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string(91) "Série Cine Holliúdy ganha reprise: 'O Brasil precisa da comédia para continuar sonhando'"
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O seriado em dez episódios conta a história da chegada da TV em Pitombas, cidade fictícia no interior do Ceará, para a infelicidade de Francisgleydisson (Edmilson Filho), dono da única sala de cinema da região. No primeiro capítulo, o equipamento chega junto com Maria do Socorro (Heloísa Perissé), nova esposa do prefeito Olegário (Matheus Nachtergaele), e sua filha Marylin (Letícia Colin). Mesmo encantado pela enteada do político, Francis decide roubar o aparelho com a ajuda do melhor amigo, Munízio (Haroldo Guimarães). Eles são presos, mas acabam soltos pela compaixão de Marylin, que descobre a chance de se tornar atriz de cinema.
"Cine Holliúdy fala de um Brasil muito especial, onde imperavam os cineminhas do interior. A falência dessas salas com a chegada da TV foi um fenômeno em todo o terceiro mundo”, continua Halder Gomes. “Quando exibimos o filme na Tailândia, as pessoas falavam da mesma situação lá. Era um tipo de cinema lúdico, de aventura, que estava muito lúcido na memória da população.”
A franquia nasceu em 2004, com o curta Cine Holiúdy - O artista contra o caba do mal. O filme foi contemplado no primeiro edital de longas de baixo orçamento do Ministério da Cultura do Brasil, em 2009, sendo lançado em 2013. A continuação, Cine Holliúdy 2: A chibata sideral, foi de 2018. A série de 2019 foi gravada em Areias, no interior de São Paulo, mas é ambientada no Ceará da década de 1970. A atração conta com participações de Ney Latorraca, Chico Diaz, Ingrid Guimarães, Miguel Falabella, entre outros.
"Queríamos que a série tivesse esse sentimento de representatividade, que tocasse o coração do público nordestino", diz Halder. "Os meninos tiveram muito cuidado quando escreveram e preservamos isso no set. Eles depositam uma devoção nessas pessoas que são tão carentes no audiovisual, principalmente se estando no horário nobre da Globo. O cinema nordestino foi renegado em diversas épocas, e sua população privada de acessos. O Nordeste que nós vivemos é uma montanha-russa de rir ou chorar, sempre com histórias muito fortes, e na comédia não pode ser diferente."
Matheus Nachtergaele acredita que a série seja um exemplo de obra em que o brasileiro pode fazer as pazes consigo próprio. “Desde meados dos anos 2010 que estamos vivendo uma sensação de não gostar mais de quem somos. Essa sensação culminou com o aspecto mais sombrio da nossa política subindo ao poder. Em meio a isso, a série aparece como uma declaração de amor às nossas tradições da comédia, do povo nordestino. Tem uma inspiração em O bem-amado (1973), sobretudo no meu personagem, o que homenageia essa parte carinhosa e amada do país, que tem sido atacada há muito tempo”, diz o ator, que já viveu diversos nordestinos emblemáticos no cinema, apesar de ser paulista, como João Grilo em O auto da Compadecida.
"Em meio a tanta tristeza, é bom reviver essa obra e entrar na casa do brasileiro”, diz diretora artística da série, Patrícia Pedrosa. “É uma história que fala da resistência do cinema em frente à TV. O protagonismo é tentar achar maneiras de manter o cinema dele vivo, enquanto nós em casa também estamos tentando inovar." Claudio Paiva, um dos autores, acredita que o protagonista Francisgleydisson representa um lado heróico do brasileiro. "É muito legal e importante estar voltando ao ar para falar sobre a resistência de um sonho. O Brasil precisa da comédia para continuar sonhando. Não podemos perder a esperança."
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O seriado em dez episódios conta a história da chegada da TV em Pitombas, cidade fictícia no interior do Ceará, para a infelicidade de Francisgleydisson (Edmilson Filho), dono da única sala de cinema da região. No primeiro capítulo, o equipamento chega junto com Maria do Socorro (Heloísa Perissé), nova esposa do prefeito Olegário (Matheus Nachtergaele), e sua filha Marylin (Letícia Colin). Mesmo encantado pela enteada do político, Francis decide roubar o aparelho com a ajuda do melhor amigo, Munízio (Haroldo Guimarães). Eles são presos, mas acabam soltos pela compaixão de Marylin, que descobre a chance de se tornar atriz de cinema.
"Cine Holliúdy fala de um Brasil muito especial, onde imperavam os cineminhas do interior. A falência dessas salas com a chegada da TV foi um fenômeno em todo o terceiro mundo”, continua Halder Gomes. “Quando exibimos o filme na Tailândia, as pessoas falavam da mesma situação lá. Era um tipo de cinema lúdico, de aventura, que estava muito lúcido na memória da população.”
A franquia nasceu em 2004, com o curta Cine Holiúdy - O artista contra o caba do mal. O filme foi contemplado no primeiro edital de longas de baixo orçamento do Ministério da Cultura do Brasil, em 2009, sendo lançado em 2013. A continuação, Cine Holliúdy 2: A chibata sideral, foi de 2018. A série de 2019 foi gravada em Areias, no interior de São Paulo, mas é ambientada no Ceará da década de 1970. A atração conta com participações de Ney Latorraca, Chico Diaz, Ingrid Guimarães, Miguel Falabella, entre outros.
"Queríamos que a série tivesse esse sentimento de representatividade, que tocasse o coração do público nordestino", diz Halder. "Os meninos tiveram muito cuidado quando escreveram e preservamos isso no set. Eles depositam uma devoção nessas pessoas que são tão carentes no audiovisual, principalmente se estando no horário nobre da Globo. O cinema nordestino foi renegado em diversas épocas, e sua população privada de acessos. O Nordeste que nós vivemos é uma montanha-russa de rir ou chorar, sempre com histórias muito fortes, e na comédia não pode ser diferente."
Matheus Nachtergaele acredita que a série seja um exemplo de obra em que o brasileiro pode fazer as pazes consigo próprio. “Desde meados dos anos 2010 que estamos vivendo uma sensação de não gostar mais de quem somos. Essa sensação culminou com o aspecto mais sombrio da nossa política subindo ao poder. Em meio a isso, a série aparece como uma declaração de amor às nossas tradições da comédia, do povo nordestino. Tem uma inspiração em O bem-amado (1973), sobretudo no meu personagem, o que homenageia essa parte carinhosa e amada do país, que tem sido atacada há muito tempo”, diz o ator, que já viveu diversos nordestinos emblemáticos no cinema, apesar de ser paulista, como João Grilo em O auto da Compadecida.
"Em meio a tanta tristeza, é bom reviver essa obra e entrar na casa do brasileiro”, diz diretora artística da série, Patrícia Pedrosa. “É uma história que fala da resistência do cinema em frente à TV. O protagonismo é tentar achar maneiras de manter o cinema dele vivo, enquanto nós em casa também estamos tentando inovar." Claudio Paiva, um dos autores, acredita que o protagonista Francisgleydisson representa um lado heróico do brasileiro. "É muito legal e importante estar voltando ao ar para falar sobre a resistência de um sonho. O Brasil precisa da comédia para continuar sonhando. Não podemos perder a esperança."