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De acordo com informações obtidas pelo Correio, Anderson Torres pretende fornecer novas informações sobre o envolvimento de Bolsonaro no caso, tendo em vista que a delação do tenente-coronel Mauro Cid — ex-ajudante de ordens do ex-presidente — forneceu, por meio de delação, evidências e detalhes de reuniões que ocorreram para manter Bolsonaro no poder. Além disso, Mauro Cid apresentou documentos e relatou encontros que ocorreram para tentar colocar em prática a anulação do resultado das eleições de 2022.
Além disso, Torres — na época dos atentados ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal — também teria detalhes sobre a atuação da cúpula da Polícia Militar da capital, inclusive de oficiais que ainda estão em liberdade, em relação ao 8 de janeiro. Uma das possibilidades que preocupam os investigadores é que militares da corporação policial tentem interferir no andamento das investigações no sentido de coagir outros acusados para que não revelem tudo o que sabem. A PF optou por realizar as oitivas simultaneamente, a fim de evitar que os suspeitos combinem os depoimentos.
Nas últimas semanas, cresceram os rumores de que integrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) poderiam firmar acordo de delação. Com isso, Anderson Torres é pressionado a informar o que sabe sobre a participação de Bolsonaro e outros a fim de que não seja responsabilizado por falhas e omissões relativas aos atos de 8 de janeiro. As diligências estão na fase final e, à medida que as investigações avançam, fecham as possibilidades de que a PF e o Ministério Público concordem com pedidos de delação dos envolvidos. Com o surgimento de mais provas, as delações se tornam dispensáveis, evitando, assim, o abatimento de pena dos envolvidos.
Direito ao silêncio
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reiterou, nesta terça-feira (20/2), que não vai responder aos questionamentos da PF no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado. A defesa informou ao delegado federal Fábio Alvarez Shor, que conduz a investigação, que o ex-presidente ficará em silêncio. Por isso, os advogados pediram que ele fosse dispensado de comparecer à PF.
"Uma vez que o peticionário fará uso do direito ao silêncio nos termos da presente manifestação, requer seja dispensado do comparecimento pessoal, conforme já discutido previamente com Vossa Excelência em outras oitivas, notadamente, em virtude de preocupações relacionadas à logística e à segurança", diz a manifestação.
A comunicação foi enviada ao delegado depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido para suspender o depoimento. A defesa havia requisitado que Bolsonaro só fosse ouvido depois de ter acesso às mensagens recuperadas pela PF nos celulares de seus aliados, apreendidos na investigação.
Moraes, por sua vez, alegou que os advogados já têm acesso integral aos autos e que apenas diligências em andamento e a delação do tenente-coronel Mauro Cid estão em sigilo. O ministro concluiu que não havia justificativa para o adiamento e cravou que não cabe ao ex-presidente, na condição de investigado, escolher data e horário do seu interrogatório.
Em nova manifestação, ontem, a defesa de Bolsonaro insiste em ter acesso aos diálogos e afirma que o ministro Alexandre de Moraes não demonstrou "concretamente" por que a investigação pode ser prejudicada se o ex-presidente estiver a par das conversas. Outro argumento é que os advogados só tiveram acesso aos autos ontem, e não teriam tempo hábil para preparar a defesa.
Joias árabes
O Partido Progressista (PP) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar anular a investigação do caso das joias árabes, que atinge o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O partido sustenta que o inquérito não poderia ter sido aberto por iniciativa do ministro Alexandre de Moraes sem uma posição anterior da Procuradoria-Geral da República (PGR). Também alega que Moraes não é imparcial e que o caso deveria tramitar na primeira instância.
"Cidadãos estão sendo submetidos à infundada e ilegítima investigação travestida de 'Petição' violadora de inúmeros princípios constitucionais e indevidamente conduzida por órgão incompetente e por relator/julgador desprovido de imparcialidade, o que lhes ocasiona diuturnamente prejuízos irreparáveis", diz um trecho da ação. O PP pede que a investigação seja suspensa em caráter liminar até o STF julgar os argumentos apresentados pelo partido.
