Golpe de Estado

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) voltou atrás na versão inicial que havia defendido sobre a violação da tornozeleira pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um dos principais motivos para a decretação de sua prisão pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, de acordo com vídeo publicado pela parlamentar em suas redes sociais, Bolsonaro teria tentado violar o dispositivo por desconfiar que havia uma “escuta” instalada na tornozeleira eletrônica que utilizava.

“Ele começou a ouvir um barulho que vinha da tornozeleira. A tornozeleira começou a fazer um barulho, ele achou estranho, achou que pudesse haver uma escuta naquele dispositivo, então ele a abriu.” Inicialmente, em um primeiro vídeo divulgado por ela, a deputada afirmou que a história da violação da tornozeleira não fazia sentido e que o que havia acontecido era que o equipamento teria descarregado ou apresentado algum problema.

A parlamentar afirmou ainda que “Bolsonaro está sob efeitos de remédios fortíssimos”. “Então é claro que ele está abalado, não só física, mas também emocionalmente.” Para ela, Bolsonaro não planejava fugir e tentou abrir a tornozeleira “por curiosidade”.

Aliados de Bolsonaro apresentaram também outra versão para a violação da tornozeleira. Segundo os apoiadores, ele estava em “surto”, ouvindo vozes vindas da tornozeleira, quando usou um ferro de solda para tentar romper o dispositivo. Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a tentativa do pai de danificar o equipamento pode ter sido motivada por um momento de desespero.

Ferro quente

Em um vídeo divulgado pelo STF, Bolsonaro admite ter violado a tornozeleira usando um ferro de solda por “curiosidade”.

A defesa do ex-presidente tem até as 16h30 deste domingo (23/11) para se manifestar oficialmente sobre a violação do equipamento instalado desde que Bolsonaro foi colocado em prisão domiciliar por decisão do STF. O prazo consta no processo que analisa a prisão preventiva do ex-presidente, decretada por Moraes.