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O crescimento da Extrema-Direita na UE se comprovou nas eleições para seu parlamento hoje, 09 de junho de 2024. Essas eleições confirmam a virada mundial do um novo fenômeno, a Ultradireita, que surgiu na Crise de Superprodução de Capital (2005-2009), uma crise de características mais profundas do que as crise cíclicas, e que o Capital pariu o Ultraliberalismo.
Essas eleições, assim como o que aconteceu nos EUA em 2016 (pode se repetir em 2024), demonstra que o mundo passa por um processo acelerado de grande mutação com a mudança de paradigma do papel do Estado, e é este o legado da grande Crise de Superprodução (Crise 2.0), que explodiu em 2005 nos EUA e 2007 na UE, tornadas públicas respectivamente em 2008 e 2009. A rara combinação de crise simultânea no centro do capitalismo nos remete à crise de 1929, que também gestou um novo Estado, o de bem-estar social, nesse vem o Ultraliberalismo, como forma mais radical do neoliberalismo.
Com a eclosão da maior e mais grave crise do capitalismo, desde 1929, tem significados que vão além das consequências econômicas, principalmente os seus impactos sociais, na vida dos trabalhadores e da sociedade em geral. O peso é mais grave na mediação da sociedade, com o esgotamento da Democracia e da Política. A saída, mais uma vez, é a quebra de um Estado paradigma e substituição por outro, o que nunca é pacífico.
Essa alteração de qualidade do Estado, que metaforicamente denominado de Estado Gotham City, já vinha sendo preparada desde o final dos anos 70 e o início dos anos de 1980, com o denominado neoliberalismo de Reagan e Thatcher, ou melhor, com a captura do FED pelo Goldman Sachs, através do Democrata Paul Volker. E no Leste com a Perestroika de Gorbachev, os dois movimentos convergiram para a quebra do Estado de Bem-estar Social.
É preciso compreender que o que se aprofunda, nesses tempos “modernos”, são as contradições de classes em luta, não se anunciou um novo sistema de “fim da história” com a queda do muro de Berlim. A luta de vida e morte do Capital(K) contra o Trabalho é pela maximização da Taxa de Lucro, não existe um arrefecimento da Luta de Classes, dá-se o oposto. Na época da revolução da microeletrônica, dos sistemas digitais, ao contrário do se pensa, nunca fomos tão explorados, o tempo necessário para remuneração do trabalho produtivo é cada vez menor.
O ponto crucial, de nossa análise, é que a Democracia se tornou um estorvo para o desenvolvimento do Kapital, seu novo ciclo, amplo, não consegue deslanchar em todo o planeta. Mesmo os EUA tendo rompido com a Crise 2.0, os índices de crescimento continuam abaixo do necessário, pois a UE continua claudicando, em volta com a herança do velho estado de bem-estar social, o que impede a saída única, a do Estado Gotham City.
O mundo se tornou significativamente pior, a democracia representativa se esgota de forma rápida, a combinação de desilusão com a nenhuma alternativa gestada, leva à dispersão geral. Os grupos autônomos surgidos nestes últimos anos não compreenderam os caminhos desta nova ordem Estatal, que busca esconder a ação do Estado com o ultraliberalismo, quase um semi-estado, mas na verdade é um Estado muito mais forte, de exceção, sem democracia, povo e representação.
A (não) Democracia dos algoritmos e da chamada Inteligência Artificial ardilosamente cria uma dispersão política dos antigos polos, tanto a Direita tradicional quanto a Esquerda (marxista ou não) têm enorme dificuldade de compreenderem o tamanho do rombo. A horizontalidade exigida pelas multidões, se casa, em essência, com os desejos da burocracia estável e à serviço da fração burguesa que dirige a vida e a morte da humanidade, o capital financeiro, especulativo e parasitário, combinado com as últimas formas de exploração em massa, a uberização, a mais profunda precarização do mundo do Trabalho.
Mesmo que se tenha eleições e governos eleitos, outros não-eleitos, nos parece apenas um simulacro de Democracia, pois estamos numa época de completo desvalor da Democracia, terreno propício para dispersão generalizada, da desmoralização daqueles que acreditam no Estado de Direito, Direitos Humanos e Sociedade Plural.
Ainda que o Centro-Direita sobreviva como dirigente da UE, será pressionado pelos radicais da Ultradireita, que cresceu de forma avassaladora. A experiência do Brasil, da volta de Lula ao governo, numa coalizão com a Direita, mas derrotado no Parlamento com o total domínio da extrema-direita, demonstra os limites impostos pela realidade, ainda que se avance em índices sociais, a disputa ideológica é favorável aos extremistas, a Hegemonia deles é um dado da realidade.
