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Esse reencontro é o ponto da carreira que estão vivendo atualmente. Pai e filho estão fazendo shows cheios, com dois pianos no palco e muita história para contar. Juntos exploram o extenso repertório de Benito e vivem um momento de reinvenção. "Estou cantando para a terceira ou quarta geração de ouvintes, algo que nunca imaginei", diz Benito Di Paula em entrevista ao Correio. "Eu me sinto muito emocionado em falar. Eu tenho um relacionamento muito bom com os jovens. É como se eu fizesse parte deles e eles de mim", completa.
Mesmo antes de repensar com o filho uma forma de revisitar a própria obra, Benito percebia que, organicamente, o público mais jovem chegava a ele de alguma forma, principalmente por meio de indicação dos pais."Tenho um amigo que foi a meu show solteiro, depois, namorando, então, noivo, em seguida, casado. Mais tarde chegou com a esposa grávida e prometeu para mim que se fosse menino se chamaria Benito de Paula. Acabou vindo menina e o nome foi Ana Paula", lembra o cantor, que também é um exímio contador de histórias. "Eu sou cantor que agrada toda a família, é raro isso, muito raro", acredita.
Foi a partir dessa sacada que Rodrigo viu o potencial que o pai tinha, a força que era um artista permanecer relevante e presente por mais de cinco décadas. "A obra do meu pai tem clara essa questão de transmissão familiar, que é evidente. Porém, para além disso, tem o fato de que ele vive no agora. Cada vez que ele toca Retalhos de cetim é diferente", afirma Rodrigo Vellozo. "É uma coisa muito forte, ele é o momento, todo momento é o momento da arte. Toda hora é a hora sagrada da criação. Caiu a bola, ele chuta para o gol", explica.
O potencial do pai de ser arte fez o filho pensar em como levar este extenso trabalho para mais públicos, para os mais jovens, para novas vozes cantarem. Dessa fagulha, surge a ideia do songbook Benito 80. Rodrigo convidou artistas de diversas gerações para regravar músicas de Benito. Foram lançados em julho gravações de João Bosco, para música Se não for por amor; Teresa Cristina gravou Proteção às borboletas; Mariana Aydar, cantando Do jeito que vai dar; e Demônios da Garoa, Rodrigo Campos e o próprio Rodrigo Vellozo, a canção Madrugada, esta nunca gravada.
Com novos e especiais arranjos, eles reavivam o repertório de Benito com novas cores. "A gente foi pensando em cada música e cada artista. São figuras da música brasileira que a gente ama e admira aqui em casa. A gente vê um pouco de Benito em cada um desses artistas e eles também. Não é a toa que eles toparam, mergulharam e se jogaram de cabeça nesse projeto", afirma Vellozo. "Quando criamos os arranjos, pensamos em fazer algo novo, mas também na obra dele. Eu era a presença do meu pai ali, mas a gente também pensou nos artistas que estavam vindo. Ficou uma coisa híbrida muito interessante", complementa.
Além das canções já lançadas, Benito e Rodrigo confirmaram ainda uma regravação de Charlie Brown, cantada por Criolo, e Juçara Marçal interpreta o clássico Retalhos de cetim. Um dos fatores buscados pelo songbook é tirar o estigama de que Benito Di Paula é "música para homem". "A obra do meu pai tem um lance de ser bem masculina, então propositalmente trouxemos várias mulheres para as regravações. Quando nomes como Teresa Cristina, Mariana Aydar, Juçara Marçal dão o próprio olhar, a música ganha um outro significado", comente Vellozo. "É muito bonito isso, atesta a capacidade da música de se transmutar em outros universos", atesta.
De pai para filho
Benito Di Paula acredita que o trabalho que fez está em boas mãos com o filho. "É uma satisfação, emoção e alegria ver meu filho trabalhando como produtor. Eu nunca esperei que ele faria um trabalho como esse. A dedicação dele é emocionante, tudo separado, tudo bonitinho, ele dá dica de tudo", conta e ainda elogia: "Qualquer pai queria ter um filho igual o Rodrigo".
