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No caso de Pacheco, ele estava no local certo e na hora certa. Quando o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, em dezembro, barrar a reeleição para o comando da Câmara e do Senado, o senador mineiro herdou grande parte da articulação já montada pelo atual presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Pacheco não era necessariamente a primeira opção de Alcolumbre, que levou vários nomes para a benção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como Antonio Anastasia (PSD-MG) e Nelsinho Trad (PSD-MS). Mas a corrida afunilou, com a desistência do primeiro e a rejeição ao segundo.
Pouco antes do Natal, Alcolumbre levou seu apadrinhado para um almoço no Alvorada, quando foi efetivamente avalizado. Inicialmente, a promessa era que Bolsonaro não iria interferir contra a candidatura, declarando uma certa neutralidade.
O presidente, no entanto, começou a fazer vistas grossas quando Alcolumbre e Pacheco passaram a usar a influência do governo nas negociações. Cobrado pelo rival, o MDB, em uma reunião com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), Bolsonaro enfim declarou que o senador mineiro era seu candidato.
Bolsonaro já tinha boa relação com Pacheco quando ambos eram deputados federais e, em 2019, fez questão de convidá-lo para viagem oficial à Ásia, convite aceito pelo mineiro.
O entorno do presidente reconhece, no entanto, que Pacheco, apesar de ser um provável aliado, não deve adotar a mesma postura governista de Alcolumbre. O senador tem perfil independente e é crítico da pauta de costumes cara aos bolsonaristas. Em 2019, votou contra medida que flexibilizava porte e posse de armas, bandeira de Bolsonaro na campanha presidencial de 2018.
Mas aproximou-se nos últimos dois anos da equipe econômica do governo, ajudando em articulações para avançar a agenda de reformas. Ganhou pontos com Paulo Guedes ao relatar e chegar a um acordo para a votação da nova lei de falências.
Se eleito, um de seus desafios será sair da sombra de Alcolumbre, principalmente se o atual presidente decidir continuar no Senado. Aliados também avaliam que terá de administrar o complicado sistema de alianças feito pelo padrinho, que inclui Bolsonaro, bancadas de centro e de direita e o PT.
Como vem afirmando em tom de brincadeira um senador, vai chegar a hora em que Pacheco vai precisar trair alguém; restaria saber se apenas um dos atores envolvidos, dois ou os três.
De todos os compromissos assumidos nas alianças, o mais notório é que não será candidato ao Governo de Minas. A condição foi articulada pela cúpula nacional do DEM para atrair para a aliança a segunda maior bancada do Senado, o PSD, com 11 votos. Abre espaço para as candidaturas de Alexandre Kalil (PSD), prefeito de Belo Horizonte, ou para o senador Carlos Viana (PSD-MG).
Pacheco pode presidir o Senado com apenas seis anos de atuação no Congresso, a maior parte em mandato na Câmara. Deputado, presidiu a importante CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) quando o colegiado analisava denúncias contra o presidente Michel Temer, seu então correligionário no MDB.
Em ato descrito como de independência pelos atuais aliados e de traição pelos antigos, Pacheco indicou como relator da denúncia o deputado Sérgio Zveiter (MDB-RJ), que leu duro parecer favorável à admissibilidade da denúncia pelo crime de corrupção passiva contra Temer.
O episódio foi um dos fatores que influenciaram sua decisão de deixar o antigo partido, migrando para o DEM pelas mãos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Pacheco também citou problemas regionais, como a possibilidade de aliança do MDB em Minas Gerais com o PT de Fernando Pimentel.
Ironicamente, Pacheco e PT se aproximaram no Senado, facilitando a adesão petista à candidatura. O movimento abriu as portas para o apoio de outros partidos de oposição, como o PDT.
Um ponto de crítica nos corredores do Senado é o conflito de interesse entre sua atuação parlamentar e os negócios de sua família. Pacheco fez carreira de sucesso como advogado criminalista, mas também é herdeiro de empresas de transporte rodoviário de passageiros.
No fim do ano passado, em sinal de prestígio do senador mineiro, o governo federal indicou para a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) um assessor de seu gabinete, o ex-deputado estadual em Minas Gerais Arnaldo Silva Júnior. Renato Machado e Gustavo UribeRodrigo Pacheco, 44
Senador por Minas Gerais e líder da bancada do DEM, está em seu primeiro mandato na Casa. Começou sua carreira política ao ser eleito deputado federal, em 2014, e tornou-se na Câmara presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Antes de se filiar ao DEM, em 2018, passou pelo MDB. Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, seu bloco de apoio conta com DEM, PDT, PL, PP, PROS, PSC, PSD, PT e Republicanos.
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No caso de Pacheco, ele estava no local certo e na hora certa. Quando o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, em dezembro, barrar a reeleição para o comando da Câmara e do Senado, o senador mineiro herdou grande parte da articulação já montada pelo atual presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Pacheco não era necessariamente a primeira opção de Alcolumbre, que levou vários nomes para a benção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como Antonio Anastasia (PSD-MG) e Nelsinho Trad (PSD-MS). Mas a corrida afunilou, com a desistência do primeiro e a rejeição ao segundo.
Pouco antes do Natal, Alcolumbre levou seu apadrinhado para um almoço no Alvorada, quando foi efetivamente avalizado. Inicialmente, a promessa era que Bolsonaro não iria interferir contra a candidatura, declarando uma certa neutralidade.
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O entorno do presidente reconhece, no entanto, que Pacheco, apesar de ser um provável aliado, não deve adotar a mesma postura governista de Alcolumbre. O senador tem perfil independente e é crítico da pauta de costumes cara aos bolsonaristas. Em 2019, votou contra medida que flexibilizava porte e posse de armas, bandeira de Bolsonaro na campanha presidencial de 2018.
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Senador por Minas Gerais e líder da bancada do DEM, está em seu primeiro mandato na Casa. Começou sua carreira política ao ser eleito deputado federal, em 2014, e tornou-se na Câmara presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Antes de se filiar ao DEM, em 2018, passou pelo MDB. Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, seu bloco de apoio conta com DEM, PDT, PL, PP, PROS, PSC, PSD, PT e Republicanos.