Muitos dos ingredientes presentes na ceia de Natal são extremamente tóxicos para os pets
fonte: Correio Braziliense
Em tempos de comemorações, os pets são presença garantida nos momentos de união, amor e felicidade propostos pela ceia de Natal. Mas nem tudo é permitido para eles. Certos alimentos não devem ser compartilhados com os animais para evitar que a festa seja substituída por estresse.
Segundo a nutróloga veterinária Simone Bandeira, a ceia de Natal é regada a pratos gordurosos e temperos fortes para os animais. Peru e chester, por exemplo, são alimentos industrializados e há condimentos nocivos para os bichos. “Além disso, alho, cebola e cebolinha são proibidos para eles.” Simone informa que os pets só podem comer o que são acostumados a ingerir.
Para a médica veterinária Juliana Rosito, especialista em nefrologia, as uvas-passas são bastante tóxicas para os bichos. Estudo feito pelo Centro de Controle de Veneno Aspca mostra que esse ingrediente tem sete propriedades que podem provocar insuficiência renal irreversível.
O motivo da intoxicação ainda é desconhecido, mas sabe-se que o sistema urinário dos pets não filtra as substâncias tóxicas da uva-passa, sobrecarregando os rins deles. “No geral, as frutas secas são bastante maléficas aos bichos. Como esses alimentos são muito comuns nesta época do ano, é bom ter cuidado”, alerta a veterinária.
Como as comidas da ceia têm alto teor de gordura, não se deve alimentar o melhor amigo com agrado, mesmo que eles façam aquela cara de pidão. “Às vezes, o animal já pode ter uma patologia nefrológica. Ao comer alimentos gordurosos, pode desencadear essas doenças.” Para ela, os principais sintomas ao ingerir esses alimentos são diarreia e vômitos.
Outro problema é o osso do peru e do chester. O osso pode perfurar partes do canal digestivo, como o esôfago, o estômago e até o intestino. Nesses casos, é preciso se submeter a cirurgia para a retirada do objeto.
Juliana reforça ainda que é importante não deixar o lixo perto dos animais, já que eles vão lá fuçar. “Se ouvir que eles estão revirando o lixo e notou algo diferente no comportamento do bicho, já o leve ao consultório veterinário para avaliar se terá complicações”, aconselha.
A secretária executiva Renata Mello, 48 anos, tutora de Pitoco, 10, conta que o poodle é muito alérgico e precisa tomar cuidado redobrado com o que ele come. Em 2011, Renata começou a trabalhar fora de casa e o amigo passava grande parte do dia sozinho. “Ele começou a ficar desidratado, sem beber água nem comer”, relembra. Ela achava que o cãozinho tinha ansiedade pela separação.
Ao mesmo tempo, estava com perda de pelo. Por conta disso, achou que o problema poderia ser dermatológico e resolveu levá-lo a um homeopata. O profissional indicou a alimentação natural e o cãozinho voltou a ter qualidade de vida.
Renata diz que Pitoco não é um cão pidão em relação a comida. Por isso, participa das comemorações sem grandes problemas. “Ele só come a comidinha dele.” Para este fim de ano, a tutora vai deixá-lo em hospedagem para pets e levará petiscos para ele comemorar.
Natasha, José e Luke participam da ceia, mas Luciana Carvalho fica sempre atenta ao que eles comem(foto: Arquivo Pessoal)
A psicóloga Luciana Carvalho, 48 anos, tem três fiéis amigos de quatro patas: dois da raça lhasa-apso, Natasha, 11, e José, 10; e o vira-lata Luke, 7. Ela conta que os cães sempre participam das reuniões familiares, principalmente em datas comemorativas como o Natal. “Normalmente, passamos na casa da minha mãe, que tem mais dois cachorros. É a maior diversão!” Luciana, porém, toma muito cuidado para que os bichinhos não comam alimentos que não sejam apropriados a eles. A psicóloga tem conhecimento que pão, doces e peles do peru e do chester são maléficos para os cães. Ossos, nem pensar, já que isso pode perfurar a garganta deles.
Além disso, os biscoitinhos específicos para os cães dão diarreia em todos eles. Por isso, ela não as oferece como petisco. “Uma vez, um primo deu um pedaço de peru para um deles. Ainda bem que não deu problema algum.”
Diferença entre gatos e cães
O gato é um animal carnívoro natural. Eles, porém, são muito seletivos. Dificilmente, comem algo que não os agradam. Já os cães, também carnívoros, quando veem que algum humano está comendo, logo vão pedir um pouco do alimento. Então, é importante ter atenção redobrada ao que eles vão ingerir.
O que fazer quando eles comem o que não deviam?
- Primeiro, não tente tirar da boca. Eles podem morder para defender a refeição.
- Segundo, faça com que eles bebam muita água.
- Por último, observe se o animal aparenta alguma alteração no comportamento. Se houver, corra para o consultório veterinário. Mesmo em época de Natal, há clínicas que vão funcionar e são 24h.
Fonte: Simone Bandeira é nutróloga veterinária da Clínica Veterinária Amigo Meu