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Começa nesta segunda-feira (28/7) a agenda de uma comitiva de senadores brasileiros nos Estados Unidos com a missão de postergar a aplicação de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos exportados para território americano. Na semana derradeira para mitigar os efeitos nocivos da sobretaxa e com Donald Trump irredutível, o grupo de oito parlamentares terá reuniões em Washington até quarta-feira (30/7).
A comitiva é formada por parlamentares de diferentes partidos e estados. Há, inclusive, dois ex-ministros de Jair Bolsonaro (PL), pivô do embate diplomático e comercial aberto por Trump. São eles Marcos Pontes (Republicanos-SP) e Tereza Cristina (PP-MS), que chefiaram as pastas de Ciência, Tecnologia e Inovações; e Agricultura, Pecuária e Abastecimento, respectivamente.
Além deles, o grupo conta com Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado; Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo; Fernando Farias (MDB-AL); Esperidião Amin (PP-SC); Rogério Carvalho (PT-SE) e Carlos Viana (Podemos-MG).
A maior parte dos parlamentares já está nos Estados Unidos desde o sábado. Além da agenda coletiva, eles tentam reuniões particulares para viabilizar a maior abertura do grupo com as autoridades americanas. À reportagem, Carlos Viana, o representante mineiro da comitiva, confirmou encontros com lobistas alinhados aos Republicanos na Flórida.
A viagem da comitiva, que já corria contra o tempo pela iminente chegada de agosto, terá sua missão dificultada pelas declarações de Donald Trump no último domingo (27/7). Em viagem à Escócia, o presidente americano concedeu uma entrevista coletiva em que afirmou “O 1º de agosto é para todos” para reiterar a falta de intenção de recuar de seu governo.
Antes de Trump, um de seus aliados de primeira hora na guerra tarifária aberta contra centenas de países mundo afora, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, já havia rechaçado a ideia de desistir da sobretaxa, ou ao menos adiar o início de sua vigência.
Agenda dos senadores
Nesta segunda-feira (28/7), os parlamentares têm reuniões marcadas na embaixada brasileira em Washington e na Câmara de Comércio dos Estados Unidos. Serão realizados encontros com empresários e com integrantes do Brazil-U.S. Business Council.
Na agenda de terça-feira (29/7), estão marcados compromissos com parlamentares dos Estados Unidos, tanto democratas como republicanos. Na quarta (30/7), os senadores se reunirão com integrantes do Americas Society Council of the Americas, uma organização da sociedade civil que formula debates sobre as regras comerciais.
O tarifaço
A sobretaxa de 50% às exportações brasileiras foi anunciada por Trump em 9 de julho a partir da divulgação de uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O documento chamou a atenção pela não observância dos padrões diplomáticos desse tipo de correspondência.
A primeira justificativa apresentada por Trump para a sobretaxa foi o que ele considera uma perseguição judicial e ‘caça às bruxas’ contra Jair Bolsonaro. O ex-presidente é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por uma série de crimes que inclui a tentativa de Golpe de Estado.
Além disso, o americano afirma que há no Brasil uma “violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos” a partir da regulamentação das grandes empresas de tecnologia atuando no país sul-americano.
Na única via argumentativa econômica para o tarifaço, Trump defendeu que a medida visa corrigir desconformidades nas relações econômicas entre os dois países. Apesar da argumentação do presidente americano, desde 2009 a balança comercial é desfavorável ao Brasil. Só no primeiro semestre deste ano, o déficit brasileiro foi de US$ 1,7 bilhão.
O anúncio da taxa serviu para o recrudescimento do impacto de Jair Bolsonaro no cenário político brasileiro. Parlamentares bolsonaristas tentaram, sem sucesso, interromper o recesso do Congresso Nacional para debater a questão e alguns chegaram a acampar em frente ao STF defendendo a anistia para o ex-presidente.
Também neste ínterim, o STF determinou a adoção de medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, que passou a utilizar uma tornozeleira eletrônica para monitoramento. A decisão se fundamentou no financiamento da atuação de seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O parlamentar está nos Estados Unidos desde abril para, assumidamente, conseguir sanções contra autoridades brasileiras.
Objetivos da missão
“Não temos outra opção a não ser tentar voltar ao que era anteriormente. Muitos setores estão sendo prejudicados — indústria, Embraer, o agro, (as vendas de) suco de laranja e carne. Isso realmente vai afetar a geração de emprego no Brasil, há muitas demissões previstas. Mas nós estamos otimistas de que possamos reverter isso”, afirmou o senador Nelsinho Trad antes da viagem.
Ao EM, Carlos Viana acrescentou que, além de adiar a entrada do tarifaço em vigor, a comitiva pretende voltar ao Brasil com uma explicação mais elaborada sobre as razões da decisão do governo americano.
“O que nós temos hoje são versões trazidas para nós por Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo. Eles estão traduzindo da maneira que acham certo e nós queremos saber exatamente dos Republicanos da Casa Branca qual o motivo da tarifa. O que é que está acontecendo? Isso não tá claro para nós”, disse com referência também para o braço direito do filho de Bolsonaro em sua empreitada americana.
A dupla formada pelo filho do ex-presidente e o neto de João Figueiredo, último líder da ditadura militar, é motivo de receio por parte dos integrantes da comitiva do Senado. Fontes ligadas ao grupo afirmam que Eduardo e Paulo se movimentam nos bastidores da política americana para garantir que o mínimo possível de autoridades dos Estados Unidos receba os parlamentares brasileiros.
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Antes de Trump, um de seus aliados de primeira hora na guerra tarifária aberta contra centenas de países mundo afora, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, já havia rechaçado a ideia de desistir da sobretaxa, ou ao menos adiar o início de sua vigência.
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Nesta segunda-feira (28/7), os parlamentares têm reuniões marcadas na embaixada brasileira em Washington e na Câmara de Comércio dos Estados Unidos. Serão realizados encontros com empresários e com integrantes do Brazil-U.S. Business Council.
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A sobretaxa de 50% às exportações brasileiras foi anunciada por Trump em 9 de julho a partir da divulgação de uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O documento chamou a atenção pela não observância dos padrões diplomáticos desse tipo de correspondência.
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Além disso, o americano afirma que há no Brasil uma “violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos” a partir da regulamentação das grandes empresas de tecnologia atuando no país sul-americano.
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“Não temos outra opção a não ser tentar voltar ao que era anteriormente. Muitos setores estão sendo prejudicados — indústria, Embraer, o agro, (as vendas de) suco de laranja e carne. Isso realmente vai afetar a geração de emprego no Brasil, há muitas demissões previstas. Mas nós estamos otimistas de que possamos reverter isso”, afirmou o senador Nelsinho Trad antes da viagem.
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“O que nós temos hoje são versões trazidas para nós por Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo. Eles estão traduzindo da maneira que acham certo e nós queremos saber exatamente dos Republicanos da Casa Branca qual o motivo da tarifa. O que é que está acontecendo? Isso não tá claro para nós”, disse com referência também para o braço direito do filho de Bolsonaro em sua empreitada americana.
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