ENTREVISTA EXCLUSIVA

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), acredita que seu correligionário Rodrigo Pacheco (PSD) seria o “melhor projeto” para concorrer ao governo de Minas Gerais em 2026. O senador, nome defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entretanto, ainda não disse o “sim” de forma oficial. Em entrevista ao programa Café com Política nesta segunda-feira (15/9), Silveira reconheceu a demora de Pacheco em dar uma confirmação, pontuando que o parlamentar deveria tomar uma decisão “o mais rápido possível”.

Neste ano, Pacheco tem acompanhado as agendas em Minas Gerais do presidente Lula, que vem intensificando o nome do senador para concorrer ao Executivo estadual em 2026. O ministro de Minas e Energia nega que haja uma pressão por parte de Lula para que Pacheco se torne candidato, mas reforça que entende que o senador é “o melhor projeto para Minas Gerais” em 2026.

“O presidente o escolheu porque entende que o senador Pacheco é uma figura nacional, uma figura com muito prestígio, que tem espírito público, construiu uma trajetória à altura e poder trazer recursos para Minas Gerais”, diz Silveira. “Eu quero acreditar que ele aceitará o grande desafio de conduzir os destinos de Minas Gerais que, diga-se de passagem, ficou para trás comparado com outros estados da federação.”

Para Silveira, Minas Gerais, como segundo maior colégio eleitoral do país, terá papel importante nas eleições de 2026. Porém, o estado carece de protagonismo nacional, o que poderia ser reconquistado com Pacheco no comando do governo, na avaliação do ministro.

“Eu acho que o presidente Lula sempre ganhou em Minas Gerais em todas as eleições, e voltará a ganhar em 2026 em Minas Gerais, e os mineiros e mineiras contribuirão mais uma vez para que o Brasil continue se desenvolvendo e continue sendo soberano nas suas riquezas.”

Gilberto Kassab

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, é secretário de Governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo - um dos nomes cotados para serem adversários de Lula no próximo ano. Questionado se a candidatura de Pacheco dependeria de um movimento nacional do PSD, Silveira pondera que, na realidade, a decisão de Pacheco guiaria as construções partidárias para 2026.

O ministro acredita que podem ocorrer divergências dentro do PSD quanto à candidatura de Rodrigo Pacheco sendo apoiada pelo presidente Lula, considerando que, em outros momentos, Lula enfrentou resistências dentro da sigla. Porém, ele pontua que o partido deve chegar a um consenso.

“Minas é a síntese do Brasil, somos o retrato mais fidedigno do Brasil. O meu compromisso é dar a vitória ao presidente Lula em Minas Gerais, porque o fazendo, eu tenho absoluta certeza de que a gente repetirá o resultado nacional”, diz. “Nós estamos focados nisso, e o PSD é um partido de centro, é um partido que tem um diálogo intenso. O presidente Gilberto Kassab, que sempre foi alguém que constrói e trabalha com a boa política, já deixou claro que a tendência do partido é ter uma candidatura própria, mas que respeita as diferenças regionais e a de Minas Gerais”, pondera Silveira.

Para o ministro de Lula, a candidatura de Pacheco depende exclusivamente dele se posicionar publicamente, especialmente porque há outras discussões relacionadas ao papel que o PSD terá em 2026 para o Executivo de Minas, considerando que o atual vice-governador, Mateus Simões (Novo), estaria cogitando se filiar a legenda para concorrer no próximo ano.

“Eu concordo que é importante que ele (Pacheco) tome essa decisão o mais rápido possível e venha a público. É claro que ele tem o seu tempo, e esse tempo tem que ser respeitado, mas eu tenho que ele venha a público e comece a articular a sua candidatura”, defende o ministro.