Rodrigo Vellozo, por sua vez, acredita que o ponto em que chegou de estar cuidando da obra do pai é fruto de uma criação de Benito. "As músicas do meu pai são parte da minha vida, a pessoa que eu sou foi forjada por essas músicas. Ele me formou não só com educação, mas também por meio da arte", conta.
Ele acredita que via o pai como pai e não pela perspectiva artística. "As pessoas, às vezes, me perguntam como é ser filho do Benito e eu não sei como é não ser. Eu já nasci dentro deste contexto, meu pai já era um mito dentro e fora do Brasil. Então para mim sempre foi uma coisa normal", comenta. "Quando eu fui vendo, como artista e pelos olhos do público e de colegas de profissão, eu percebi que não é normal uma obra como esta. É muito importante, se relaciona com muitos outros artistas, isso estamos vendo agora com o projeto Benito 80", acrescenta.
Rodrigo tem uma carreira solo com discos lançados, e é um dos maiores legados que Benito deixa, um filho que vai perpetuar toda obra do imortal musicista. Agora, os dois juntos são capazes de fazer exatamente o que Benito Di Paula queria e sempre fez, alegrar o povo. "Eu espero, em Deus, que eu tenha deixado um legado muito legal para essa grande família que é o Brasil. Mas garanto que queria ter deixado muito mais", fala Di Paula.
"Os grandes artistas são eternos. E eu acho que meu pai é isso. Meu pai é um ser humano, mas o Benito Di Paula é um super-herói. Ele não fica doente, não erra, ele é além do humano, é eterno", aponta Rodrigo Vellozo. "Para além da obra ele deixa uma figura, às vezes tão forte, que cobre a própria obra. Fica um fenômeno único na história da música brasileira", complementa sem esquecer o que realmente veio primeiro. "Claro que além de tudo isso ele é meu pai e, para mim, isso é mais importante que qualquer outra coisa. Muito mais importante do que Retalhos de cetim", conclui.
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Esse reencontro é o ponto da carreira que estão vivendo atualmente. Pai e filho estão fazendo shows cheios, com dois pianos no palco e muita história para contar. Juntos exploram o extenso repertório de Benito e vivem um momento de reinvenção. "Estou cantando para a terceira ou quarta geração de ouvintes, algo que nunca imaginei", diz Benito Di Paula em entrevista ao Correio. "Eu me sinto muito emocionado em falar. Eu tenho um relacionamento muito bom com os jovens. É como se eu fizesse parte deles e eles de mim", completa.
Mesmo antes de repensar com o filho uma forma de revisitar a própria obra, Benito percebia que, organicamente, o público mais jovem chegava a ele de alguma forma, principalmente por meio de indicação dos pais."Tenho um amigo que foi a meu show solteiro, depois, namorando, então, noivo, em seguida, casado. Mais tarde chegou com a esposa grávida e prometeu para mim que se fosse menino se chamaria Benito de Paula. Acabou vindo menina e o nome foi Ana Paula", lembra o cantor, que também é um exímio contador de histórias. "Eu sou cantor que agrada toda a família, é raro isso, muito raro", acredita.
Foi a partir dessa sacada que Rodrigo viu o potencial que o pai tinha, a força que era um artista permanecer relevante e presente por mais de cinco décadas. "A obra do meu pai tem clara essa questão de transmissão familiar, que é evidente. Porém, para além disso, tem o fato de que ele vive no agora. Cada vez que ele toca Retalhos de cetim é diferente", afirma Rodrigo Vellozo. "É uma coisa muito forte, ele é o momento, todo momento é o momento da arte. Toda hora é a hora sagrada da criação. Caiu a bola, ele chuta para o gol", explica.
