Proposta inicial era fundir a pasta com Ministério da Agricultura

Fonte: Douglas Corrêa e Vladimir Platonow - Agência Brasil

O candidato do PSL à presidência da República, Jair Bolsonaro, admitiu que poderá manter o Ministério do Meio Ambiente independente, sem fundir a pasta com o Ministério da Agricultura, como vinha defendendo desde o início da campanha. A informação foi divulgada em uma transmissão ao vivo pelo Facebook na noite desta quarta-feira (24).

“Da minha parte, estou pronto para negociar. Falei para o pessoal do agronegócio que isso era importante. Alguns estão discordando. Vamos chegar ao meio termo. E, se for mantido dois ministérios, eu vou colocar, como ministro do Meio Ambiente, uma pessoa que não tem vínculo com o que há de pior nesse meio. O coitado do agricultor quer uma licença ambiental e isso leva dez anos. Vamos preservar o meio ambiente, mas não vamos atrapalhar a vida de quem quer produzir no Brasil”, disse Bolsonaro.

O candidato disse que também vai manter o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio. “Recebemos a visita de homens da indústria do Brasil, falando dos problemas e de como eu poderia resolver essas questões deles. Falaram que gostariam que o Ministério da Indústria e Comércio continuasse existindo. Vamos atendê-los. Se esse é o interesse deles, para o bem do Brasil, vamos atender”, disse.

Mais empenho

Bolsonaro também fez uma apelo aos deputados eleitos pelo PSL para se empenharem mais em sua campanha, deixando de lado disputas estaduais e se concentrarem na eleição presidencial. “Não acabou ainda. Vocês sabem que se elegeram, em grande parte, pelo meu trabalho a presidente da República. Então a gente apela para que não se preocupem com as campanhas de governador de seus estados”, disse.

O candidato citou o exemplo de São Paulo, onde há disputa pelo segundo turno para o governo do estado e parte dos deputados eleitos pelo partido apoia João Doria (PSDB) e parte, Márcio França (PSB). “O objetivo de vocês é Jair Bolsonaro, depois é França ou Dória. O que está em jogo é a cadeira presidencial”, declarou.

Bolsonaro também usou o tempo de transmissão para desmentir notícias veiculadas nas redes atribuídas a ele. Uma delas é que ele legalizaria o jogo no país, o que foi rebatido, com o candidato se dizendo contra a prática, que, segundo ele, seria usada para lavar dinheiro e levar infelicidade às famílias. Está atualmente em tramitação no Senado um projeto de lei (PLS 186/2014), que prevê a legalização dos jogos de azar e a reabertura dos cassinos no país.

O candidato do PSL ainda comentou as últimas pesquisas do Ibope, que mostram ligeira vantagem do candidato Fernando Haddad (PT) sobre ele na cidade de São Paulo. “O Ibope, na capital de São Paulo, diz que o Haddad me passa. Está com 51% e eu com 49%. Só que no primeiro turno ele teve 20%. Ele passou de 20% para 51%, em 15 dias. Eu passei de 44% para 49%. Tão querendo acertar os números para a eleição de domingo. Temos que desconfiar ou não temos? Temos que acreditar, desconfiando”, disse Bolsonaro, que gravou nesta quarta-feira, durante a tarde, seu último programa eleitoral.

Votação

Em uma entrevista à noite, o candidato desmentiu que não vá votar no próximo domingo (28), na Vila Militar, por questões de segurança. Bolsonaro disse que, se estiver bem de saúde, vai votar sem problema algum, mas reafirmou que a possibilidade de um atentado contra ele não está descartada.

“Existe a possibilidade sim de um atentado. Isso as inteligências do Brasil me mantém informado de uma forma ou de outra. Temos de tomar o devido cuidado, mas eu pretendo votar sim”. O candidato disse também que a segurança dele está sendo mais importante do que sua própria saúde. “Qualquer deslocamento meu é precedido de uma série de medidas, o que não é normal num país como o nosso. Mas tendo em vista o que eu represento no momento para grupos mais variados possíveis pra o sistema, nós temos que ficar ligados e preocupados com essa possibilidade”.