O procurador-geral da República, Augusto Aras, voltou a blindar Jair Bolsonaro e manifestou-se contrário a ação apresentada pelo Partido Verde (PV) sobre os relatórios feitos pelo governo federal para monitorar jornalistas, nos mesmos moldes dos realizados pelos órgãos de repressão durante a ditadura militar, especialmente os DEOPS (Departamento Estadual de Ordem Política e Social). A informação foi revelada pelo jornalista Rubens Valente, do UOL, em dezembro de 2020.

Para Aras, os relatórios tratavam-se apenas de um "trabalho que compila as principais tendências das redes sociais" sobre "assuntos de interesse público em debate na sociedade".

"Pode-se comparar o serviço de monitoramento de redes sociais aqui em exame àquele que muitos órgãos públicos utilizam: o clipping de notícias", declarou Aras em manifestação enviada nesta segunda-feira (31) à ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia.


Os relatórios do governo classificavam jornalistas e influenciadores como "detratores", "neutros informativos" ou "favoráveis".

O PV argumenta que os documentos evidenciam uma "lesão ao preceito da liberdade de expressão, além de indícios de desvio de finalidade na prática de contratação de empresa privada com verba pública a fim de monitorar perfis em redes sociais de parlamentares e jornalistas".