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O líder indígena Raoni, um dos principais nomes internacionais na defesa da Amazônia, fez críticas duras à forma como o governo Jair Bolsonaro tem conduzido as políticas indigenistas e disse que seu povo corre o risco de desaparecer, se nada for feito. "Queremos dialogar com o governo, mostrar a ele que nós, indígenas, não aceitamos o que Bolsonaro pensa sobre nós, não aceitamos a violação dos direitos indígenas e dos territórios indígenas. Essa gestão é contra o povo indígena", disse à reportagem.
O cacique Raoni tentou se reunir com Bolsonaro para levar ao presidente o pleito da comunidade indígena, mas ainda não conseguiu realizar o encontro. "Os povos indígenas estão preocupados. Acreditam que Bolsonaro pode acabar com nosso povo. Queremos falar, mostrar para o governo essa pressão que sofremos de madeireiros e garimpeiros. Precisam respeitar nossos direitos."
Raoni também é crítico da atual proposta do governo e da Fundação Nacional do Índio (Funai), que tem incentivado a produção agrícola em terras demarcadas. "Agricultura não é coisa para ser feita em terra indígena. O que precisa é respeitar a terra, apenas isso."
Raoni foi recebido pelo Papa Francisco
Na semana passada, Raoni foi recebido pelo Papa Francisco, no Vaticano. O porta-voz da liderança maior da Igreja Católica disso que, "com este encontro, o papa Francisco quer reiterar sua atenção pela população e pelo meio ambiente da Amazônia e seu compromisso com a proteção da Casa Comum".
Esta é a primeira vez que a Igreja Católica apoia oficialmente atividades concretas em favor do cuidado ambiental, inclusive nas paróquias. O cardeal brasileiro Cláudio Hummes, próximo ao papa, relator geral do Sínodo a ser realizado de 6 a 27 de outubro, reconheceu recentemente em Roma que a defesa da Amazônia gera muitas "resistências e incompreensões".
Em sua passagem pela Europa, Raoni também foi recebido pelo presidente francês Emmanuel Macron, que reforçou o apoio da França no combate ao desmatamento. No fim do ano passado, Macron condicionou a assinatura de um acordo comercial da União Europeia com o Mercosul à confirmação de que Bolsonaro manteria o Brasil no Acordo de Paris, um compromisso internacional que tem o objetivo de minimizar os impactos do aquecimento global. O presidente eleito recuou e, em janeiro, acabou mantendo o País no tratado.
O governo paralisou as demarcações de terras indígenas no País e pretende abrir as áreas atuais para exploração das áreas, o que hoje é proibido por lei.
Ícone da luta dos indígenas brasileiros, Raoni ganhou notoriedade internacional no fim da década de 1980. Em 1987, o músico britânico Sting iniciou uma série de viagens pela Amazônia, onde conheceu o cacique, em 1989. A amizade com o líder da tribo dos caiapós levou Sting a se engajar na causa ecológica e na luta pela demarcação das terras indígenas no Xingu. A parceria levou à criação da Rainforest Foundation, entidade que atua na proteção da floresta e de seus povos tradicionais.
"Até hoje somos parceiros e amigos", diz Raoni, ao mencionar a amizade com o vocalista do The Police. "Devemos nos ver em breve."
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O cacique Raoni tentou se reunir com Bolsonaro para levar ao presidente o pleito da comunidade indígena, mas ainda não conseguiu realizar o encontro. "Os povos indígenas estão preocupados. Acreditam que Bolsonaro pode acabar com nosso povo. Queremos falar, mostrar para o governo essa pressão que sofremos de madeireiros e garimpeiros. Precisam respeitar nossos direitos."
Raoni também é crítico da atual proposta do governo e da Fundação Nacional do Índio (Funai), que tem incentivado a produção agrícola em terras demarcadas. "Agricultura não é coisa para ser feita em terra indígena. O que precisa é respeitar a terra, apenas isso."
Raoni foi recebido pelo Papa Francisco
Na semana passada, Raoni foi recebido pelo Papa Francisco, no Vaticano. O porta-voz da liderança maior da Igreja Católica disso que, "com este encontro, o papa Francisco quer reiterar sua atenção pela população e pelo meio ambiente da Amazônia e seu compromisso com a proteção da Casa Comum".
Esta é a primeira vez que a Igreja Católica apoia oficialmente atividades concretas em favor do cuidado ambiental, inclusive nas paróquias. O cardeal brasileiro Cláudio Hummes, próximo ao papa, relator geral do Sínodo a ser realizado de 6 a 27 de outubro, reconheceu recentemente em Roma que a defesa da Amazônia gera muitas "resistências e incompreensões".
Em sua passagem pela Europa, Raoni também foi recebido pelo presidente francês Emmanuel Macron, que reforçou o apoio da França no combate ao desmatamento. No fim do ano passado, Macron condicionou a assinatura de um acordo comercial da União Europeia com o Mercosul à confirmação de que Bolsonaro manteria o Brasil no Acordo de Paris, um compromisso internacional que tem o objetivo de minimizar os impactos do aquecimento global. O presidente eleito recuou e, em janeiro, acabou mantendo o País no tratado.
O governo paralisou as demarcações de terras indígenas no País e pretende abrir as áreas atuais para exploração das áreas, o que hoje é proibido por lei.
Ícone da luta dos indígenas brasileiros, Raoni ganhou notoriedade internacional no fim da década de 1980. Em 1987, o músico britânico Sting iniciou uma série de viagens pela Amazônia, onde conheceu o cacique, em 1989. A amizade com o líder da tribo dos caiapós levou Sting a se engajar na causa ecológica e na luta pela demarcação das terras indígenas no Xingu. A parceria levou à criação da Rainforest Foundation, entidade que atua na proteção da floresta e de seus povos tradicionais.
"Até hoje somos parceiros e amigos", diz Raoni, ao mencionar a amizade com o vocalista do The Police. "Devemos nos ver em breve."