O potencial do pai de ser arte fez o filho pensar em como levar este extenso trabalho para mais públicos, para os mais jovens, para novas vozes cantarem. Dessa fagulha, surge a ideia do songbook Benito 80. Rodrigo convidou artistas de diversas gerações para regravar músicas de Benito. Foram lançados em julho gravações de João Bosco, para música Se não for por amor; Teresa Cristina gravou Proteção às borboletas; Mariana Aydar, cantando Do jeito que vai dar; e Demônios da Garoa, Rodrigo Campos e o próprio Rodrigo Vellozo, a canção Madrugada, esta nunca gravada.
Com novos e especiais arranjos, eles reavivam o repertório de Benito com novas cores. "A gente foi pensando em cada música e cada artista. São figuras da música brasileira que a gente ama e admira aqui em casa. A gente vê um pouco de Benito em cada um desses artistas e eles também. Não é a toa que eles toparam, mergulharam e se jogaram de cabeça nesse projeto", afirma Vellozo. "Quando criamos os arranjos, pensamos em fazer algo novo, mas também na obra dele. Eu era a presença do meu pai ali, mas a gente também pensou nos artistas que estavam vindo. Ficou uma coisa híbrida muito interessante", complementa.
Além das canções já lançadas, Benito e Rodrigo confirmaram ainda uma regravação de Charlie Brown, cantada por Criolo, e Juçara Marçal interpreta o clássico Retalhos de cetim. Um dos fatores buscados pelo songbook é tirar o estigama de que Benito Di Paula é "música para homem". "A obra do meu pai tem um lance de ser bem masculina, então propositalmente trouxemos várias mulheres para as regravações. Quando nomes como Teresa Cristina, Mariana Aydar, Juçara Marçal dão o próprio olhar, a música ganha um outro significado", comente Vellozo. "É muito bonito isso, atesta a capacidade da música de se transmutar em outros universos", atesta.
De pai para filho
Benito Di Paula acredita que o trabalho que fez está em boas mãos com o filho. "É uma satisfação, emoção e alegria ver meu filho trabalhando como produtor. Eu nunca esperei que ele faria um trabalho como esse. A dedicação dele é emocionante, tudo separado, tudo bonitinho, ele dá dica de tudo", conta e ainda elogia: "Qualquer pai queria ter um filho igual o Rodrigo".
Rodrigo Vellozo, por sua vez, acredita que o ponto em que chegou de estar cuidando da obra do pai é fruto de uma criação de Benito. "As músicas do meu pai são parte da minha vida, a pessoa que eu sou foi forjada por essas músicas. Ele me formou não só com educação, mas também por meio da arte", conta.
Ele acredita que via o pai como pai e não pela perspectiva artística. "As pessoas, às vezes, me perguntam como é ser filho do Benito e eu não sei como é não ser. Eu já nasci dentro deste contexto, meu pai já era um mito dentro e fora do Brasil. Então para mim sempre foi uma coisa normal", comenta. "Quando eu fui vendo, como artista e pelos olhos do público e de colegas de profissão, eu percebi que não é normal uma obra como esta. É muito importante, se relaciona com muitos outros artistas, isso estamos vendo agora com o projeto Benito 80", acrescenta.
Rodrigo tem uma carreira solo com discos lançados, e é um dos maiores legados que Benito deixa, um filho que vai perpetuar toda obra do imortal musicista. Agora, os dois juntos são capazes de fazer exatamente o que Benito Di Paula queria e sempre fez, alegrar o povo. "Eu espero, em Deus, que eu tenha deixado um legado muito legal para essa grande família que é o Brasil. Mas garanto que queria ter deixado muito mais", fala Di Paula.
"Os grandes artistas são eternos. E eu acho que meu pai é isso. Meu pai é um ser humano, mas o Benito Di Paula é um super-herói. Ele não fica doente, não erra, ele é além do humano, é eterno", aponta Rodrigo Vellozo. "Para além da obra ele deixa uma figura, às vezes tão forte, que cobre a própria obra. Fica um fenômeno único na história da música brasileira", complementa sem esquecer o que realmente veio primeiro. "Claro que além de tudo isso ele é meu pai e, para mim, isso é mais importante que qualquer outra coisa. Muito mais importante do que Retalhos de cetim", conclui.