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Compondo chapa com Lula (PT) e Alexandre Kalil (PSD), o senador Alexandre Silveira, do PSD, é um dos nomes de Minas à Casa mais alta do Legislativo. Presidente do partido no Estado, ele já foi delegado da Polícia Civil e diretor do Dnit, uma das maiores autarquias do governo federal. Com projetos e atuação nas áreas de saúde e infraestrutura, Silveira trava uma disputa acirrada para se manter no Senado, após ocupar a vaga de Antonio Anastasia.
A última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (15), mostra uma diferença de quatro pontos percentuais entres os dois primeiros colocados, com o candidato do PSD em segundo lugar.
Em conversa com o jornalista Carlos Lindenberg, no programa “Gestores de Hoje em Dia – Eleições 2022”, o senador diz que a disputa não o intimida e que seu propósito é mostrar a importância do cargo de senador aos mineiros e combater a pobreza e a fome.
Confira:
O senhor se elegeu deputado federal por duas vezes, com votações expressivas aqui em Minas. Como está sua expectativa para o pleito deste ano?
Estou muito animado. Primeiro porque eu quero cumprir uma missão e mostrar para o povo mineiro a importância do Senado para Minas Gerais. Eu tenho oito meses de mandato no Senado. Substituí um dos mais preparados homens públicos do Estado, o professor Anastasia, que hoje nos honra como ministro do Tribunal de Contas da União. E nesses oito meses procurei defender Minas em suas várias áreas: na saúde, na educação, na segurança, na modernização da legislação, apresentando projetos importantes, principalmente do ponto de vista social, que acho que é a grande prioridade do Brasil hoje, combatendo a miséria, a fome e a desigualdade. Também criando mecanismos de desenvolvimento, de geração de emprego e renda, que são fundamentais para a construção de uma sociedade melhor. O grande desafio de todos os candidatos, hoje, ao Senado é se tornar conhecido pelos mineiros. Eu, particularmente, tive a alegria de representar Minas durante oito anos, na Câmara dos Deputados, com 150 mil votos em 2006 e 200 mil votos em 2010. Fui secretário de Estado de duas pastas importantíssimas: Gestão Metropolitana e Saúde no governo Anastasia em Minas. Fui diretor geral da maior autarquia do governo federal, que é o Dnit, órgão responsável por todas as rodovias, ferrovias, portos e hidrovias, ainda com 31 anos de idade.
Estar no palanque ao lado de Lula tem contribuído para alavancar sua candidatura, já que enfrenta uma disputa acirrada com o candidato do PSC?
Eu acho que está muito bem definido aqui em Minas essa questão dos campos políticos. O atual presidente da República tem quatro candidatos que já declaram voto explícito à sua candidatura. Tem o candidato do governador, que declarou voto ao presidente da República. Tem esse deputado estadual, que também se tornou, na última hora, candidato a senador, coisa que eu quero destacar: acabou que o presidente da República, de forma inusitada, ficou sem palanque em Minas. Ele tentou de todas as formas – isso é público – ter o palanque do governador. Mas o governador resistiu à possibilidade de aceitá-lo no palanque, por causa de sua grande rejeição aqui em Minas. Isso é fato. Aí, na última hora, achou-se uma química para lançar um candidato a governador, que é meu amigo – um grande homem público – senador Carlos Viana, que foi lançado pelo PL e fizeram uma química, já que esse deputado estadual não é do partido e não está coligado com o presidente. E temos apenas um candidato do presidente Lula, que deixou de forma explícita que precisa de alguém com o perfil, a maturidade e a experiência que nós temos. Realmente o nome do presidente Lula alavanca as candidaturas, mas nós temos feito uma parceria muito grande, partindo do pressuposto de que eu tenho vida pública construída muito próxima do municipalismo. Eu tenho a compreensão de que é na cidade que a vida das pessoas acontece.
O senhor acredita que a importância do Senado é subestimada pelos eleitores?
