Após a aprovação do Fundo Eleitoral bilionário pela Comissão Mista de Orçamento na quinta-feira (15/7), vários deputados da base do governo tiveram que se explicar porque criticaram o chamado Fundão, mas votaram a favor da Lei Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022. Com a aprovação, o previsão é que o fundo eleitoral suba de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões. 


Os parlamentares alegam que, apesar de terem votado a favor da LDO, votaram pelo aprovação do destaque apresentado pelo partido Novo que tentava retirar o Fundão do texto. O destaque foi votado após aprovação do texto-base da LDO. A tentativa de retirar o Fundão foi rejeitada em votação simbólica, ou seja, sem cada deputado registrar seu voto. O PSL e o PT serão os partidos mais beneficiados pelo fundão, já que têm a maior bancada na Câmara. 


O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) postou um vídeo em que crítica o dispositivo, mas esquece de mencionar que ele mesmo votou a favor da aprovação da LDO. "A matéria agora vai para a Presidência da República, que pode vetar esse dispositivo. Mas, ainda que esse dispositivo prospere , final do ano o relator do Orçamento poderá acatar, ou não, essa questão", disse o deputado.


Após ser criticado, o parlamentar disse que votou a favor do destaque apresentado pelo partido Novo que tentava evitar o aumento das verbas do financiamento eleitoral. "Votei sim à LDO (que engloba vários temas) e contra o fundão eleitoral (sim ao destaque)", disse.


A deputada Carla Zambelli (PSL/SP) também usou as redes sociais para se explicar. "Pegar um print da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias e sair mentindo "olha, isso é a votação do fundão, fulano votou a favor do fundão" é fácil. Difícil é contar a verdade: que nós apoiamos o destaque do NOVO para RETIRAR do texto o fundão de R$ 6 bi", escreveu no Twitter.


Também cobrada nas redes sociais, a deputada Bia Kicis (PSL/DF) disse que apoiou o destaque do partido Novo. "Eu votei contra o aumento do Fundão e a favor da PSL. Tem gente querendo fazer confusão", disse em vídeo publicado nas redes sociais. Ela disse que quem votou contra a aprovação do PLO, como o PT e o Psol, é porque quer "inviabilizar o governo".


O deputado Carlos Sampaio (PSDB/SP) também votou a favor da LDO e se disse contrário ao Fundão. "A questão envolvendo o aumento do fundão seria votada logo após, por meio de um destaque específico. Essa votação, por decisão do presidente da Câmara, vergonhosamente, foi simbólica, ou seja, impediu que cada deputado se posicionasse sobre o tema. Carlos Sampaio não apenas é contra esse aumento do fundão, como nunca aceitou qualquer recurso vindo dele em suas campanhas, desde a sua criação", disse nota da assessoria dele.


Paulo Eduardo Martins (PSC) também disse que uma "manobra" impediu a votação nominal dos destaques. "Uma manobra impediu a votação nominal dos destaques da LDO. Registrei meu voto favorável ao destaque do Novo contra o aumento do fundo eleitoral. Portanto, há o voto favorável ao texto base da LDO e o voto do destaque, conta o fundo. (…) Seria mais fácil votar contra tudo e ponto. Preferi separar as coisas. Em tempo, não usarei fundo eleitoral em 2022, caso seja candidato", escreve no Twitter.


Da mesma forma se pronunciou o deputado Jerônimo Goergen (PP). “Tenho sido cobrado por uma votação que não ocorreu nominalmente. Totalmente inapropriada a forma como o aumento do fundo eleitoral acabou sendo aprovado junto com a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Uma votação como esta precisa ser nominal. Temos que ter direito de mostrar no painel nosso voto para nossos eleitores. Meu voto foi pela aprovação da peça como um todo e não desse item específico", disse.