Fonte:Brasil247 - O governo Bolsonaro começa daqui a pouco menos de um mês, mas os conflitos internos agravam-se dia a dia antes da posse. O presidente eleito, capitão reformado, reafirmou nos últimos dias a imposição de uma "lei do silêncio" sobre seu vice, o general Hamilton Mourão. Alguns dos mais próximos aliados de Bolsonaro fizeram chegar ao general, segundo a jornalista Jussara Soares, em O Globo, que os holofotes devem ser apenas para o presidente eleito, como único porta-voz do futuro governo.
Mourão lutou para não ser um vice decorativo. Mas, aparentemente, foi derrotado. Além de reduzido ao silêncio, ele não deverá ter espaço para atuar no governo, segundo interlocutores do grupo de transição ouvidos pela jornalista Jussara Soares. "Pelo desenho atual da estrutura, a Vice-Presidência não terá nenhuma secretaria subordinada ou atribuição pré-definida. Após a vitória em segundo turno, chegou-se a especular que Mourão teria um papel de 'gerente' do governo, coordenando os ministérios. Porém, a recomendação é que o vice só responda às demandas específicas de Bolsonaro, quando for solicitado", escreveu a repórter.
A pergunta é: o general aceitará o silêncio e o papel decorativo? A guerra parece intensa nos bastidores do bolsonarismo. É unânime a leitura no universo bolsonarista sobre o destinatário do o tweet de Carlos Bolsonaro da noite de 28 de novembro afirmando que a morte de Bolsonaro “não interessa somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto. Principalmente após sua posse.” Ele mesmo, o general Mourão. Veja novamente o tweet:
Nesta semana, de fato, o general está recolhido e providenciando a mudança do Rio para Brasília, onde vai se instalar no Palácio do Jaburu, a partir de janeiro. E depois? Aceitará o silêncio, a obscuridade e o cargo decorativo?