Uma das poucas formas de entretenimento que restou aos brasileiros, após cancelamentos de shows e fechamentos de cinemas, teatros e centros culturais, a televisão não ficou imune à pandemia de coronavírus. Vários programas que reúnem muitas pessoas, como os de auditórios, estão sendo suspensos (veja ilustração).

Num atitude inédita em sua história, a Rede Globo apresentará três novelas em reprise (além do “Vale a Pena Ver de Novo”), já que “Amor de Mãe” e “Salve-se Quem Puder” terão gravações interrompidas. O último capítulo de “Éramos Seis” irá ao ar no dia 30 e o folhetim não será sucedido por “Nos Tempos do Imperador”.

A Rede Minas sofreu um duro golpe, já que preparava a estreia da nova grade de programação em abril. “Teríamos mais grade de entretenimento e mudaríamos os horários dos telejornais. Tivemos que paralisar tudo”, lamenta Ronan Scoralick, presidente da Empresa Mineira de Comunicação (que gere a TV e a rádio Inconfidência).

“Neste momento, vamos focar na informação e na prestação de serviço”, registra Scoralick. Além disso, programas como “Brasil das Gerais” e “Opinião Minas” terão pautas voltadas para a questão do coronavírus. O “Brasil das Gerais”, por sinal, contará com um menor número de convidados no estúdio.

Como os eventos esportivos e culturais foram cancelados ou suspensos, programas voltados paras estas áreas, “Meio de Campo” e “Agenda”, respectivamente, não serão gravados momentaneamente. Não faltará entretenimento, garante Scoralick. “Vamos criar uma faixa entre 20h e 21h15 para exibir filmes nacionais”.

A preocupação da TV também vale para os funcionários. Cerca de 80 trabalharão remotamente. Outros 60 baterão ponto, em esquema de rodízio. “Este quadro poderá mudar quando a situação for melhorando”, afirma o presidente, ressaltando ainda os cuidados com higienização de microfones e pontos de ouvido.