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O presidente Jair Bolsonaro tem atirado para todos os lados na tentativa de reduzir os desgastes que a CPI da Covid, no Senado, poderá provocar no governo. Depois de capitanear uma estratégia frustrada para desacreditar o relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL), o chefe do Executivo chegou até a tentar uma aproximação com o adversário, sem, no entanto, qualquer efeito prático até o momento.
A partir da próxima terça-feira, a CPI — formada, majoritariamente, por senadores oposicionistas e independentes — vai apurar responsabilidades do governo federal no fracasso da resposta à pandemia. As mais de 30 mortes provocadas pela falta de oxigênio em hospitais de Manaus, a postura negacionista de Bolsonaro na crise sanitária e o atraso na vacinação contra o novo coronavírus estão entre os principais alvos da investigação parlamentar.
Ciente disso, Bolsonaro saiu a campo, atuando pessoalmente para evitar prejuízos ao governo. Na quarta-feira, telefonou para o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), numa tentativa de aproximação com Renan Calheiros, pai do gestor estadual.
Paralelamente, Bolsonaro foi defendido pelo ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten, um de seus fiéis escudeiros. Em entrevista à revista Veja, o ex-integrante do Executivo isentou o presidente de responsabilidades pelos erros na pandemia e atribui à “incompetência” da equipe técnica do Ministério da Saúde a falta de acesso do país às vacinas. Ele, no entanto, não citou o nome de Eduardo Pazuello, ex-titular da pasta, apontado por senadores como um dos principais culpados pelos números trágicos da crise sanitária. Ele deve estar entre os primeiros a serem ouvidos pela CPI.
O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que o presidente da República tem dado repetidas demonstrações de apreensão com as investigações. “O governo teme a CPI. A forma com que ele tratou a pandemia levou a essa mortandade. Não tem vacina. Bolsonaro falou em ‘gripezinha’ e não acreditou, não se adiantou”, destacou. “Estamos com 7% de vacinados, quando Chile e Argentina estão muito mais adiantados. Não é medo só do Renan. Como não vai ter um relator chapa-branca, presidente chapa-branca, ele tem medo do resultado da CPI.”
Já o senador Esperidião Amin (PP-SC) criticou a estratégia lançada pelo Planalto de levantar suspeitas sobre a isenção do trabalho de Renan Calheiros como relator da CPI. “Se ele (Renan) disser que houve irresponsabilidade, ele é opositor do governo. E daí? Conta outra. Essa, todo mundo sabe. O que eu vejo não é medo, é o emprego de vários recursos para carimbar o relator. Ele vai ter de tirar da cartola alguma coisa espetacular para alguém dar atenção”, avaliou.
De acordo com Amin, “todas essas manobras, incluindo o telefonema de Bolsonaro para o governador de Alagoas, depois de levantarem suspeitas, é para deixar o carimbo”. “É a tentativa política de carimbar o relator. É assim que enxergo. Quando você carimba, o objetivo político é esse. Qualquer coisa que ele escreva, mesmo que verdadeira, denunciando uma falha, todo mundo já sabia”, acrescentou.
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O presidente Jair Bolsonaro tem atirado para todos os lados na tentativa de reduzir os desgastes que a CPI da Covid, no Senado, poderá provocar no governo. Depois de capitanear uma estratégia frustrada para desacreditar o relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL), o chefe do Executivo chegou até a tentar uma aproximação com o adversário, sem, no entanto, qualquer efeito prático até o momento.
A partir da próxima terça-feira, a CPI — formada, majoritariamente, por senadores oposicionistas e independentes — vai apurar responsabilidades do governo federal no fracasso da resposta à pandemia. As mais de 30 mortes provocadas pela falta de oxigênio em hospitais de Manaus, a postura negacionista de Bolsonaro na crise sanitária e o atraso na vacinação contra o novo coronavírus estão entre os principais alvos da investigação parlamentar.
Ciente disso, Bolsonaro saiu a campo, atuando pessoalmente para evitar prejuízos ao governo. Na quarta-feira, telefonou para o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), numa tentativa de aproximação com Renan Calheiros, pai do gestor estadual.
Paralelamente, Bolsonaro foi defendido pelo ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten, um de seus fiéis escudeiros. Em entrevista à revista Veja, o ex-integrante do Executivo isentou o presidente de responsabilidades pelos erros na pandemia e atribui à “incompetência” da equipe técnica do Ministério da Saúde a falta de acesso do país às vacinas. Ele, no entanto, não citou o nome de Eduardo Pazuello, ex-titular da pasta, apontado por senadores como um dos principais culpados pelos números trágicos da crise sanitária. Ele deve estar entre os primeiros a serem ouvidos pela CPI.
O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que o presidente da República tem dado repetidas demonstrações de apreensão com as investigações. “O governo teme a CPI. A forma com que ele tratou a pandemia levou a essa mortandade. Não tem vacina. Bolsonaro falou em ‘gripezinha’ e não acreditou, não se adiantou”, destacou. “Estamos com 7% de vacinados, quando Chile e Argentina estão muito mais adiantados. Não é medo só do Renan. Como não vai ter um relator chapa-branca, presidente chapa-branca, ele tem medo do resultado da CPI.”
Já o senador Esperidião Amin (PP-SC) criticou a estratégia lançada pelo Planalto de levantar suspeitas sobre a isenção do trabalho de Renan Calheiros como relator da CPI. “Se ele (Renan) disser que houve irresponsabilidade, ele é opositor do governo. E daí? Conta outra. Essa, todo mundo sabe. O que eu vejo não é medo, é o emprego de vários recursos para carimbar o relator. Ele vai ter de tirar da cartola alguma coisa espetacular para alguém dar atenção”, avaliou.
De acordo com Amin, “todas essas manobras, incluindo o telefonema de Bolsonaro para o governador de Alagoas, depois de levantarem suspeitas, é para deixar o carimbo”. “É a tentativa política de carimbar o relator. É assim que enxergo. Quando você carimba, o objetivo político é esse. Qualquer coisa que ele escreva, mesmo que verdadeira, denunciando uma falha, todo mundo já sabia”, acrescentou.