array(31) {
["id"]=>
int(157837)
["title"]=>
string(72) "Após ser alvo da PF, Jair Bolsonaro convoca ato para a Avenida Paulista"
["content"]=>
string(9280) "EM SÃO PAULO
Após a intensa repercussão da operação da Polícia Federal ocorrida na semana passada, que teve Jair Bolsonaro (PL) como um dos alvos, o ex-presidente convocou seus apoiadores a participarem de uma manifestação marcada para o dia 25 de fevereiro, na Avenida Paulista, em São Paulo.
"Estarei realizando um ato pacífico em defesa do nosso Estado Democrático de Direito. Peço a todos vocês que compareçam trajando verde e amarelo. E mais do que isso, não compareçam com qualquer cartaz ou faixa contra quem quer que seja. Nesse evento, quero me defender de todas as acusações que tem sido imputadas a minha pessoa nos últimos meses. Mais do que discurso, uma fotografia", afirmou.
A operação investiga uma organização criminosa envolvida em uma tentativa de golpe de Estado e na subversão do Estado Democrático de Direito. Bolsonaro sofreu uma medida cautelar e teve que entregar seu passaporte às autoridades, para que não possa sair do país.
Entenda a operação que investiga tentativa de golpe de Estado
A operação Tempus Veritatis (ou "hora da verdade", em latim), deflagrada na quinta-feira pela PF, investiga "a tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder".
Citações apontam que Bolsonaro ordenou pessoalmente ajustes em uma minuta de golpe. O documento tinha, ao final, ordens de prisão para diversas autoridades, como Moraes, o também ministro do STF Gilmar Mendes e o presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Sobre Moraes, agentes da PF identificaram que o ministro tinha sua agenda, o deslocamento aéreo e a localização monitorados por um "núcleo de inteligência paralela" integrado pelo entorno de Bolsonaro.
A troca de conversas da reunião, divulgada na sexta-feira (9) após o vídeo encontrado no computador de Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro), "nitidamente revela o arranjo de dinâmica golpista" na "alta cúpula do governo" do ex-presidente, segundo a PF.
O material também mostra Bolsonaro dizendo a todos os seus ministros que era necessário agir antes das eleições para que o Brasil não virasse “uma grande guerrilha”. O então presidente também manifestou preocupação com a possibilidade de ser preso por "atos antidemocráticos" ao descer a rampa do Palácio do Planalto, a sede administrativa do governo federal em Brasília (DF), onde aconteceu a reunião.
Ainda na reunião, o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno afirmou: "tiver que virar a mesa é antes das eleições", acrescentando que não teria "VAR". Ele disse ter sua visão "clara" de que seria necessário "agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas".
Heleno afirmou, inicialmente, que teria conversado com o então diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Vitor Carneiro para "infiltrar agentes nas campanhas eleitorais", alertando sobre o risco de descoberta. Bolsonaro o interrompeu e pediu que conversassem de forma reservada depois.
Foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão nos Estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. Bolsonaro foi alvo de cautelar para entregar o passaporte em 24 horas. Há indícios dos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
As apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, para tentar viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
De acordo com a investigação, o primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022. Isso ocorreu por meio da disseminação falsa de vulnerabilidades das urnas eletrônicas de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.
A PF apontou que o segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para "subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível".
Quatro ex-assessores de Jair Bolsonaro foram alvos de mandados de prisão na operação desencadeada pela PF. Um deles foi Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, e o coronel Marcelo Câmara, que trabalhou no governo passado e foi ajudante de ordens de Bolsonaro, na cota prevista para ex-presidentes.
Veja abaixo a lista de alvos da PF:
Mandados de busca e apreensão
Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão da reserva e ex-candidato a deputado estadual (PL-RJ);
Almir Garnier Santos; ex-comandante-geral da Marinha;
Amauri Feres Saad, advogado apontado pela CPMI do 8 de janeiro como autor da minuta golpista;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
Angelo Martins Denicoli, militar da reserva e ex-diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS;
Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
Bernardo Romão, coronel do Exército;
Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestre;
Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário que teria ajudado a montar estudo apontando fraude nas urnas eletrônicas;
Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, general e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência da República;
Guilherme Marques Almeida, tenente-coronel e comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército;
Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
José Eduardo de Oliveira e Silva, padre;
Laércio Virgílio, general de brigada reformado;
Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens;
Mario Fernandes, homem de confiança de Bolsonaro e comandante que ocupou cargos na Secretaria-Geral;
Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-comandante do Exército;
Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército;
Ronald Ferreira de Araújo Júnior, oficial do Exército;
Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, major do Exército;
Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor da Presidência da República;
Walter Braga Netto, general e candidato a vice de Bolsonaro.
Mandados de prisão
Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;
Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência da República;
Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens;
Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.
