Em uma rápida transmissão ao vivo pelo Facebook, o presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar nesta quinta-feira (2) que não irá criar um novo imposto para as igrejas, principalmente as evangélicas. "Não existe por parte do governo federal nenhuma hipótese de novo imposto para igrejas", disse.

O presidente fez o pronunciamento hoje direto de Santa Catarina, onde participa de um encontro de evangélicos. O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, participou do vídeo e também o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.

Na transmissão que durou menos de 15 minutos, Bolsonaro contou aos internautas que gravou hoje com o apresentador do SBT Silvio Santos e que o programa deve ir ao ar no próximo domingo.

Ele aproveitou a presença de Hang para falar sobre a medida provisória da liberdade econômica que foi editada pelo Executivo nesta semana. "O Luciano vinha trabalhando favoravelmente para que editássemos MP sobre medida provisória da liberdade econômica", disse sobre o empresário. Hang agradeceu ao presidente e disse que o País só irá crescer através do liberalismo econômico. "Vamos fazer o Brasil uma das maiores nações do mundo", disse.

Bolsonaro falou ainda sobre a criação de um colégio militar em São Paulo e se mostrou disposto a levar a iniciativa para Santa Catarina. "Só educação tira Brasil do buraco em que se encontra", disse ele. Nesta semana, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou um corte de 30% no orçamento das universidades públicas do País.

O presidente aproveitou ainda a presença de general Heleno para comentar sobre a situação da Venezuela. "Ainda consideramos a situação da Venezuela indefinida" disse Heleno. O ministro-chefe do GSI disse ainda que o governo não considera o que ocorreu no país vizinho uma derrota para ao presidente autodeclarado Juan Guaidó. 

Heleno e Bolsonaro afirmaram que as pressões internacionais podem ajudar a tirar o Nicolás Maduro do poder. "As pressões internacionais podem mostrar aos civis que ainda não entenderam a gravidade do problema", disse. Bolsonaro afirmou que há internamente uma fissura entre os militares da Venezuela e a tendência é que isso suba e chegue a alta patente.

Ele afirmou ainda que o que acontece na Venezuela influencia a economia no Brasil devido ao preço do petróleo. O presidente comentou brevemente sobre a situação da Argentina e demonstrou preocupação com uma possível volta de Cristina Kirchner.

Segundo Bolsonaro, caso Kirchner seja eleita, a Argentina vai entrar em situação semelhante à Venezuela. %u201CEspero que nossos irmãos da Argentina se conscientizem disso. Se o (Maurício) Macri não está indo bem, paciência, vai lutar pra melhorar, ou (escolham) alguém da linha dele. O que não pode é a volta da Cristina Kirchner%u201D, afirmou.

%u201CNinguém vai se envolver em questões fora do país, mas tenho preocupação de que volte o governo anterior ao do Macri. A presidente (Kirchner) era ligada a Dilma, Lula, Venezuela e Cuba. Se isso voltar, a Argentina vai entrar em situação semelhante à Venezuela.%u201D, enfatizou.

Durante a campanha presidencial, em 2018, Jair Bolsonaro dizia que, caso o então candidato do PT, Fernando Haddad, ganhasse as eleições, o Brasil também se tornaria uma Venezuela.

O presidente citou ainda brevemente a situação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e disse que, por ele, o órgão ficaria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública.