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Samuel (guitarra e voz), Lelo Zanetti (baixo), Henrique Portugal (teclados) e Haroldo Ferretti (bateria) prometem agitar a multidão tocando juntos pela última vez os clássicos do Skank. E quem ainda pretende curtir a saideira dos garotos de Minas que se juntaram por duas paixões, a música e o futebol, precisa correr. Restam poucos ingressos.
Na última semana antes da apresentação, Samuel Rosa bateu um papo com o Hoje em Dia para falar sobre os motivos do encerramento do ciclo, os momentos marcantes da carreira, o carinho do público, o reconhecimento da arte mineira e, claro, futebol. O artista evita falar sobre os próximos passos na música, mas garante que irá se manter em atividade.
“Em um mundo com Paul McCartney anunciando turnê com 80 anos, não podemos pensar em parar de trabalhar. Como sou um pouco mais novo que ele, não quero descansar, quero estar na estrada”, crava Samuel.
Por que acabar com a banda 30 anos depois?
Depois desses 30 anos de carreira, sem interrupção, de uma história sólida, achamos que seria um bom momento para uma parada, para cada um de nós seguir um caminho diferente na música. Acho que é um encerramento de ciclo. O Skank já está consolidado e com o jogo ganho. É normal que todo artista, sem exceção, tenha um grande momento criativo que se esvaia com o passar dos anos. E pra quem trabalha com criatividade o tempo todo, isso pode ser limitante. Além disso, eu sentia falta de fazer coisas paralelas, outros projetos, e o Skank era realmente muito ativo, graças a Deus. Não nos deixava tempo para outros trabalhos. Acho agora é o momento de cada um devolver à música tudo o que ela nos deu durante todos esses anos.
O Skank sempre vai existir, independentemente de estarmos juntos tocando. Enquanto todos ouvirem nossas músicas, estaremos existindo
Para o Samuel Rosa, o fim da banda significa uma aposentadoria da música?
De maneira nenhuma. Quero produzir coisas novas e estou muito animado com esse novo desafio. Costumo dizer que em um mundo com Paul McCartney anunciado turnê com 80 anos, não podemos pensar em parar de trabalhar. Como sou um pouco mais novo que ele, não quero descansar, quero estar na estrada.
A escolha pelo Mineirão para o último show parece óbvia, mas fale um pouco sobre o que estádio representa na vida de vocês.
O Mineirão é nossa segunda casa, tanto como banda quanto como torcedores. Lá gravamos o clipe antológico da música “Uma Partida de Futebol”, em um dia de clássico. O futebol faz parte das nossas vidas, antes até da música, e não tem como falar de futebol, para um mineiro, sem falar do Mineirão. No dia da gravação, sinto que juntamos dois mundos: o mundo do futebol, que trazia minha paixão pelo Cruzeiro e tudo o que eu vivi nesse estádio, e o mundo da música, que é meu ofício. Gravamos também um DVD no estádio, antes da reforma, que ficou registrado para a eternidade.
Como está a repercussão nas ruas? As pessoas estão pegando no seu pé pelo fim da banda?
Não. O momento é de celebração com os nossos fãs. Os shows têm sido maravilhosos, quase todos com ingressos esgotados, e com uma sintonia incrível com o público.
Nesses 30 anos na estrada e nos palcos, teve algum episódio, alguma história que tenha te marcado em especial?
São muitas histórias, muitos momentos marcantes, parcerias, shows incríveis, premiações, viagens. É impossível escolher um momento que marcou mais porque a história do Skank é a minha história também. Lembro do primeiro show que fizemos no Circo Voador, no Rio de Janeiro, dos prêmios que conquistamos, das turnês em outros países, as parcerias e encontros com outras bandas e artistas. Tenho contado algumas passagens no meu Youtube para deixar registrado minha versão e lembrar de tudo o que vivemos juntos.
E o momento mais difícil?
Da mesma maneira, momentos difíceis também fazem parte de uma carreira tão longa. Tentamos sempre fazer o melhor, mas até os momentos difícil não foram tão ruins.
Você tem falado que “quer experimentar outras coisas, novos desafios”. Quais?
Ainda é cedo para falar. Ainda estou focado no encerramento dessa turnê, nos shows que ainda faltam, para depois pensar nos projetos solo. Mas eu acredito que as mudanças fazem a gente dar um passo à frente. Eu tinha 25 anos quando começamos a banda e passei mais tempo de vida dentro do Skank do que fora dela. Não me causa estranheza me imaginar sozinho. Claro que é um desafio pensar na carreira fora de uma sombra confortável que a banda proporciona, mas é intrigante pensar como vai ser. A banda é só uma das fontes de satisfação que tenho com a música e eu posso achar outras.
Você tocou em todo o Brasil e mundo afora. Mas o que só o público mineiro tem?
O público mineiro nos ajudou a ser conhecidos pelo Brasil. Somos muito bem recebidos em muitas cidades, temos uma ligação especial com várias delas. Mas estamos em casa com o púbico mineiro e Belo Horizonte não sai da gente nunca.
O que o público pode esperar do último show?
Escolher o repertório desse show, e de todos que temos feito nessa turnê talvez tenha sido a parte mais difícil, mas também muito prazerosa. Fizemos juntos uma lista com um número considerável de músicas e a cada show vamos alternando algumas delas. Além disso, temos atendido a pedidos na hora do show e, com certeza, faremos o mesmo no Mineirão.
Como você avalia a arte, principalmente a música, mineira no Brasil? Tem o devido o reconhecimento?
A música mineira tem voltado a crescer muito no Brasil de uns anos pra cá. São músicas de estilos e origens diferentes, mas com o DNA mineiro. De Minas saiu o Clube da Esquina, com Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, que foi um grupo inovador para a época. Depois veio o Skank e o Jota Quest trazendo mais renovação. Na sequência vieram bandas como Pato Fu e Sepultura. Acho que temos um certo reconhecimento e sabemos a importância dos artistas mineiros para o Brasil.
A música mineira tem voltado a crescer muito no Brasil de uns anos pra cá. São músicas de estilos e origens diferentes, mas com o DNA mineiro
Enquanto o Skank dá um tempo, outras bandas estão retomando a formação original e atraindo multidões. Caso do Guns N’ Roses, que veio inclusive a BH, e dos Titãs, que tiveram que abrir mais um dia na agenda na capital mineira. Os fãs do Skank já podem sonhar com essa volta aos palcos daqui a alguns anos?
O Skank sempre vai existir, independente de estarmos juntos tocando pelo Brasil. Enquanto todos ouvirem nossas músicas, estaremos existindo. A música é maior do que a gente, e quando bem feita, é relevante por muito tempo, é atemporal. Nada impede que a gente se reúna, mas também pode ser que não. É um ciclo que está se fechando somente.
Impossível conversar com Samuel Rosa e não falar de futebol. Qual a expectativa para o seu Cruzeiro nesse ano?
A expectativa é grande. Estou esperançoso para fazermos um Brasileirão melhor neste ano. Estamos nos reerguendo e acredito muito nessa nova versão do Cruzeiro.
Com o fim da banda, a torcida do Cruzeiro vai ver ainda mais o Samuel torcedor nos estádios?
Acredito que sim. Ano passado, com a turnê insana por todo o Brasil, fui bem pouco ao estádio, apesar de acompanhar todos os jogos pela televisão.
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Na última semana antes da apresentação, Samuel Rosa bateu um papo com o Hoje em Dia para falar sobre os motivos do encerramento do ciclo, os momentos marcantes da carreira, o carinho do público, o reconhecimento da arte mineira e, claro, futebol. O artista evita falar sobre os próximos passos na música, mas garante que irá se manter em atividade.
“Em um mundo com Paul McCartney anunciando turnê com 80 anos, não podemos pensar em parar de trabalhar. Como sou um pouco mais novo que ele, não quero descansar, quero estar na estrada”, crava Samuel.
Por que acabar com a banda 30 anos depois?
Depois desses 30 anos de carreira, sem interrupção, de uma história sólida, achamos que seria um bom momento para uma parada, para cada um de nós seguir um caminho diferente na música. Acho que é um encerramento de ciclo. O Skank já está consolidado e com o jogo ganho. É normal que todo artista, sem exceção, tenha um grande momento criativo que se esvaia com o passar dos anos. E pra quem trabalha com criatividade o tempo todo, isso pode ser limitante. Além disso, eu sentia falta de fazer coisas paralelas, outros projetos, e o Skank era realmente muito ativo, graças a Deus. Não nos deixava tempo para outros trabalhos. Acho agora é o momento de cada um devolver à música tudo o que ela nos deu durante todos esses anos.
O Skank sempre vai existir, independentemente de estarmos juntos tocando. Enquanto todos ouvirem nossas músicas, estaremos existindo
Para o Samuel Rosa, o fim da banda significa uma aposentadoria da música?
