isso, se exponha também. Líder não é quem já sabe. É quem se expõe. Olha, o caminho que eu acho é esse. Você vem comigo? Se for, tudo bem, você vira líder. Se não, você fica sozinho. Liderar não é mandar, é ter aceitação."
Com o impacto da pandemia sobre a economia, o setor do varejo tem discutido soluções para reagir às dificuldades enfrentadas desde o ano passado. No evento, Fernando Henrique falou sobre o momento político atual e as perspectivas para a eleição de 2022.
Beto Funari, CEO da Alpargatas, questionou o ex-presidente sobre "quais os entraves estruturais vamos precisar priorizar para que o Brasil possa iniciar um novo ciclo de prosperidade socioeconômica". FHC avaliou que, por causa da pandemia, haverá aumento da desigualdade "porque vai aumentar o desemprego". "Você não resolve esse tipo de desigualdade do dia para a noite. Isso é um processo", respondeu o tucano.
"Nós vamos precisar, na sociedade que vem por aí, de mais e não menos governo. É uma afirmação complicada. Porque nós não gostamos de governo. Preferimos as liberdades individuais. Governo é uma coisa, geralmente, burocrática. Não resolve o que achamos importante resolver. Mas, bem ou mal, a sociedade, depois da pandemia, vai precisar de ação governamental. Teremos capacidade de agir? Não é garantido", continuou o ex-presidente.
Polarização
Indagado pelos empresários sobre a provável candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique não escondeu seu receio de que, depois da pandemia, a polarização se concretize, opondo o presidente Jair Bolsonaro - que busca a reeleição - ao petista. "Nessa hora de dificuldade não é hora de nós e ele. Eu não gosto dessa polarização. É provável que saiamos dessa crise polarizados. Da minha parte, faço tudo para que não ocorra isso. Porque acho que é ruim a polarização."
O vice-presidente de Relações Corporativas do Carrefour, Stephane Engelhard, perguntou, ainda sobre a polarização, sobre o novo quadro político com a volta do petista ao cenário eleitoral. "Tenho a impressão de que Lula é o candidato dos sonhos do Bolsonaro porque polariza. E, na polarização, ele ganha de novo."
Na conversa com os empresários, Fernando Henrique também comentou sobre uma possível candidatura de Lula. "Como ele demonstrou no governo menos capacidade de governar do que eu imaginava, acho que dificilmente vai ganhar de novo. Mas pode. Contra o Bolsonaro, vai polarizar de novo. Eu prefiro que não. Se polarizar, é ruim para o Brasil. Por isso, acho que precisamos fazer força para ter um caminho que nos livre dessa alternativa."
Diante desse quadro, Antonio Carlos Piponzzi, da Drogarias Raia, questionou sobre a possibilidade de surgir uma candidatura competitiva de centro, como essa "alternativa" citada pelo tucano. O ex-presidente reconheceu que esse seria o cenário ideal, mas defendeu que esse perfil de candidato não seja meramente um "meio-termo" entre os extremos representados, segundo ele, por Bolsonaro e Lula. FHC avaliou que o representante dessa corrente precisará ter posições fortes se quiser vencer.
"Centro não pode ser uma coisa anódina. Isso aí não ganha. Centro tem de ter lado. E qual lado tem de ser importante no Brasil? Tem de ser o centro progressista. Tem de ser progressista na economia. Tem de entender que o nosso sistema é esse aí que está e tem de melhorar. Precisamos de capacidade tecnológica. Temos de dar muita atenção à Educação."
Piponzzi também indagou sobre a possibilidade de haver a candidatura de algum empresário, como Luiza Trajano, da Magazine Luiza, ou do apresentador Luciano Huck. "A chance de ganhar não é grande. Agora, independentemente de ter chances de ganhar, precisa existir essa candidatura. Precisa que alguém tenha coragem. Pode ter conhecimento, experiência. Mas, se não tiver coragem, não adianta. Então, as pessoas têm de lançar-se. Estamos cansados do que já vimos. Então, que se abra um caminho. Se algum deles perguntar a minha opinião, vou falar: lancem-se."
