Antes de ser preso, quando ainda estava nos EUA, o ex-ministro bolsonarista Anderson Torres estava "apavorado" e "com medo de morrer", informa o colunista Daniel Cesar do portal iG.

Pessoas próximas ao ex-ministro relataram ao colunista que ele estava paranoico e temia, inclusive, um envenenamento: "mesmo nos EUA, o Anderson tentou se isolar, evitou pedir comida fora e não deixou ninguém que não fosse de seu círculo íntimo lhe servisse nada".

Torres frequentemente comparava sua situação com a de outros políticos que faleceram em meio a polêmicas, insinuando que poderia ser assassinado: "ele falava muito do (Gustavo) Bebianno e que não queria morrer, nem de morte natural que fosse".

Bebianno era aliado de Bolsonaro, chegando até mesmo a assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República em janeiro de 2019, mas renunciou um mês depois devido a discordâncias com Carlos Bolsonaro. No ano seguinte, faleceu em decorrência de um infarto fulminante.

 Ainda segundo o colunista do iG, Torres buscou "uma forma de viajar de modo que fosse seguro e sem risco" e uma pessoa próxima revelou que "numa mensagem, o Anderson disse que a prisão era o lugar mais seguro neste momento".

O medo do ex-ministro era justificável, de acordo com um deputado que acompanha o caso de perto: "ele é um arquivo vivo porque é, talvez, a única pessoa que tenha respostas para tudo. Quem fez tudo sabe que o Torres tem as provas e pode entregá-las".

 O colunista também informa que Torres "mandou recados de que não cairia sozinho e existe a expectativa de que ele vá denunciar bolsonaristas pela confecção do decreto golpista, encontrado na casa dele".