É como conseguir um jogador emprestado e, no auge do sucesso dele, ter que devolvê-lo para quem é dono do contrato. Talvez seja essa a sensação de vários sites de streaming e canais de TV paga e abertos, que sofrerão grandes desfalques a partir desta terça.

A Disney+ entra no mercado de streaming da América Latina com a força do império de Mickey Mouse. Campeões de bilheteria como os desenhos da Disney e da Pixar e as franquias de “Star Wars” e Marvel ganham agora um endereço único e exclusivo.


“É uma grande vitória para o consumidor, que passa a ter mais opções. Sinaliza que o país está sendo visto como um mercado consumidor em potencial”, analisa Nilton Kleina, jornalista especializado em tecnologia e doutorando em Comunicação pela UFPR.

Campeões de bilheteria como os desenhos da Disney e da Pixar e as franquias de “Star Wars” e Marvel ganham agora um endereço único e exclusivo, na Disney+

O impacto positivo se deve, na visão de Kleina, à possibilidade de ter um mercado menos concentrado e do oferecimento de mais conteúdo por um preço menor. A promoção de lançamento da Disney+ é de R$ 237,90 a anuidade, o que dá R$19,82 por mês.

Por outro lado, quem quiser acessar outros conteúdos, será obrigado a assinar mais de uma plataforma. “É uma tendência de mercado, com os estúdios abrindo os seus próprios canais, e, neste sentido, pode sair mais custoso para o consumidor sim”, avalia.

Apesar do ótimo cardápio da Disney+, Kleina indaga sobre como o canal irá se sustentar, já que não teria muitos conteúdos novos a oferecer todos os meses. “Amazon e Netflix têm um fluxo de lançamento acelerado, enquanto a Disney é mais cadenciada”.

Este fator pode pesar contra o serviço a longo prazo e trazer dificuldade para segurar a base de assinantes. “Devem construir uma base inicial muito boa, mas o desafio é como impedir que os assinantes saiam e troquem por outros serviços”, pondera.

Ele não vê ainda na Disney+ uma grande rival para a Netflix, que entrou primeiro no mercado de streaming e criou uma grande base de consumidores. “Ela se transformou em sinônimo de streaming e continua a investir pesado, com uma base muito fiel”, compara.

As operadoras de TV por assinatura tendem a perder mais com esta fragmentação do setor. “Com esta concorrência do streaming, os pacotes e os preços precisam se justificar. O conteúdo de esportes ainda consegue segurar, já podem disponibilizar mais canais de forma direta”.

 

DISNEY/DIVULGAÇÃO / N/A

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Animações da Pixar também engrossarão cardápio do novo canal de streaming

 

Os assinantes poderão assistir Disney+ em diversos dispositivos móveis e TVs conectadas à Internet, incluindo consoles de videogames, reprodutores de mídia de streaming e TVs inteligentes. 

Os conteúdos não terão interrupções comerciais e poderão ser acessados em até quatro dispositivos simultaneamente. O serviço dará capacidade para configurar sete perfis diferentes.

Entre estes perfis, haverá a opção para os pais criarem uma interface mais fácil de se usar, projetada especificamente para meninos e meninas acessarem conteúdo apropriado para suas idades.

A assinatura poderá ser feita em disneyplus.com, com preços promocionais até segunda-feira (16), com valores de R$ 237,90, que dever ser pago em sua totalidade, valendo para os próximos 12 meses. A partir de terça, data do lançamento, o preço subirá para R$ 279,90, com avaliação gratuita de sete dias.