A articulação de aliados do presidente eleito e diplomado, Lula, para derrubar Arthur Lira (PP-AL) da presidência da Câmara não tem aval do próprio líder petista e deve ser esvaziada caso a PEC da Transição, que deve ser votada nesta terça-feira (20), avance, segundo informações do Valor Econômico.

Segundo a jornalista Mônica Bergamo, aliados de Lula estariam articulando uma candidatura para disputar a presidência da Casa com Lira. Hoje, apesar de mais fraco após as decisões do STF sobre o Bolsa Família e o Orçamento Secreto, ele ainda é favorito. Os nomes cotados foram de Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos (PSOL) ou Luciano Bivar (União Brasil).

A manobra não ter aval de Lula, na avaliação de interlocutores de Lira e do petista, “já a enfraquece na arrancada”. 

Segundo apurou o Valor, um grupo de parlamentares iniciou a mobilização contra Lira assim que o ministro Gilmar Mendes, do STF, concedeu liminar que retira o Bolsa Família do teto de gastos, o que diminui a necessidade de o Congresso aprovar a PEC e reduz o poder de barganha de Lira e aliados por espaços no futuro governo. E ganhou força com a decisão do plenário do STF declarando o orçamento secreto inconstitucional.
 
Na avaliação dos dois grupos, porém, “prevalece o diagnóstico de que a iniciativa seria inviabilizada se o alagoano conseguir mobilizar mais de 308 parlamentares para aprovar a PEC, já que ele se colocaria automaticamente como um importante aliado do governo eleito para aprovar textos que exigem quórum qualificado em votações no Poder Legislativo”.