Ex-secretária de Planejamento de Aécio e Anastasia dará consultoria para atual gestor da área; serviço é temporário, e não há previsão de efetivar antiga administradora

A ex-secretária de Estado de Planejamento e Gestão dos governos tucanos Renata Vilhena está participado da gestão de Romeu Zema (Novo) desde a fase de transição. Segundo uma fonte do governo, Renata está prestando consultoria para a equipe do secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Otto Alexandre Levy Reis, na estruturação da reforma administrativa.

No entanto, Renata não deve compor os quadros do Executivo. A fonte explicou que esse trabalho é temporário e está previsto para terminar no final do mês que vem. “Ela não vai continuar no governo. Não houve convite do Novo nem há interesse dela”, disse o interlocutor.

Renata, que esteve à frente das reformas administrativas do governo de Aécio Neves (PSDB) e de Antonio Anastasia (PSDB), chegou para auxiliar o rearranjo do Estado por meio da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), Comunitas.

Em seu site, a entidade aponta que tem o objetivo de “contribuir para o aprimoramento dos investimentos sociais corporativos e estimular a participação da iniciativa privada no desenvolvimento social e econômico do país”.

“Uma das maneiras da Comunitas ajudar o Estado é doando a contratação de especialistas para desenvolver soluções que melhorem a vida da sociedade. No caso de Minas, eles escolheram a Renata para essa função”, contou o interlocutor do governo.

Para desenvolver o trabalho, Renata conta com uma equipe de três servidores especialistas em políticas públicas e gestão governamental. “Como eles têm profundo conhecimento de como funciona uma estrutura de governo, a equipe da Renata está sendo essencial para a formulação da reforma administrativa”, disse o interlocutor.

Essa é a primeira vez que Otto Alexandre Levy Reis assume um cargo na administração pública. Antes, o engenheiro trabalhou na iniciativa privada.

A participação de Renata no governo Zema não é de agora, sua atuação começou em dezembro do ano passado, quando a Fundação Dom Cabral (FDC) participou do levantamento do diagnóstico do Estado. Renata é professora associada da instituição e, por isso, trabalhou nas análises das políticas públicas do Estado feitas pela FDC.

No fim do ano passado, Zema e Renata participaram de um curso na área de gestão pública a convite da Fundação Lemann, em Oxford, na Inglaterra. O foco das aulas foi buscar soluções para aprimorar o mecanismo de seleção de pessoas para ocupar cargos de liderança na administração pública.

Currículo. Renata Vilhena é professora associada da Fundação Dom Cabral (FDC) e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência.

Origem. Nascida em Belo Horizonte, a consultora é formada em estatística pela UFMG, especializada em administração pública na Fundação João Pinheiro e em gestão pública e legislação urbana pela Universidade Cândido Mendes.

Técnica. Renata é servidora de carreira do Estado. Em 1985, iniciou sua atuação no governo de Minas, como técnica da Secretaria de Trabalho e Ação Social. Sua última ocupação no governo foi no comando na Secretaria de Planejamento e Gestão dos governos de Aécio Neves (PSDB), Antonio Anastasia (PSDB) e Alberto Pinto Coelho (PPS).

Esportes deixará Educação e deve ir para Impacto Social

Mais uma mudança deve acontecer na estrutura administrativa do governo de Minas nos próximos dias. A área de Esportes, que nos governos anteriores era contemplada com uma pasta exclusiva, deve ser acoplada à Secretaria de Impacto Social. A princípio, a Secretaria de Educação seria a responsável pelas atribuições do setor.

Segundo uma fonte do governo, ainda não há nada definido, mas as conversas estão caminhando nesse sentido. “A ideia do Partido Novo era englobar as áreas de educação, esportes e cultura na mesma pasta. No entanto, depois de estudos, ficou claro que a secretaria de educação tem uma demanda enorme e por isso não seria vantajoso acoplar mais uma área”, contou.

O interlocutor explicou que o Estado entende que o esporte é uma política social, por isso quem passaria a responder pelo setor seria a secretaria chefiada pela economista Elizabeth Jucá.

Em conversa com a reportagem, um representante de uma entidade esportiva, que pediu anonimato, afirmou que a classe não está satisfeita com essa possibilidade.

“As entidades esportivas estão muito preocupadas com os programas e projetos em andamento. Nenhum dos funcionários da Secretaria de Esportes foi reconduzido. No entanto, várias outras secretarias tiveram exonerações canceladas. Isso prejudica cronogramas e contratos que estão para vencer”, reclamou.

Em dezembro do ano passado, prefeitos da Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais se reuniram em Itapecerica com o representante de Zema, Bernardo Silviano Brandão, e solicitaram a manutenção da Secretaria de Cultura.

O governo de Minas ainda não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem.