ATO NA PAULISTA

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu que o Congresso Nacional aprove um projeto de lei de anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e depredadas por radicais. A fala se deu na manifestação convocada por ele na avenida Paulista, neste domingo (25), em São Paulo.

No discurso, Bolsonaro também fez menção à Lei da Anistia, de 1979, que livrou tanto militares como guerrilheiros de responder por eventuais crimes cometidos durante a ditadura.

“É uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. A conciliação. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridade no Brasil. Agora nós pedimos aos 513 deputados, aos 81 senadores, um projeto de anistia para que seja feita justiça no Brasil”, disse.

O ex-presidente também fez críticas às penas dadas aos condenados pelo 8 de Janeiro. No total, 86 pessoas já tiveram a condenação decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com penas que chegam a 17 anos de prisão.

“E quem porventura depredou o patrimônio, que nós não concordamos com isso, que pague. Mas essas penas fogem ao mínimo da razoabilidade. Nós não podemos entender oq levou poucas pessoas a apenarem tão drasticamente esses pobres coitados que estavam lá”, afirmou.

No mesmo pronunciamento, Bolsonaro se defendeu das diferentes acusações que enfrenta em inquéritos que correm no STF, como a de supostamente ter planejado dar um golpe de Estado.

A manifestação foi convocada por Bolsonaro após operações de busca e apreensão da Polícia Federal que miraram o ex-presidente e aliados que fizeram parte de sua gestão, no dia 8 de fevereiro, pelo inquérito que investiga um suposto plano golpista para mantê-lo no poder após as eleições de 2022.

No ato, havia uma orientação, emitida pelo próprio ex-presidente, para que sejam evitados ataques e ofensas a ministros do STF. O objetivo era evitar que eventuais faixas ou palavras de ordem nesse sentido possam agravar a situação jurídica de Bolsonaro.

O evento também contou com a presença dos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Goiás, Ronaldo Caiado (União); e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), além de dezenas de deputados e senadores.