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“As coisas comigo acontecem assim: às vezes, eu falo, este ano não vou gravar, até falei isso, que ia parar de gravar, porque agora a forma de divulgação das coisas hoje é diferente, é tudo digital. O disco físico você não encontra em lugar nenhum. Falei que não gravaria um disco, gravaria uma música e colocaria nas plataformas digitais, mas eu gosto de estúdio e vejo o disco como uma obra completa, que não é só um ajuntamento de músicas. Então, eu tenho que fazer e continuo”, detalha Martinho.
Na véspera do aniversário, 12 de fevereiro, o cantor disponibilizou o projeto Martinho 8.0 - Bandeira da fé: Um concerto pop-clássico (Ao Vivo). O material é fruto de um show comemorativo que o sambista fez, em novembro de 2018, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Assim como o disco homônimo, o DVD leva o nome de um clássico samba de breve escrito por Martinho em parceria com Zé Catimba em 1983 e, até então, gravado apenas por Luiz Carlos da Vila e Agepê.
Além dela, o carioca escreveu as 14 composições que integram o projeto. Situação política, racismo, papel da mulher e negritude estão entre os temas de Martinho 8.0 - Bandeira da fé: Um concerto pop-clássico (Ao Vivo). “Como digo, não faço disco por engajamento político. Depois que está pronto é que se vê que tem um engajamento. As minhas músicas, os grandes trabalhos artísticos, os mais importantes não foram feitos para o movimento, eles serviram para o movimento”, explica Martinho. Tendo o samba como raiz e paixão, a contemplação ao estilo não poderia ficar de fora.
Popular e erudito
Por meio da música, Martinho também une no DVD o popular e o erudito com o conceito pop-clássico. Dirigido pelo produtor João Wlamir, a peça musical é dividida em dois atos. O primeiro termina com uma exibição da porta-bandeira e do mestre-sala da Vila Isabel, dançando um frevo-samba, com a participação do filho Tunico da Vila. O segundo culmina com um jongo sintonizado, apologia a Zumbi dos Palmares.
“A música de uma maneira geral é de uma mesma família, tudo parente, a música clássica, a música popular, o folclore. Uns, que são ligados a música clássica, que aprenderam a fazer uma diferença e a abominar tudo que é popular, mas com o tempo vão aprendendo. Eu quis fazer uma mistura. Tanto que é um espetáculo pop-clássico. Voltar os olhos para a cultura popular é importante. Essas pessoas da música clássica que não gostam, na verdade, não sabem que as grandes óperas são baseadas, muitas delas, no folclore. Com o tempo, tudo vai se esclarecendo e as cabeças vão mudando”, avalia Martinho.
No palco do Theatro Municipal da capital carioca, o sambista inicia o show com a pianista e filha Maíra Freitas. Ao longo da apresentação, Mart´nália também acompanha o pai, assim como o rapper Rappin Hood, parceiro de outros projetos. “É meu amigo, gosto muito dele, tinha gravado essa música - O sonho continua - no disco De bem com a vida, foi assim que as coisas foram surgindo e acontecendo. Juntou a fome com a vontade de comer, como se diz no popular”, brinca.
Integram o projeto os músicos Gabriel de Aquino, Alaan Monteiro, João Rafael, Gabriel Policarpo e Bernardo Arias, além da Orquestra Filarmônica do Rio, sob a regência do Maestro Leonardo Bruno. Há também uma abertura na voz de Gloria Maria, convidada pelo próprio artista.
Novos trabalhos
Diante de um trabalho que fala sobre questões tão contemporâneas, Martinho da Vila responde que não é muito de falar. “Gosto de fazer”, resume. “Tudo o que eu penso está, por exemplo, escrito em 2018 - Crônicas de um ano atípico”, acrescenta citando um dos livros escritos.
Para este ano, além do DVD, o sambista adianta que tem novos projetos a caminho. “Gosto muito de estúdio. Ano passado, comecei a fazer umas gravações, uns registros e isso vai sair em disco. Ainda não sabemos quando será, mas tenho um trabalho novo, que gostei muito, ficou bem do jeito das coisas que eu queria fazer, bem voltado para o samba”, conta.
Além da mídia, o carioca vai lançar uma nova versão de Memórias póstumas de Teresa de Jesus. Publicado pela primeira vez em 2003, o livro conta a história da família de Martinho tendo a mãe como protagonista. “Como já tem um tempo e a história continua, resolvi reescrever o livro. Nasceu muita gente, morreram outras pessoas. Tem muita história para contar. Reescrevi e o livro será lançado em maio com o nome de Memórias póstumas de Teresa de Jesus rememoradas”.
