Após anunciar em transmissão ao vivo pelo Instagram uma "bomba" contra Jair Bolsonaro (PL), que teria o coagido a ajudá-lo em um golpe de estado, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou ao g1 que o plano envolvia grampear - sem autorização judicial - o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes.

"Eles me disseram: 'nós colocaríamos uma escuta em você e teria uma equipe para dar suporte. E você vai ter uma audiência com Alexandre de Moraes, e você conduz a conversa para dizer que ele está ultrapassando as linhas da Constituição. E a gente impede o Lula de assumir, e Alexandre será preso'", relatou o parlamentar.

Segundo Marcos do Val, o porta-voz do plano foi o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), mas Bolsonaro também estava na reunião e indicou concordar com a ideia. Daniel Silveira foi preso na manhã desta quinta-feira (2) em Petrópolis, no Rio de Janeiro, um dia após deixar o mandato de deputado federal. "A prisão foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em razão do descumprimento de medidas cautelares também definidas pelo tribunal – com o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de usar redes sociais", diz o g1.

O senador relata ter pedido um tempo para analisar a proposta e ter ido até o próprio ministro Alexandre de Moraes para contar o plano. Segundo Marcos do Val, Moraes ficou surpreso e considerou a proposta "um absurdo".

Após ter feito a transmissão via Instagram, Marcos do Val anunciou que renunciará a seu mandato de senador, vigente até 2026.