O ministro Luís Roberto Barroso disse nesta segunda-feira (11) em entrevista à Jovem Pan que a ida de Jair Bolsonaro ao STF em reunião surpresa com o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, juntamente com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e empresários "não fez nenhuma diferença".

A reunião foi interpretada como uma pressão por parte de Bolsonaro ao Supremo contra o isolamento social. "Do ponto de vista do presidente [da República], acho que foi um movimento político que não me cabe avaliar. O que posso te dizer é que pressão é uma coisa nessa vida que só produz algum efeito se você aceitá-la, venha de onde vier. Se você não aceitar, ela não produz nenhum efeito. Portanto, eu preciso lhe dizer que para mim, pessoalmente — e estou certo de que para meus colegas —, não fez nenhuma diferença. Nós não somos adversários do presidente, nós não somos aliados do presidente, nós interpretamos e aplicamos a Constituição. Nossa lógica é certo ou errado, justo ou injusto, legítimo ou ilegítimo. Alguém pode divergir, tem todo o direito, mas nós não nos movemos por escolhas políticas", disse Barroso.

Ele também elogiou a postura de Toffoli em ter participado da reunião. "Eu acho que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, agiu com a elegância que o cargo impunha. Se o presidente da República vem até sua casa, você não fecha a porta e muito menos bate a porta na cara dele. Do ponto de vista do Supremo, o comportamento foi o adequado e o desejável".