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O marketing agressivo tem sido eficiente para fidelizar o apoio de um terço do eleitorado ao presidente. Os bolsonaristas são minoria, mas é aquela história: em terra de cego quem tem um olho é rei. Como só dá Bolsonaro na mídia, não sobra espaço e holofotes para outros. Ninguém mais aparece. Todos ficam anões midiáticos perto dele.
Por outro lado, o presidente se mostra mais resistente que outros políticos ao desgaste diário na mídia. Ele enfrenta um processo de demonização semelhante ao vivido por Dilma e Lula. Mas no seu caso os efeitos parecem menores. Uma possível razão é que a fórmula da demonização ficou batida. O público percebe o viés manipulador das notícias, o que neutraliza parte do seu efeito negativo. E Bolsonaro é Bolsonaro.
O presidente não tem se inibido em usar a oposição midiática a seu favor, ocupando a imprensa diariamente com palavras e gestos intencionalmente pensados para repercutir e dominar o noticiário. Xingar e zoar jornalistas é parte desse show armado para eletrizar e manter a audiência. E não é que a imprensa está adorando?
Veículos e profissionais retribuem os ataques de Bolsonaro com uma cobertura avassaladora. Para exemplo, neste sábado (10/5), a certa hora do dia, todas as dez primeiras manchetes de um site bastante conhecido citava o nome de Bolsonaro. E olha que era um site ligado ao PT.
Por que a imprensa gosta tanto de falar de Bolsonaro? É certo que todos os atos de um presidente têm interesse público; até um peido rende notícia. Mas, vamos concordar que a atenção ao presidente é exagerada, obsessiva. O problema é que a mídia já descobriu que o presidente-demônio vende tanto quanto bandido e celebridade. Bater ou elogiar Bolsonaro dá clique. E a exemplo do presidente, a mídia também faz qualquer coisa para atrair público. Especialmente nesses tempos bicudos, vale tudo por audiência.
A imprensa que se diz atacada por Bolsonaro pode a qualquer momento reduzir ou negar as atenções ao presidente, sem nenhum prejuízo ao jornalismo e seus leitores. Bastaria não dar tanta importância a tudo o que ele diz e faz, tratar os seus atos inconsequentes como eles realmente são, meros factoides. Essa seria uma opção da imprensa, talvez mais inteligente e sensata do que ficar incensando e inflando o ego de um presidente de perfil carismático e ditatorial. Ah!, mas tem os cliques. E também tem o controle das narrativas.
Muitos profissionais e donos de imprensa não conseguem tratar as bobagens de Bolsonaro com o menosprezo que elas merecem porque não toleram a ideia de que ele possa estar fazendo a cabeça de alguns. No sistema de comunicação brasileiro e na lógica das grandes empresas de mídia, é primordial dominar as narrativas junto à opinião pública para deter o poder político e econômico. E a fórmula mais tradicional de manipulação é o apelo maniqueísta à luta do bem contra o mal.
Em nosso país, há milhares de veículos distribuindo notícias, mas a produção de conteúdo nacional é concentrado em número reduzido de jornais, TVs e rádios. Esse é um setor absurdamente concentrado e verticalizado no Brasil, muito além da medida aceitável para democracias. Temos uma imprensa controlada e tendenciosa, povoada por heróis e demônios. Não admira que esteja caindo de quatro nos joguinhos de Bolsonaro.
O presidente e a mídia podem viver mais 2,5 anos nessa relação bandida, no vale-tudo por audiência. Tudo se tornou possível no Brasil. Mas, só para constar, o jornalismo vive reportando casos de atração masoquista que terminaram em tragédia e crime.
Fonte:osnovosinconfidentes.com.br
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Por outro lado, o presidente se mostra mais resistente que outros políticos ao desgaste diário na mídia. Ele enfrenta um processo de demonização semelhante ao vivido por Dilma e Lula. Mas no seu caso os efeitos parecem menores. Uma possível razão é que a fórmula da demonização ficou batida. O público percebe o viés manipulador das notícias, o que neutraliza parte do seu efeito negativo. E Bolsonaro é Bolsonaro.
O presidente não tem se inibido em usar a oposição midiática a seu favor, ocupando a imprensa diariamente com palavras e gestos intencionalmente pensados para repercutir e dominar o noticiário. Xingar e zoar jornalistas é parte desse show armado para eletrizar e manter a audiência. E não é que a imprensa está adorando?
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A imprensa que se diz atacada por Bolsonaro pode a qualquer momento reduzir ou negar as atenções ao presidente, sem nenhum prejuízo ao jornalismo e seus leitores. Bastaria não dar tanta importância a tudo o que ele diz e faz, tratar os seus atos inconsequentes como eles realmente são, meros factoides. Essa seria uma opção da imprensa, talvez mais inteligente e sensata do que ficar incensando e inflando o ego de um presidente de perfil carismático e ditatorial. Ah!, mas tem os cliques. E também tem o controle das narrativas.
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O presidente e a mídia podem viver mais 2,5 anos nessa relação bandida, no vale-tudo por audiência. Tudo se tornou possível no Brasil. Mas, só para constar, o jornalismo vive reportando casos de atração masoquista que terminaram em tragédia e crime.
Fonte:osnovosinconfidentes.com.br