A percussão é dividida entre o ítalo-grego Timoteo Grignani e o angolano Walter Martins, enquanto o acordeão fica a cargo do italiano Alberto Becucci. A cantora mineira Jabu Morales completa a formação do Ayom, uma espécie de “babel musical”, como a própria vocalista rotula, e que disponibilizará nesta quinta-feira uma autobiográfica e homônima canção que inicia uma série de lançamentos digitais do grupo ao longo de 2020. 

“Somos uma banda de músicos de partes diferentes do planeta, de culturas de sangue quente e que carrega um universo diverso e profundo”, descreve Jabu. “No novo trabalho, a gente faz uma ‘fusion’ de ritmos e encontros sonoros da música tradicional e diaspórica de várias partes do mundo. O resultado é uma canção sem limites, pela harmonia e o diálogo entre pessoas e culturas”, completa.


Esse cosmopolitismo vai além do evidente acento da mescla do beguine francês e do baião nordestino brasileiro do mais novo single. “A latinidade da cumbia, do calypso, do merengue, do samba e da milonga são influências encontradas, algumas vezes de forma mais explícita, outras, mais sutilmente, o que pode deixar o ouvinte intrigado”, destaca a cantora.

Imigração, liberdade e poesia formam a trinca temática a qual o Ayom se debruça em seu mais recente single. “A faixa marca o processo migratório de uma brasileira que deixou seu país para conquistar e viver plenamente sua liberdade sem fronteiras, físicas e simbólicas”, ressalta Jabu, protagonista da letra em questão.

A pluralidade também se faz presente na escolha de idiomas para as canções do grupo. “As letras em português, castelhano, yorubá, criolo francês e kimbundo trazem em suas notas o amor, encontros, cenas cotidianas e experiências pessoais”, complementa.

De Minas para o mundo

Jabu Morales ostenta uma carreira solo no Brasil, tendo lançado já dois álbuns solo no país. Além de cantora, é percussionista e dançarina de ritmos da cultura popular. Pela Europa, promove workshop de capoeira e maracatu.