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De acordo com informações obtidas pelo Correio, Anderson Torres pretende fornecer novas informações sobre o envolvimento de Bolsonaro no caso, tendo em vista que a delação do tenente-coronel Mauro Cid — ex-ajudante de ordens do ex-presidente — forneceu, por meio de delação, evidências e detalhes de reuniões que ocorreram para manter Bolsonaro no poder. Além disso, Mauro Cid apresentou documentos e relatou encontros que ocorreram para tentar colocar em prática a anulação do resultado das eleições de 2022.
Além disso, Torres — na época dos atentados ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal — também teria detalhes sobre a atuação da cúpula da Polícia Militar da capital, inclusive de oficiais que ainda estão em liberdade, em relação ao 8 de janeiro. Uma das possibilidades que preocupam os investigadores é que militares da corporação policial tentem interferir no andamento das investigações no sentido de coagir outros acusados para que não revelem tudo o que sabem. A PF optou por realizar as oitivas simultaneamente, a fim de evitar que os suspeitos combinem os depoimentos.
Nas últimas semanas, cresceram os rumores de que integrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) poderiam firmar acordo de delação. Com isso, Anderson Torres é pressionado a informar o que sabe sobre a participação de Bolsonaro e outros a fim de que não seja responsabilizado por falhas e omissões relativas aos atos de 8 de janeiro. As diligências estão na fase final e, à medida que as investigações avançam, fecham as possibilidades de que a PF e o Ministério Público concordem com pedidos de delação dos envolvidos. Com o surgimento de mais provas, as delações se tornam dispensáveis, evitando, assim, o abatimento de pena dos envolvidos.
Direito ao silêncio
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reiterou, nesta terça-feira (20/2), que não vai responder aos questionamentos da PF no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado. A defesa informou ao delegado federal Fábio Alvarez Shor, que conduz a investigação, que o ex-presidente ficará em silêncio. Por isso, os advogados pediram que ele fosse dispensado de comparecer à PF.
"Uma vez que o peticionário fará uso do direito ao silêncio nos termos da presente manifestação, requer seja dispensado do comparecimento pessoal, conforme já discutido previamente com Vossa Excelência em outras oitivas, notadamente, em virtude de preocupações relacionadas à logística e à segurança", diz a manifestação.
A comunicação foi enviada ao delegado depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido para suspender o depoimento. A defesa havia requisitado que Bolsonaro só fosse ouvido depois de ter acesso às mensagens recuperadas pela PF nos celulares de seus aliados, apreendidos na investigação.
Moraes, por sua vez, alegou que os advogados já têm acesso integral aos autos e que apenas diligências em andamento e a delação do tenente-coronel Mauro Cid estão em sigilo. O ministro concluiu que não havia justificativa para o adiamento e cravou que não cabe ao ex-presidente, na condição de investigado, escolher data e horário do seu interrogatório.
Em nova manifestação, ontem, a defesa de Bolsonaro insiste em ter acesso aos diálogos e afirma que o ministro Alexandre de Moraes não demonstrou "concretamente" por que a investigação pode ser prejudicada se o ex-presidente estiver a par das conversas. Outro argumento é que os advogados só tiveram acesso aos autos ontem, e não teriam tempo hábil para preparar a defesa.
Joias árabes
O Partido Progressista (PP) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar anular a investigação do caso das joias árabes, que atinge o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O partido sustenta que o inquérito não poderia ter sido aberto por iniciativa do ministro Alexandre de Moraes sem uma posição anterior da Procuradoria-Geral da República (PGR). Também alega que Moraes não é imparcial e que o caso deveria tramitar na primeira instância.
"Cidadãos estão sendo submetidos à infundada e ilegítima investigação travestida de 'Petição' violadora de inúmeros princípios constitucionais e indevidamente conduzida por órgão incompetente e por relator/julgador desprovido de imparcialidade, o que lhes ocasiona diuturnamente prejuízos irreparáveis", diz um trecho da ação. O PP pede que a investigação seja suspensa em caráter liminar até o STF julgar os argumentos apresentados pelo partido.