Para que a UFMG possa adotar um ensino remoto acessível a todos estudantes, a universidade debate uma forma de oferecer suporte aos alunos com dificuldades socioeconômicas, para que tenham acesso a uma tecnologia necessária para atividades on-line. Essa informação foi divulgada pela reitora Sandra Goulart Almeida, em coletiva realizada pouco antes da assinatura de um termo de parceria de cooperação técnica com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quinta-feira (18).

Ela disse ainda que a UFMG deve adotar atividades remota para seus alunos de maneira gradual. Vários estudantes da pós-graduação já estão recebendo atividades remotas e professores estão sendo treinados para usar as várias ferramentas possíveis para o ensino à distância, enquanto segue um debate sobre qual será a melhor forma de adotar soluções virtuais para a graduação.  


“Não sabemos quando as aulas presenciais poderão ser retomadas, isso não depende da UFMG, mas das autoridades sanitárias. Devemos voltar com aulas remotas, primeiramente na pós-graduação, depois com atividades complementares para a graduação. Algumas dessas atividades já estão sendo implementadas, aos poucos vamos retomando algumas disciplinas”, afirmou a reitora.

Sandra lembrou, mais uma vez, que todas as decisões referentes a ensino remoto emergencial serão tomadas pelos conselhos superiores da universidade após um grande planejamento e debate em torno do assunto. Isso acontece porque a universidade quer garantir que todos os estudantes tenham acesso às aulas virtuais.

Nesta quarta-feira (17), o Ministério da Educação (MEC) publicou uma portaria que autoriza a utilização de aulas remotas em instituições federais de ensino superior até 31 de dezembro de 2020. O texto também flexibiliza os estágios e as práticas em laboratório, por conta da pandemia de Covid-19.

Parceria

A reitora esteve presente na ALMG nesta quinta-feira para oficializar uma parceria entre a universidade e a casa legislativa para a realização de atividades relativas ao combate à pandemia. A Assembleia destinou R$ 1,5 milhão para três projetos da UFMG. Referente à economia na verba indenizatória (usada na manutenção dos gabinetes), o recurso está sendo pago em três parcelas.

Os três projetos que receberam os recursos são:


1) Tele-Covid-19: atendimento de telessaúde com foco na população e nos profissionais e gestores de saúde;

2) Ventiladores hospitalares: construção de protótipos de baixo custo e rápida fabricação para solucionar a falta de equipamentos essenciais em hospitais;

3) Protetores faciais: impressão em 3D e distribuição de 2.400 protetores a hospitais, UPAs e centros de saúde para garantir a segurança no trabalho dos profissionais de saúde mineiros que atuam na linha de frente do combate à pandemia.

De acordo com reitora, os primeiros hospitais a serem beneficiados com os ventiladores e os protetores faciais serão o Hospital das Clínicas da UFMG e o Risoleta Neves – e depois outras unidades públicas de saúde. Não há previsão para que os ventiladores fiquem prontos, mas um protótipo está sendo avaliado e há pesquisadores de diversas áreas, inclusive do Colégio Técnico, envolvidos no projeto.

Durante a coletiva, Sandra lembrou ainda que a UFMG participa de um importante projeto de desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19, junto com a Fiocruz e outras entidades de pesquisa. “Nesse momento, é imprescindível que o Brasil desenvolva tecnologia e não dependa de outros países. Além da vacina, tem um grupo da universidade estudando vários medicamentos no tratamento contra a Covid. O importante é que, quanto mais a curva da epidemia estiver achatada, mais tempo temos para desenvolver medicamentos e entender melhor a doença”, afirmou.