Em fase final de recuperação de cirurgia para correção de uma hérnia, realizada no início deste mês, o presidente Jair Bolsonaro retomou nesta quarta-feira (25) a rotina normal do mandato.

No retorno de viagem aos Estados Unidos, onde participou da Assembleia Geral da ONU, ele voltou a despachar com a equipe ministerial e a dialogar com integrantes do Legislativo.

Na manhã desta quarta, ele se reuniu, no Palácio do Alvorada, com os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Jorge Oliveira (Secretaria Geral) e com o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO).

Os encontros foram para discutir a derrubada dos vetos à lei de abuso de autoridade, uma derrota para o presidente, e a votação da reforma da Previdência, que foi adiada para a semana que vem.

A expectativa é de que, até o final do dia, Bolsonaro anuncie publicamente a permanência na função do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e decida sobre assinatura no diploma concedido ao escritor e músico Chico Buarque pelo Prêmio Camões.

No primeiro caso, o presidente manterá Bezerra, investigado pela Polícia Federal em inquérito sobre desvio de dinheiro em obras no Nordeste. O receio de Bolsonaro é de que uma troca neste momento possa afetar a tramitação de propostas no Legislativo.

No caso de Chico, influenciado pelo núcleo ideológico do Palácio do Planalto, o presidente não deve assinar a premiação ao escritor, que é crítico de Bolsonaro e apoiou a campanha do petista Fernando Haddad na eleição presidencial do ano passado.

A parcela da condecoração que cabia ao governo brasileiro foi paga a Chico em junho, mas o diploma não foi assinado. O total concedido a ele é de 100 mil euros (R$ 458 mil), valor pago, em parcelas iguais, por Brasil e Portugal, que criaram o prêmio.

Bolsonaro passará por uma nova avaliação nesta quinta-feira (26), em um hospital em Brasília. Por recomendação da equipe médica, ele tem mantido uma dieta leve, como, por exemplo, arroz, legumes e carne grelhada.