Parte das 174 toneladas de minério que atingiram o córrego Santo Antônio do Grama, no município de mesmo nome, na Zona da Mata mineira, deve chegar também ao rio Casca, onde o ribeirão deságua, conforme a Defesa Civil na cidade. Este é o segundo vazamento do mineroduto da Anglo American em menos de um mês.
O acidente, que ocorreu na noite da última quinta-feira (29) não afetou o abastecimento de água, que estava sendo feito pelo ribeirão Salgado desde o último rompimento da tubulação, há 17 dias. Ao todo, foram despejadas 474 toneladas de minério nos cursos d'água.
O córrego também era utilizado pela população para pesca e irrigação de plantações nas zonas urbana e rural, conforme o coordenador da Defesa Civil de Santo Antônio do Grama, Gilvan de Assis. “A situação está controlada, mas alertamos a população para evitar contato com as águas do rio”, diz.
A empresa garante que o vazamento é "completamente mitigável" e estima que serão necessários 30 a 45 dias para retirar completamente a substância do córrego. "Semana passada nós já tínhamos mais de 200 homens trabalhando na limpeza do rio. O impacto desse segundo rompimento foi muito menor", afirma o presidente da Anglo American, Ruben Fernandes.
Conforme Ruben, o minério puro se acumulou nas margens do rio e será retirado com equipamentos de sucção. Apesar de a mineradora ter informado que não houve mortalidade de peixes com o acidente, a Defesa Civil garante que os animais morreram com a substância.
O rompimento também atingiu uma fazenda na região. O presidente da Anglo American reforça que a empresa dará apoio financeiro e logístico aos moradores que "não se sentirem seguros" na região e quiserem deixar o local durante as operações. A cidade tem 4 mil habitantes.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) enviou uma equipe do Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) para avaliar a situação e adotar as medidas ambientais cabíveis.