array(31) {
["id"]=>
int(119678)
["title"]=>
string(63) "'A FGV teve intenção de destruir minha imagem', diz Decotelli"
["content"]=>
string(6748) "EX-MINISTRO
A nota da FGV (Fundação Getulio Vargas) informando que Carlos Alberto Decotelli não era professor fixo da instituição foi considerada a gota d'água para que sua posse no MEC (Ministério da Educação) não vingasse.
À reportagem Decotelli disse que, além ser determinante para seu pedido de demissão, o posicionamento da fundação teve a intenção de destruir sua imagem.
Embora não fosse contratado fixo da instituição, como ressaltou a FGV, Decotelli lecionou e ainda leciona na instituição.
"Estou com agendas de turmas na FGV", disse. "Ontem à noite, em respeito aos alunos da FGV, lecionei na pós-graduação de finanças, no horário entre 19h e 22h30. Ou seja, em 2020 trabalhei em várias turmas."
Decotelli chegou a ser nomeado ministro da Educação na última quinta-feira (25) mas não foi empossado. O governo Jair Bolsonaro ainda avalia quem será o substituto.
Minaram sua indicação falsidades contidas em seu currículo, onde constava, por exemplo, título de doutorado que não fora concluído. O mestrado de Decotelli, defendido na FGV em 2008, também foi colocado sob escrutínio por causa de trechos considerados como plágio –o que ele nega.
A nota da FGV de segunda-feira (29), entretanto, foi, nas palavras do professor, "a pá de cal" do processo diante do presidente Bolsonaro.
"[A informação dada pela FGV foi] covardia e intenção na destruição da minha imagem", disse.
Decotelli afirma ter certeza que o racismo colaborou com seu desgaste. "São muitos os currículos com ajustes permanentes na plataforma Lattes."
O professor encaminhou à reportagem imagens de prêmios de reconhecimento sobre atividades em cursos da FGV e uma relação de aulas com agendas de turmas entre os anos de 2001 a 2018.
O episódio envolvendo Decotelli foi avaliado por integrantes da FGV como um desgaste para a instituição. A direção foi pressionada por docentes, segundo apuração da reportagem, a dar uma resposta forte para preservar sua imagem.
Na nota, a FGV ressalta que Decotelli "atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação". E continuou: "Da mesma forma, não foi pesquisador da FGV, tampouco teve pesquisa financiada pela instituição."
O texto também foi uma forma de dissociar a FGV de um estágio de pós-doutoramento na Alemanha que constava no currículo de Decotelli. A etapa seria inviável, uma vez que ele não completou o doutorado.
A FGV não havia respondido questionamentos feitos pela reportagem, na segunda e na terça, sobre qual seria o último período de atuação de Decotelli na instituição e em quais cursos.
Após ser procurada novamente nesta quarta, a FGV reiterou que Decotelli "atuou apenas nos cursos de educação continuada, como professor colaborador", nos programas de formação de executivos.
"Como tal, deu aula ontem, o que corrobora as informações prestadas, repita-se, de que atuava como professor nos cursos de educação continuada", disse a nota. "A respeito das denúncias contra ele, reafirma-se que uma comissão específica apurará todos os fatos relacionados a eventual plágio em sua dissertação de mestrado."
A presidente da Anup (Associação Nacional das Universidades Particulares), Elizabeth Guedes, disse ao Painel que Decotelli passou por achincalhe e que a FGV foi covarde.
Guedes, que é irmã de do ministro Paulo Guedes (Economia), conhece Decotelli há 30 anos, quando o contratou para dar aulas no Ibmec-SP, do qual foi uma das fundadoras.
Apesar da nota da FGV, Decotelli defende que atuou como pesquisador da instituição na condição de co-autor de quatro livros publicados pela editora FGV. O site da editora FGV traz três títulos com Decotelli como um dos autores: Gestão Financeira Aplicada, Gestão de Finanças Internacionais e Gestão de Riscos no Agronegócio, todos de 2013.
A pesquisa publicada por Decotelli após pesquisa na Alemanha também consta da biblioteca virtual da FGV.
O economista negou que tenha cometido plágio em dissertação de mestrado e disse que iria rever possíveis lacunas nos créditos. Após as denúncias, ele alterou seu currículo na plataforma Lattes com relação às informações de doutorado e pós-doutorado.
Constava no currículo de Decotelli um doutorado pela Universidade Nacional de Rosario, da Argentina, mas o reitor da instituição, Franco Bartolacci, negou que ele tenha obtido o título.
Além disso, a Universidade de Wuppertal, na Alemanha, informou que não oferece título de pós-doutor, conforme o ex-ministro alegava ter.
O professor foi presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) entre janeiro e agosto de 2019. Ele fez parte do grupo que discutiu educação na transição do governo.