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“As coisas comigo acontecem assim: às vezes, eu falo, este ano não vou gravar, até falei isso, que ia parar de gravar, porque agora a forma de divulgação das coisas hoje é diferente, é tudo digital. O disco físico você não encontra em lugar nenhum. Falei que não gravaria um disco, gravaria uma música e colocaria nas plataformas digitais, mas eu gosto de estúdio e vejo o disco como uma obra completa, que não é só um ajuntamento de músicas. Então, eu tenho que fazer e continuo”, detalha Martinho.
Na véspera do aniversário, 12 de fevereiro, o cantor disponibilizou o projeto Martinho 8.0 - Bandeira da fé: Um concerto pop-clássico (Ao Vivo). O material é fruto de um show comemorativo que o sambista fez, em novembro de 2018, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Assim como o disco homônimo, o DVD leva o nome de um clássico samba de breve escrito por Martinho em parceria com Zé Catimba em 1983 e, até então, gravado apenas por Luiz Carlos da Vila e Agepê.
Além dela, o carioca escreveu as 14 composições que integram o projeto. Situação política, racismo, papel da mulher e negritude estão entre os temas de Martinho 8.0 - Bandeira da fé: Um concerto pop-clássico (Ao Vivo). “Como digo, não faço disco por engajamento político. Depois que está pronto é que se vê que tem um engajamento. As minhas músicas, os grandes trabalhos artísticos, os mais importantes não foram feitos para o movimento, eles serviram para o movimento”, explica Martinho. Tendo o samba como raiz e paixão, a contemplação ao estilo não poderia ficar de fora.
Popular e erudito
Por meio da música, Martinho também une no DVD o popular e o erudito com o conceito pop-clássico. Dirigido pelo produtor João Wlamir, a peça musical é dividida em dois atos. O primeiro termina com uma exibição da porta-bandeira e do mestre-sala da Vila Isabel, dançando um frevo-samba, com a participação do filho Tunico da Vila. O segundo culmina com um jongo sintonizado, apologia a Zumbi dos Palmares.
“A música de uma maneira geral é de uma mesma família, tudo parente, a música clássica, a música popular, o folclore. Uns, que são ligados a música clássica, que aprenderam a fazer uma diferença e a abominar tudo que é popular, mas com o tempo vão aprendendo. Eu quis fazer uma mistura. Tanto que é um espetáculo pop-clássico. Voltar os olhos para a cultura popular é importante. Essas pessoas da música clássica que não gostam, na verdade, não sabem que as grandes óperas são baseadas, muitas delas, no folclore. Com o tempo, tudo vai se esclarecendo e as cabeças vão mudando”, avalia Martinho.
No palco do Theatro Municipal da capital carioca, o sambista inicia o show com a pianista e filha Maíra Freitas. Ao longo da apresentação, Mart´nália também acompanha o pai, assim como o rapper Rappin Hood, parceiro de outros projetos. “É meu amigo, gosto muito dele, tinha gravado essa música - O sonho continua - no disco De bem com a vida, foi assim que as coisas foram surgindo e acontecendo. Juntou a fome com a vontade de comer, como se diz no popular”, brinca.
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Novos trabalhos
Diante de um trabalho que fala sobre questões tão contemporâneas, Martinho da Vila responde que não é muito de falar. “Gosto de fazer”, resume. “Tudo o que eu penso está, por exemplo, escrito em 2018 - Crônicas de um ano atípico”, acrescenta citando um dos livros escritos.
Para este ano, além do DVD, o sambista adianta que tem novos projetos a caminho. “Gosto muito de estúdio. Ano passado, comecei a fazer umas gravações, uns registros e isso vai sair em disco. Ainda não sabemos quando será, mas tenho um trabalho novo, que gostei muito, ficou bem do jeito das coisas que eu queria fazer, bem voltado para o samba”, conta.
Além da mídia, o carioca vai lançar uma nova versão de Memórias póstumas de Teresa de Jesus. Publicado pela primeira vez em 2003, o livro conta a história da família de Martinho tendo a mãe como protagonista. “Como já tem um tempo e a história continua, resolvi reescrever o livro. Nasceu muita gente, morreram outras pessoas. Tem muita história para contar. Reescrevi e o livro será lançado em maio com o nome de Memórias póstumas de Teresa de Jesus rememoradas”.