Quem tem um pet em casa sabe que mais do que dar comida e conforto é preciso cuidar para que ele esteja sempre saudável. Entre os cães, então, animais mais numerosos nos lares brasileiros, os cuidados se estendem para pele e pelos, que, mais do que protegerem, ajudam a regular temperatura e podem, se negligenciados, ser fontes de infecções graves.
Veterinário especializado em dermatologia, Guilherme De Caro Martins, do CentroVet, em Belo Horizonte, explica que os cuidados devem começar no banho. A cada sete dias, segundo ele, somente se o animal apresentar algum problema específico e houver, portanto, indicação profissional. Do contrário, higiene completa a cada duas semanas é suficiente.
Excesso de zelo para uns, o uso de produtos específicos para os mascotes de quatro patas, incluindo hidratantes, não é frescura, mas necessidade. Elaborados com ingredientes equilibrados, voltados exclusivamente para eles, têm fórmula que não agride a pele nem provoca alergias ou dermatites – doença mais comum entre os cães, comparável à rinite, nos humanos.
A dentista Elaine Amaral Vieira, de 68 anos, sabe bem disso. Tutora de Meg, de 10, não descuida da pele nem dos pelos da shitzu, que tem dermatite atópica e precisa tratar a condição com medicamento oral e um ritual de higiene específico.
Dentre os sintomas do problema apresentado pela cachorrinha estão coceira intensa e infecções secundárias, como as otites. “Toma banho semanalmente com xampu e condicionador especiais”, revela Elaine.
NO CONSULTÓRIO - Doença bastante comum, a dermatite atópica deve ser tratada no veterinário, ensina Guilherme Martins, do CentroVet, que acompanha a shitzu Meg
Dobras na pele
Raças com excesso de dobras, como buldogues e sharpei, também exigem atenção extra dos donos. Para evitar acúmulo de umidade, assaduras e proliferação de fungos, por exemplo, é preciso higienizar os pets com frequência.
“O grande problema são as dobras no rabo e região vulvar, que podem se tornar ambiente favorável para a proliferação de microorganismos”, detalha o veterinário do CentroVet.
Utilizar lenços umedecidos de bebê está liberado nestes casos. O cuidado é observar a composição das fórmulas, que devem ser neutras para não irritar a pele, e ficar de olho para o animal não lamber o local logo após o uso. Gases embebidas em soro fisiológicos gelado também são uma boa alternativa.
Picadas de pulga podem desencadear alergias, dermatites, e infecções bacterianas; problema deve ser combatido no pet e no ambiente onde ele vive
Você sabe cuidar da saúde do pelo e da pele do seu cãozinho adequadamente? Confira o que é certo e errado:
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Problemas de pele revelam desde infecções bacterianas localizadas a baixa imunidade
Mais comuns do que podemos imaginar, as doenças de pele dos cães podem caracterizar desde problemas localizados, como alergias a picada de pulga e infecções bacterianas, como indicar uma resposta do organismo a baixa imunidade ou até mesmo a questões metabólicas.
“Para qualquer coisa que aconteça há uma diminuição da resposta da pele frente ao organismo dos cães”, resume a veterinária Fernanda de Knegt, especialista em dermatologia. Segundo a profissional, que atende na clínica UniCare, em Belo Horizonte, dois dos erros mais comuns, capazes de deixar a pele suscetível a problemas, são frequência errada do banho e uso de produtos não adequados. Junta-se a isso falta de prevenção a infestação por pulgas e carrapatos.
“Todo cachorro que vai à rua é foco de pulga, vai ser picado. E não adianta fazer um tratamento a cada três meses ou dar um comprimido uma vez por ano. Prevenir deve fazer parte da rotina de quem tem um pet. É necessário”, avisa a profissional, mencionando medicamentos de uso tópico e as coleiras repelentes, que devem ser utilizadas permanentemente.
Tutora de Robinho, lulu da Pomerânia de 3 anos e meio, a pediatra Laíssa Lamounier Timochenco segue à risca as recomendações da veterinária. Além de escovar o cãozinho diariamente e só usar cosméticos específicos para animais de pele sensível, não abre mão da coleira anti-pulgas e de um remédio mastigável administrado de quatro a seis meses.
Para se ter uma ideia, segundo a veterinária Fernanda de Knegt, para cada pulga encontrada num cachorro, há pelo menos 95 espalhadas no ambiente. “Em frestas de taco, em tábuas corridas, na fibra do tapete ou do carpete”, detalha a profissional.
Uma vez instalado, portanto, o problema deve ser combatido mais do que somente no animal. Dedetizar o ambiente por completo é fundamental para eliminar os focos dos parasitas, que podem ocasionar desde dermatites a infecções bacterianas.
Confira os problemas de pele mais comuns em cães: