A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que chegou a anunciar que estava com a COVID-19 e fazendo uso da hidroxicloroquina, admitiu, nesta sexta-feira (28), não ter pegado a doença. A afirmação veio depois da divulgação, por veículos de imprensa, de que Carla não teria sido diagnosticada com o novo coronavírus – e aí a própria parlamentar afirmou que o resultado de seu exame foi um ‘falso positivo’.

Segundo o hospital DFStar, onde a deputada procurou atendimento médico nesta semana, Carla Zambelli foi acometida por uma ‘endometriose profunda’. Ela passa bem e segue em tratamento ambulatorial.

"A deputada federal Carla Zambelli foi ao DFStar nesta sexta para uma consulta de rotina. Após extensa investigação clínica, a equipe médica que acompanha a deputada chegou à conclusão de que a mesma não teve a infecção pela COVID-19, e descartou o diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico ou de outra doença autoimune. Foi feito o diagnóstico de endometriose profunda e iniciado o tratamento", diz a nota do hospital.

Cloroquina


Bolsonarista ferrenha, Carla Zambelli, assim como o presidente da República, Jair Bolsonaro, é grande propagandista da cloroquina e da hidroxicloroquina.

Após afirmar, em 19 de agosto, que havia contraído COVID-19 e que estava assintomática, ela postou imagens do medicamento, do qual afirmou estar fazendo uso.

Em suas redes sociais, Carla Zambelli postou fotos de medicamentos, entre eles a hidroxicloroquina(foto: Reprodução/Facebook)

Em suas redes sociais são várias as postagens exaltando o remédio. No dia 17, ela garantiu que a primeira-dama Michelle Bolsonaro se curou da infecção pelo novo coronavírus por causa da hidroxicloroquina.

Assim como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nas oportunidades em que citou o medicamento, Carla Zambelli envolveu o tema com menções a questões políticas e ideológicas.

Apesar de muitos estudos pelo mundo, não existe comprovação científica de que a cloroquina ou seu derivado, a hirdoxicloroquina, sejam eficazes no combate à COVID-19. A Organização Mundial de Saúde (OMS) inclusive já alertou sobre a ineficácia da substância no tratamento da doença.

Além disso, os medicamentos podem acarretar sérios efeitos colaterais, como arritmia cardíaca, complicações nos rins, comprometimento da saúde dos olhos, e ainda, dores abdominais, náusea, diarreia e vômito.

O remédio é prescrito para malária e doenças autoimunes.