"
["author"]=>
string(10) "FolhaPress"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(567078)
["filename"]=>
string(12) "dekoteli.jpg"
["size"]=>
string(5) "64477"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(9) "politica/"
}
["image_caption"]=>
string(21) "Foto: Agência Brasil"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(0) ""
["author_slug"]=>
string(10) "folhapress"
["views"]=>
int(95)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(58) "a-fgv-teve-intencao-de-destruir-minha-imagem-diz-decotelli"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(431)
["name"]=>
string(9) "Política"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "politica"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(431)
["name"]=>
string(9) "Política"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "politica"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2020-07-01 19:21:37.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2020-07-01 19:21:37.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2020-07-01T19:20:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(21) "politica/dekoteli.jpg"
}
EX-MINISTRO
A nota da FGV (Fundação Getulio Vargas) informando que Carlos Alberto Decotelli não era professor fixo da instituição foi considerada a gota d'água para que sua posse no MEC (Ministério da Educação) não vingasse.
À reportagem Decotelli disse que, além ser determinante para seu pedido de demissão, o posicionamento da fundação teve a intenção de destruir sua imagem.
Embora não fosse contratado fixo da instituição, como ressaltou a FGV, Decotelli lecionou e ainda leciona na instituição.
"Estou com agendas de turmas na FGV", disse. "Ontem à noite, em respeito aos alunos da FGV, lecionei na pós-graduação de finanças, no horário entre 19h e 22h30. Ou seja, em 2020 trabalhei em várias turmas."
Decotelli chegou a ser nomeado ministro da Educação na última quinta-feira (25) mas não foi empossado. O governo Jair Bolsonaro ainda avalia quem será o substituto.
Minaram sua indicação falsidades contidas em seu currículo, onde constava, por exemplo, título de doutorado que não fora concluído. O mestrado de Decotelli, defendido na FGV em 2008, também foi colocado sob escrutínio por causa de trechos considerados como plágio –o que ele nega.
A nota da FGV de segunda-feira (29), entretanto, foi, nas palavras do professor, "a pá de cal" do processo diante do presidente Bolsonaro.
"[A informação dada pela FGV foi] covardia e intenção na destruição da minha imagem", disse.
Decotelli afirma ter certeza que o racismo colaborou com seu desgaste. "São muitos os currículos com ajustes permanentes na plataforma Lattes."
O professor encaminhou à reportagem imagens de prêmios de reconhecimento sobre atividades em cursos da FGV e uma relação de aulas com agendas de turmas entre os anos de 2001 a 2018.
O episódio envolvendo Decotelli foi avaliado por integrantes da FGV como um desgaste para a instituição. A direção foi pressionada por docentes, segundo apuração da reportagem, a dar uma resposta forte para preservar sua imagem.
Na nota, a FGV ressalta que Decotelli "atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação". E continuou: "Da mesma forma, não foi pesquisador da FGV, tampouco teve pesquisa financiada pela instituição."
O texto também foi uma forma de dissociar a FGV de um estágio de pós-doutoramento na Alemanha que constava no currículo de Decotelli. A etapa seria inviável, uma vez que ele não completou o doutorado.
A FGV não havia respondido questionamentos feitos pela reportagem, na segunda e na terça, sobre qual seria o último período de atuação de Decotelli na instituição e em quais cursos.
Após ser procurada novamente nesta quarta, a FGV reiterou que Decotelli "atuou apenas nos cursos de educação continuada, como professor colaborador", nos programas de formação de executivos.
"Como tal, deu aula ontem, o que corrobora as informações prestadas, repita-se, de que atuava como professor nos cursos de educação continuada", disse a nota. "A respeito das denúncias contra ele, reafirma-se que uma comissão específica apurará todos os fatos relacionados a eventual plágio em sua dissertação de mestrado."
A presidente da Anup (Associação Nacional das Universidades Particulares), Elizabeth Guedes, disse ao Painel que Decotelli passou por achincalhe e que a FGV foi covarde.
Guedes, que é irmã de do ministro Paulo Guedes (Economia), conhece Decotelli há 30 anos, quando o contratou para dar aulas no Ibmec-SP, do qual foi uma das fundadoras.
Apesar da nota da FGV, Decotelli defende que atuou como pesquisador da instituição na condição de co-autor de quatro livros publicados pela editora FGV. O site da editora FGV traz três títulos com Decotelli como um dos autores: Gestão Financeira Aplicada, Gestão de Finanças Internacionais e Gestão de Riscos no Agronegócio, todos de 2013.
A pesquisa publicada por Decotelli após pesquisa na Alemanha também consta da biblioteca virtual da FGV.
O economista negou que tenha cometido plágio em dissertação de mestrado e disse que iria rever possíveis lacunas nos créditos. Após as denúncias, ele alterou seu currículo na plataforma Lattes com relação às informações de doutorado e pós-doutorado.
Constava no currículo de Decotelli um doutorado pela Universidade Nacional de Rosario, da Argentina, mas o reitor da instituição, Franco Bartolacci, negou que ele tenha obtido o título.
Além disso, a Universidade de Wuppertal, na Alemanha, informou que não oferece título de pós-doutor, conforme o ex-ministro alegava ter.
O professor foi presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) entre janeiro e agosto de 2019. Ele fez parte do grupo que discutiu educação na transição do governo.