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Nos corredores da Polícia Federal, autoridades graduadas afirmam que as evidências dessa pressão são inquestionáveis. Durante um período, houve debates internos sobre a melhor abordagem para lidar com essas evidências comprometedoras. Chegou-se a cogitar a abertura de uma investigação específica para apurar em que medida os altos escalões da corporação, sob a gestão Bolsonaro, agiram em favor dos interesses do governo.
Desde a corrida presidencial de 2022, Bolsonaro, então candidato à reeleição, manifestava o desejo de utilizar o caso como uma forma de capitalizar politicamente. Ele acreditava que, se a Polícia Federal estabelecesse qualquer tipo de vínculo entre o evento de Juiz de Fora e o PCC, poderia obter vantagens eleitorais significativas, ampliando suas chances de derrotar o agora presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.
Em meio ao processo eleitoral, a PF chegou a solicitar autorização judicial para realizar buscas em endereços relacionados a um dos advogados de Adélio. Essas buscas, caso tivessem sido autorizadas, atenderiam aos interesses e às cobranças de Bolsonaro. No entanto, o juiz Bruno Savino recusou a autorização, suspeitando que o pedido pudesse estar sendo utilizado para fins eleitoreiros. Somente mais tarde, com a mudança na direção da PF, essas buscas foram realizadas, em março deste ano.
As investigações sobre o evento de Juiz de Fora já haviam sido encerradas duas vezes pela Polícia Federal, concluindo que não houve mandantes. No entanto, o caso foi reaberto no final de 2021, após uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, que permitiu o acesso ao celular de um dos advogados que defenderam Adélio logo após o crime.
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>>> Assessores de Bolsonaro presos por fraude no sistema de vacina estavam em Juiz de Fora no dia da facada
No entanto, a investigação acabou nas mãos da nova direção da corporação, sob o governo de Lula, e teve um desdobramento curioso. O delegado responsável pelas duas fases iniciais do inquérito, que concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho, foi promovido a uma das posições mais influentes e delicadas da hierarquia interna: a Diretoria de Inteligência Policial (DIP), exatamente onde a investigação estava em andamento. Neste ano, a apuração passou por um processo de revisão criteriosa, a fim de eliminar qualquer tentativa de manipulação para estabelecer uma ligação entre o atentado e o PCC. Após a análise dos arquivos do celular do mencionado advogado de Adélio, chegou-se à conclusão de que, de fato, ele tinha clientes relacionados à facção criminosa. Entretanto, em nenhum momento essa conexão teve relação com o fato envolvendo Bolsonaro em 2018. Com base nessas constatações, a Polícia Federal reiterará que Adélio agiu sozinho, sem cúmplices ou mandantes, e que o atentado não foi arquitetado ou financiado pelo PCC, apesar da insistência de Bolsonaro nessa narrativa.
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Nos corredores da Polícia Federal, autoridades graduadas afirmam que as evidências dessa pressão são inquestionáveis. Durante um período, houve debates internos sobre a melhor abordagem para lidar com essas evidências comprometedoras. Chegou-se a cogitar a abertura de uma investigação específica para apurar em que medida os altos escalões da corporação, sob a gestão Bolsonaro, agiram em favor dos interesses do governo.
Desde a corrida presidencial de 2022, Bolsonaro, então candidato à reeleição, manifestava o desejo de utilizar o caso como uma forma de capitalizar politicamente. Ele acreditava que, se a Polícia Federal estabelecesse qualquer tipo de vínculo entre o evento de Juiz de Fora e o PCC, poderia obter vantagens eleitorais significativas, ampliando suas chances de derrotar o agora presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.
Em meio ao processo eleitoral, a PF chegou a solicitar autorização judicial para realizar buscas em endereços relacionados a um dos advogados de Adélio. Essas buscas, caso tivessem sido autorizadas, atenderiam aos interesses e às cobranças de Bolsonaro. No entanto, o juiz Bruno Savino recusou a autorização, suspeitando que o pedido pudesse estar sendo utilizado para fins eleitoreiros. Somente mais tarde, com a mudança na direção da PF, essas buscas foram realizadas, em março deste ano.
As investigações sobre o evento de Juiz de Fora já haviam sido encerradas duas vezes pela Polícia Federal, concluindo que não houve mandantes. No entanto, o caso foi reaberto no final de 2021, após uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, que permitiu o acesso ao celular de um dos advogados que defenderam Adélio logo após o crime.
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No entanto, a investigação acabou nas mãos da nova direção da corporação, sob o governo de Lula, e teve um desdobramento curioso. O delegado responsável pelas duas fases iniciais do inquérito, que concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho, foi promovido a uma das posições mais influentes e delicadas da hierarquia interna: a Diretoria de Inteligência Policial (DIP), exatamente onde a investigação estava em andamento. Neste ano, a apuração passou por um processo de revisão criteriosa, a fim de eliminar qualquer tentativa de manipulação para estabelecer uma ligação entre o atentado e o PCC. Após a análise dos arquivos do celular do mencionado advogado de Adélio, chegou-se à conclusão de que, de fato, ele tinha clientes relacionados à facção criminosa. Entretanto, em nenhum momento essa conexão teve relação com o fato envolvendo Bolsonaro em 2018. Com base nessas constatações, a Polícia Federal reiterará que Adélio agiu sozinho, sem cúmplices ou mandantes, e que o atentado não foi arquitetado ou financiado pelo PCC, apesar da insistência de Bolsonaro nessa narrativa.