A reconstrução de um novo bloco político internacional se impõe, ou não se barrará o avanço da extrema-direita e sua pauta anti-humana, contra a civilização.
Arnóbio Rocha*
Advogado civilista, membro do Sindicato dos Advogados de SP, ex-vice-presidente da CDH da OAB-SP, autor do Blog arnobiorocha.com.br e do livro "Crise 2.0: A taxa de lucro reloaded".
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Essas eleições, assim como o que aconteceu nos EUA em 2016 (pode se repetir em 2024), demonstra que o mundo passa por um processo acelerado de grande mutação com a mudança de paradigma do papel do Estado, e é este o legado da grande Crise de Superprodução (Crise 2.0), que explodiu em 2005 nos EUA e 2007 na UE, tornadas públicas respectivamente em 2008 e 2009. A rara combinação de crise simultânea no centro do capitalismo nos remete à crise de 1929, que também gestou um novo Estado, o de bem-estar social, nesse vem o Ultraliberalismo, como forma mais radical do neoliberalismo.
Com a eclosão da maior e mais grave crise do capitalismo, desde 1929, tem significados que vão além das consequências econômicas, principalmente os seus impactos sociais, na vida dos trabalhadores e da sociedade em geral. O peso é mais grave na mediação da sociedade, com o esgotamento da Democracia e da Política. A saída, mais uma vez, é a quebra de um Estado paradigma e substituição por outro, o que nunca é pacífico.
Essa alteração de qualidade do Estado, que metaforicamente denominado de Estado Gotham City, já vinha sendo preparada desde o final dos anos 70 e o início dos anos de 1980, com o denominado neoliberalismo de Reagan e Thatcher, ou melhor, com a captura do FED pelo Goldman Sachs, através do Democrata Paul Volker. E no Leste com a Perestroika de Gorbachev, os dois movimentos convergiram para a quebra do Estado de Bem-estar Social.
É preciso compreender que o que se aprofunda, nesses tempos “modernos”, são as contradições de classes em luta, não se anunciou um novo sistema de “fim da história” com a queda do muro de Berlim. A luta de vida e morte do Capital(K) contra o Trabalho é pela maximização da Taxa de Lucro, não existe um arrefecimento da Luta de Classes, dá-se o oposto. Na época da revolução da microeletrônica, dos sistemas digitais, ao contrário do se pensa, nunca fomos tão explorados, o tempo necessário para remuneração do trabalho produtivo é cada vez menor.
O ponto crucial, de nossa análise, é que a Democracia se tornou um estorvo para o desenvolvimento do Kapital, seu novo ciclo, amplo, não consegue deslanchar em todo o planeta. Mesmo os EUA tendo rompido com a Crise 2.0, os índices de crescimento continuam abaixo do necessário, pois a UE continua claudicando, em volta com a herança do velho estado de bem-estar social, o que impede a saída única, a do Estado Gotham City.
O mundo se tornou significativamente pior, a democracia representativa se esgota de forma rápida, a combinação de desilusão com a nenhuma alternativa gestada, leva à dispersão geral. Os grupos autônomos surgidos nestes últimos anos não compreenderam os caminhos desta nova ordem Estatal, que busca esconder a ação do Estado com o ultraliberalismo, quase um semi-estado, mas na verdade é um Estado muito mais forte, de exceção, sem democracia, povo e representação.
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Ainda que o Centro-Direita sobreviva como dirigente da UE, será pressionado pelos radicais da Ultradireita, que cresceu de forma avassaladora. A experiência do Brasil, da volta de Lula ao governo, numa coalizão com a Direita, mas derrotado no Parlamento com o total domínio da extrema-direita, demonstra os limites impostos pela realidade, ainda que se avance em índices sociais, a disputa ideológica é favorável aos extremistas, a Hegemonia deles é um dado da realidade.
A reconstrução de um novo bloco político internacional se impõe, ou não se barrará o avanço da extrema-direita e sua pauta anti-humana, contra a civilização.
Arnóbio Rocha*
Advogado civilista, membro do Sindicato dos Advogados de SP, ex-vice-presidente da CDH da OAB-SP, autor do Blog arnobiorocha.com.br e do livro "Crise 2.0: A taxa de lucro reloaded".