De maneira nenhuma. Quero produzir coisas novas e estou muito animado com esse novo desafio. Costumo dizer que em um mundo com Paul McCartney anunciado turnê com 80 anos, não podemos pensar em parar de trabalhar. Como sou um pouco mais novo que ele, não quero descansar, quero estar na estrada.
A escolha pelo Mineirão para o último show parece óbvia, mas fale um pouco sobre o que estádio representa na vida de vocês.
O Mineirão é nossa segunda casa, tanto como banda quanto como torcedores. Lá gravamos o clipe antológico da música “Uma Partida de Futebol”, em um dia de clássico. O futebol faz parte das nossas vidas, antes até da música, e não tem como falar de futebol, para um mineiro, sem falar do Mineirão. No dia da gravação, sinto que juntamos dois mundos: o mundo do futebol, que trazia minha paixão pelo Cruzeiro e tudo o que eu vivi nesse estádio, e o mundo da música, que é meu ofício. Gravamos também um DVD no estádio, antes da reforma, que ficou registrado para a eternidade.
Como está a repercussão nas ruas? As pessoas estão pegando no seu pé pelo fim da banda?
Não. O momento é de celebração com os nossos fãs. Os shows têm sido maravilhosos, quase todos com ingressos esgotados, e com uma sintonia incrível com o público.
Nesses 30 anos na estrada e nos palcos, teve algum episódio, alguma história que tenha te marcado em especial?
São muitas histórias, muitos momentos marcantes, parcerias, shows incríveis, premiações, viagens. É impossível escolher um momento que marcou mais porque a história do Skank é a minha história também. Lembro do primeiro show que fizemos no Circo Voador, no Rio de Janeiro, dos prêmios que conquistamos, das turnês em outros países, as parcerias e encontros com outras bandas e artistas. Tenho contado algumas passagens no meu Youtube para deixar registrado minha versão e lembrar de tudo o que vivemos juntos.
E o momento mais difícil?
Da mesma maneira, momentos difíceis também fazem parte de uma carreira tão longa. Tentamos sempre fazer o melhor, mas até os momentos difícil não foram tão ruins.
Você tem falado que “quer experimentar outras coisas, novos desafios”. Quais?
Ainda é cedo para falar. Ainda estou focado no encerramento dessa turnê, nos shows que ainda faltam, para depois pensar nos projetos solo. Mas eu acredito que as mudanças fazem a gente dar um passo à frente. Eu tinha 25 anos quando começamos a banda e passei mais tempo de vida dentro do Skank do que fora dela. Não me causa estranheza me imaginar sozinho. Claro que é um desafio pensar na carreira fora de uma sombra confortável que a banda proporciona, mas é intrigante pensar como vai ser. A banda é só uma das fontes de satisfação que tenho com a música e eu posso achar outras.
Você tocou em todo o Brasil e mundo afora. Mas o que só o público mineiro tem?
O público mineiro nos ajudou a ser conhecidos pelo Brasil. Somos muito bem recebidos em muitas cidades, temos uma ligação especial com várias delas. Mas estamos em casa com o púbico mineiro e Belo Horizonte não sai da gente nunca.
O que o público pode esperar do último show?
Escolher o repertório desse show, e de todos que temos feito nessa turnê talvez tenha sido a parte mais difícil, mas também muito prazerosa. Fizemos juntos uma lista com um número considerável de músicas e a cada show vamos alternando algumas delas. Além disso, temos atendido a pedidos na hora do show e, com certeza, faremos o mesmo no Mineirão.
Como você avalia a arte, principalmente a música, mineira no Brasil? Tem o devido o reconhecimento?
A música mineira tem voltado a crescer muito no Brasil de uns anos pra cá. São músicas de estilos e origens diferentes, mas com o DNA mineiro. De Minas saiu o Clube da Esquina, com Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, que foi um grupo inovador para a época. Depois veio o Skank e o Jota Quest trazendo mais renovação. Na sequência vieram bandas como Pato Fu e Sepultura. Acho que temos um certo reconhecimento e sabemos a importância dos artistas mineiros para o Brasil.
A música mineira tem voltado a crescer muito no Brasil de uns anos pra cá. São músicas de estilos e origens diferentes, mas com o DNA mineiro
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A expectativa é grande. Estou esperançoso para fazermos um Brasileirão melhor neste ano. Estamos nos reerguendo e acredito muito nessa nova versão do Cruzeiro.
Com o fim da banda, a torcida do Cruzeiro vai ver ainda mais o Samuel torcedor nos estádios?
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