Medidas cautelares que podem incluir apreensão de passaporte e/ou proibição de manter contato com os demais investigados
"
["author"]=>
string(24) "Gabriela Oliva / O TEMPO"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(612362)
["filename"]=>
string(14) "bomzuumfdp.jpg"
["size"]=>
string(5) "36365"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(21) "mmarquivo/eiisportes/"
}
["image_caption"]=>
string(84) "Na imagem, o ex-presidente Jair Bolsonaro — Foto: Valter Campanato/Agência Brasil"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(161) "O ex-presidente afirmou querer se "defender" de acusações e realizar "ato pacífico em defesa do Estado Democrático de Direito"
"
["author_slug"]=>
string(22) "gabriela-oliva-o-tempo"
["views"]=>
int(136)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(70) "apos-ser-alvo-da-pf-jair-bolsonaro-convoca-ato-para-a-avenida-paulista"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(431)
["name"]=>
string(9) "Política"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "politica"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(431)
["name"]=>
string(9) "Política"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "politica"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2024-02-12 21:10:54.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2024-02-12 21:10:54.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2024-02-12T21:10:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(35) "mmarquivo/eiisportes/bomzuumfdp.jpg"
}
EM SÃO PAULO
Após a intensa repercussão da operação da Polícia Federal ocorrida na semana passada, que teve Jair Bolsonaro (PL) como um dos alvos, o ex-presidente convocou seus apoiadores a participarem de uma manifestação marcada para o dia 25 de fevereiro, na Avenida Paulista, em São Paulo.
"Estarei realizando um ato pacífico em defesa do nosso Estado Democrático de Direito. Peço a todos vocês que compareçam trajando verde e amarelo. E mais do que isso, não compareçam com qualquer cartaz ou faixa contra quem quer que seja. Nesse evento, quero me defender de todas as acusações que tem sido imputadas a minha pessoa nos últimos meses. Mais do que discurso, uma fotografia", afirmou.
A operação investiga uma organização criminosa envolvida em uma tentativa de golpe de Estado e na subversão do Estado Democrático de Direito. Bolsonaro sofreu uma medida cautelar e teve que entregar seu passaporte às autoridades, para que não possa sair do país.
Entenda a operação que investiga tentativa de golpe de Estado
A operação Tempus Veritatis (ou "hora da verdade", em latim), deflagrada na quinta-feira pela PF, investiga "a tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder".
Citações apontam que Bolsonaro ordenou pessoalmente ajustes em uma minuta de golpe. O documento tinha, ao final, ordens de prisão para diversas autoridades, como Moraes, o também ministro do STF Gilmar Mendes e o presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Sobre Moraes, agentes da PF identificaram que o ministro tinha sua agenda, o deslocamento aéreo e a localização monitorados por um "núcleo de inteligência paralela" integrado pelo entorno de Bolsonaro.
A troca de conversas da reunião, divulgada na sexta-feira (9) após o vídeo encontrado no computador de Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro), "nitidamente revela o arranjo de dinâmica golpista" na "alta cúpula do governo" do ex-presidente, segundo a PF.
O material também mostra Bolsonaro dizendo a todos os seus ministros que era necessário agir antes das eleições para que o Brasil não virasse “uma grande guerrilha”. O então presidente também manifestou preocupação com a possibilidade de ser preso por "atos antidemocráticos" ao descer a rampa do Palácio do Planalto, a sede administrativa do governo federal em Brasília (DF), onde aconteceu a reunião.
Ainda na reunião, o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno afirmou: "tiver que virar a mesa é antes das eleições", acrescentando que não teria "VAR". Ele disse ter sua visão "clara" de que seria necessário "agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas".
Heleno afirmou, inicialmente, que teria conversado com o então diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Vitor Carneiro para "infiltrar agentes nas campanhas eleitorais", alertando sobre o risco de descoberta. Bolsonaro o interrompeu e pediu que conversassem de forma reservada depois.
Foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão nos Estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. Bolsonaro foi alvo de cautelar para entregar o passaporte em 24 horas. Há indícios dos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
As apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, para tentar viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
De acordo com a investigação, o primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022. Isso ocorreu por meio da disseminação falsa de vulnerabilidades das urnas eletrônicas de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.
A PF apontou que o segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para "subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível".
Quatro ex-assessores de Jair Bolsonaro foram alvos de mandados de prisão na operação desencadeada pela PF. Um deles foi Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, e o coronel Marcelo Câmara, que trabalhou no governo passado e foi ajudante de ordens de Bolsonaro, na cota prevista para ex-presidentes.
Veja abaixo a lista de alvos da PF:
Mandados de busca e apreensão
Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão da reserva e ex-candidato a deputado estadual (PL-RJ);
Almir Garnier Santos; ex-comandante-geral da Marinha;
Amauri Feres Saad, advogado apontado pela CPMI do 8 de janeiro como autor da minuta golpista;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
Angelo Martins Denicoli, militar da reserva e ex-diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS;
Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
Bernardo Romão, coronel do Exército;
Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestre;
Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário que teria ajudado a montar estudo apontando fraude nas urnas eletrônicas;
Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, general e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência da República;
Guilherme Marques Almeida, tenente-coronel e comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército;
Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
José Eduardo de Oliveira e Silva, padre;
Laércio Virgílio, general de brigada reformado;
Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens;
Mario Fernandes, homem de confiança de Bolsonaro e comandante que ocupou cargos na Secretaria-Geral;
Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-comandante do Exército;
Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército;
Ronald Ferreira de Araújo Júnior, oficial do Exército;
Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, major do Exército;
Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor da Presidência da República;
Walter Braga Netto, general e candidato a vice de Bolsonaro.
Mandados de prisão
Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;
Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência da República;
Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens;
Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.
Medidas cautelares que podem incluir apreensão de passaporte e/ou proibição de manter contato com os demais investigados