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"Na emergência, vê-se mais claramente a importância da liderança. Se não houver liderança, é difícil a adaptação", disse o ex-presidente. "Estamos precisando de lideranças no Brasil. Gente que, ao fazer isso, se exponha também. Líder não é quem já sabe. É quem se expõe. Olha, o caminho que eu acho é esse. Você vem comigo? Se for, tudo bem, você vira líder. Se não, você fica sozinho. Liderar não é mandar, é ter aceitação."
Com o impacto da pandemia sobre a economia, o setor do varejo tem discutido soluções para reagir às dificuldades enfrentadas desde o ano passado. No evento, Fernando Henrique falou sobre o momento político atual e as perspectivas para a eleição de 2022.
Beto Funari, CEO da Alpargatas, questionou o ex-presidente sobre "quais os entraves estruturais vamos precisar priorizar para que o Brasil possa iniciar um novo ciclo de prosperidade socioeconômica". FHC avaliou que, por causa da pandemia, haverá aumento da desigualdade "porque vai aumentar o desemprego". "Você não resolve esse tipo de desigualdade do dia para a noite. Isso é um processo", respondeu o tucano.
"Nós vamos precisar, na sociedade que vem por aí, de mais e não menos governo. É uma afirmação complicada. Porque nós não gostamos de governo. Preferimos as liberdades individuais. Governo é uma coisa, geralmente, burocrática. Não resolve o que achamos importante resolver. Mas, bem ou mal, a sociedade, depois da pandemia, vai precisar de ação governamental. Teremos capacidade de agir? Não é garantido", continuou o ex-presidente.
Polarização
Indagado pelos empresários sobre a provável candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique não escondeu seu receio de que, depois da pandemia, a polarização se concretize, opondo o presidente Jair Bolsonaro - que busca a reeleição - ao petista. "Nessa hora de dificuldade não é hora de nós e ele. Eu não gosto dessa polarização. É provável que saiamos dessa crise polarizados. Da minha parte, faço tudo para que não ocorra isso. Porque acho que é ruim a polarização."
O vice-presidente de Relações Corporativas do Carrefour, Stephane Engelhard, perguntou, ainda sobre a polarização, sobre o novo quadro político com a volta do petista ao cenário eleitoral. "Tenho a impressão de que Lula é o candidato dos sonhos do Bolsonaro porque polariza. E, na polarização, ele ganha de novo."
Na conversa com os empresários, Fernando Henrique também comentou sobre uma possível candidatura de Lula. "Como ele demonstrou no governo menos capacidade de governar do que eu imaginava, acho que dificilmente vai ganhar de novo. Mas pode. Contra o Bolsonaro, vai polarizar de novo. Eu prefiro que não. Se polarizar, é ruim para o Brasil. Por isso, acho que precisamos fazer força para ter um caminho que nos livre dessa alternativa."
Diante desse quadro, Antonio Carlos Piponzzi, da Drogarias Raia, questionou sobre a possibilidade de surgir uma candidatura competitiva de centro, como essa "alternativa" citada pelo tucano. O ex-presidente reconheceu que esse seria o cenário ideal, mas defendeu que esse perfil de candidato não seja meramente um "meio-termo" entre os extremos representados, segundo ele, por Bolsonaro e Lula. FHC avaliou que o representante dessa corrente precisará ter posições fortes se quiser vencer.
"Centro não pode ser uma coisa anódina. Isso aí não ganha. Centro tem de ter lado. E qual lado tem de ser importante no Brasil? Tem de ser o centro progressista. Tem de ser progressista na economia. Tem de entender que o nosso sistema é esse aí que está e tem de melhorar. Precisamos de capacidade tecnológica. Temos de dar muita atenção à Educação."
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