O Senado, muitas vezes, fica como uma instituição distante da realidade das pessoas e isso não é positivo. Senador da República é responsável por sabatinar o presidente do Banco Central. Imagine só! Presidente do Banco Central é aquele que vai definir a política monetária nacional. O senador é aquele que sabatina os embaixadores. Os empréstimos internacionais, todos são aprovados pelo Senado. Os ministros do Tribunal de Contas da União são sabatinados e escolhidos no plenário do Senado. Os ministros do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores também passam pelo Senado. Por isso, o Senado é uma casa madura, de homens públicos mais experimentados e pode fazer muito pelo municipalismo, pela vida das pessoas nos estados.
Quem ganha em Minas, acaba ganhando a Presidência da República?
E tem uma lógica: Minas é a síntese do Brasil. Quem conhece as várias Minas sabe que Minas é o retrato mais fidedigno do Brasil. Para mim, o Estado mais importante do ponto de vista geopolítico. Com um povo que normalmente gosta de construir a boa política, a política do diálogo e do resultado. Então, Minas sempre foi chamada nos momentos mais difíceis da República para honrar o Brasil. Portanto, quem ganhar em Minas vai ganhar no Brasil e eu tenho muita expectativa de que os mineiros vão escolher o líder capaz de resgatar a dignidade no Brasil e, para mim, este líder é o presidente Lula.
O quadro da disputa ao Senado é um reflexo da polarização na briga pela Presidência da República. Como o senhor vê essa polarização?
Acho isso natural, faz parte da democracia, mas eu prefiro a cartesianidade, aqueles que discutem os problemas reais. É fato que nós atravessamos uma pandemia, atravessamos uma guerra entre a Ucrânia e a Rússia, que afetaram a vida das pessoas, tiraram poder de compra da classe média, mas que esmagou a possibilidade dos pobres terem dignidade e alimentar-se três vezes por dia. Isso não é nenhuma retórica, basta a gente andar três quarteirões aqui e ir debaixo do viaduto da Lagoinha. Você vê que até o perfil do morador de rua mudou. O morador de rua que muitas vezes era um paciente psiquiátrico ou uma vítima das drogas, agora são famílias inteiras, com crianças, morando debaixo dos viadutos, porque não conseguem viver nos aglomerados. Portanto, é fundamental nós reconhecermos que o debate ideológico seja natural, mas eu tenho muita expectativa, muita esperança, de que Minas vai dar, mais uma vez, exemplo ao Brasil, escolhendo aqueles que realmente trabalham para melhorar a vida das pessoas.
O senhor acredita que os ânimos vão ficar mais exaltados de agora em diante?
Eu prefiro acreditar e trabalhar para que não se tornem mais exaltados. Nós já temos duas mortes constatadas por beligerância política, por extremismos, e no Brasil isso não é comum. O presidente Lula disputa as eleições no Brasil desde 1988, essa violência não pode ser estimulada, nunca foi pelo presidente Lula. As eleições são a festa da democracia, onde as pessoas podem se apresentar, podem apresentar seus projetos e, principalmente, seu histórico de vida. A eleição não pode ser tratada como guerra. Eleição tem que ser tratada com o bom debate e nós mineiros sempre fomos exemplo disso.
O senhor tem um perfil mais tranquilo. Como é compartilhar a chapa com o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, que está numa batalha ferrenha contra o atual governador Romeu Zema?
Eu tenho convivido muito de perto com o ex-prefeito de Belo Horizonte e agora candidato a governador e vejo que ele é alguém com qualidades muito importantes. Ele é um homem de fala reta, muito franco, muito direto. Como ele diz, às vezes aparenta até ser turrão, mas é alguém com muita sensibilidade humana e demonstrou isso priorizando as políticas sociais em Belo Horizonte. Portanto, tem sido uma alegria muito grande tê-lo no PSD e fazer o bom combate. São estilos diferentes, eu sou realmente mais moderado, mas são estilos complementares. Não são estilos que se excluem, muito pelo contrário. Se for a vontade dos mineiros, eu estarei junto dele para construir uma Minas melhor.
Nossos seguidores querem saber se o senhor tem planos para o asfaltamento das BRs 211 e 214, que ligam ali Capelinha a Itamarandiba.
Nós vivemos um problema muito sério no Brasil, que é a ortodoxia econômica, ou seja, o engessamento dos investimentos públicos no país. O ministro Paulo Guedes, a quem eu fiz duras críticas pela política monetária nacional, é alguém muito ortodoxo. Ele não conhece a realidade do povo brasileiro. Ele não conhece o Jequitinhonha, o Mucuri, o Norte do Brasil, ele não conhece as mazelas, a fome e a pobreza. É alguém que cumpre o manual dos banqueiros da Faria Lima muito à risca. A gente tem que ter responsabilidade fiscal e gastar o que arrecada. Mas acho que o ministério da Economia tinha que ousar mais e ser mais criativo para voltar a ter investimentos no país. É uma grande prioridade a volta do investimento em rodovias que, diga-se de passagem, tanto as estaduais quanto as federais estão em estado lastimável, colocando em risco a vida de todos que trafegam pelo Estado.
Quais as alternativas para lidar com a dívida do Estado com a União?
Toda vez que os estados precisam da União, eles são verdadeiramente chantageados pela União, que é um agiota da dívida pública. O que falta é alguém com autoridade para sentar na mesa. A questão da dívida pública é possível ser equacionada, mas falta diálogo com o governo federal. É claro que ela será mais bem equacionada se houver sinergia entre o governo do Estado e o governo federal, mas o que falta é a construção da boa política.
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Em conversa com o jornalista Carlos Lindenberg, no programa “Gestores de Hoje em Dia – Eleições 2022”, o senador diz que a disputa não o intimida e que seu propósito é mostrar a importância do cargo de senador aos mineiros e combater a pobreza e a fome.
Confira:
O senhor se elegeu deputado federal por duas vezes, com votações expressivas aqui em Minas. Como está sua expectativa para o pleito deste ano?
Estou muito animado. Primeiro porque eu quero cumprir uma missão e mostrar para o povo mineiro a importância do Senado para Minas Gerais. Eu tenho oito meses de mandato no Senado. Substituí um dos mais preparados homens públicos do Estado, o professor Anastasia, que hoje nos honra como ministro do Tribunal de Contas da União. E nesses oito meses procurei defender Minas em suas várias áreas: na saúde, na educação, na segurança, na modernização da legislação, apresentando projetos importantes, principalmente do ponto de vista social, que acho que é a grande prioridade do Brasil hoje, combatendo a miséria, a fome e a desigualdade. Também criando mecanismos de desenvolvimento, de geração de emprego e renda, que são fundamentais para a construção de uma sociedade melhor. O grande desafio de todos os candidatos, hoje, ao Senado é se tornar conhecido pelos mineiros. Eu, particularmente, tive a alegria de representar Minas durante oito anos, na Câmara dos Deputados, com 150 mil votos em 2006 e 200 mil votos em 2010. Fui secretário de Estado de duas pastas importantíssimas: Gestão Metropolitana e Saúde no governo Anastasia em Minas. Fui diretor geral da maior autarquia do governo federal, que é o Dnit, órgão responsável por todas as rodovias, ferrovias, portos e hidrovias, ainda com 31 anos de idade.
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O Senado, muitas vezes, fica como uma instituição distante da realidade das pessoas e isso não é positivo. Senador da República é responsável por sabatinar o presidente do Banco Central. Imagine só! Presidente do Banco Central é aquele que vai definir a política monetária nacional. O senador é aquele que sabatina os embaixadores. Os empréstimos internacionais, todos são aprovados pelo Senado. Os ministros do Tribunal de Contas da União são sabatinados e escolhidos no plenário do Senado. Os ministros do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores também passam pelo Senado. Por isso, o Senado é uma casa madura, de homens públicos mais experimentados e pode fazer muito pelo municipalismo, pela vida das pessoas nos estados.
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