BELÉM — O aumento no consumo de biocombustíveis até 2035 e a exploração de minerais críticos para a produção de baterias, painéis solares e sistemas de energias vão impulsionar o agronegócio brasileiro e o setor de mineração. A afirmação é do ministro de Minas e Energia, Alexandre, Silveira, em entrevista exclusiva ao PlatôBR. As duas medidas foram anunciadas nesta sexta-feira, 7, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião sobre a transição energética durante a Cúpula do Clima em Belém.

“O presidente Lula apresentará os desafios para a descarbonização no mundo e um grande e fundamental pilar para o fortalecimento do agronegócio nacional. Ele vai propor ao mundo que a gente quadruplique a utilização dos biocombustíveis até 2035. Isso é mais produção no campo, mais emprego, mais renda e mais divisa para o Brasil e mais combate à desigualdade”, disse. 

Estudo da AIE (Agência Internacional de Energia) estimou que, para o mundo zerar as emissões líquidas de carbono até 2050, a produção global de biocombustíveis precisará aumentar em 11% ao ano até 2030. Os dados da entidade mostram que a produção de etanol terá de passar de 2,22 EJ (exajoules, unidade de medida de energia), em 2022, para 3,62 EJ, em 2030, crescimento de 63%. A de biodiesel, de 1,95 EJ para 4,4 EJ – alta de 125,6%. 

Minerais críticos

Silveira também afirmou que o governo apresentará durante o evento a criação de uma debênture incentivada para minerais críticos. A proposta busca estimular tanto a extração quanto o beneficiamento dos insumos, por meio da captação de cursos por meio desses títulos de dívida. Com isso, será possível estimular a produção baterias, painéis solares e sistemas de energias renováveis.

“Vamos apresentar os minerais críticos que vão receber incentivos fiscais, mas vamos nos preparar para ampliar a oferta de minério de ferro de alta redução usado para a produção de aço verde porque é fundamental que a gente saia na frente com essa tecnologia para fortalecer e robustecer a economia do minério de ferro que representa muito para o Brasil”, disse o ministro.