Os estudos foram iniciados em janeiro deste ano e os resultados divulgados nesta semana
Tecnologia inédita para o diagnóstico da Covid foi patenteada por pesquisadores da Universidade Fed[/TEXTO]eral de Minas Gerais (UFMG). Trata-se de um teste que detecta anticorpos contra o vírus na urina. O processo, divulgado essa semana, promete ser mais simples, barato e menos invasivo do que o exame de sangue. 

O estudo, iniciado em janeiro deste ano, coletou 240 amostras de 150 pessoas. Idealizado pela pós-doutoranda da Faculdade de Medicina, Fernanda Ludolf, foi realizado em parceria com o Instituto de Ciências Biológicas e o Hospital das Clínicas. 

Segundo a cientista, os resultados apontaram sensibilidade de 94%, o que significa que, a cada 100 pessoas que tiveram contato com a doença, 94 são identificadas. Além disso, foi obtida uma especificidade de 100%, demonstrando que não houve nenhum caso em que o resultado positivo detectou outra patologia. 

Atualmente, existem testes sorológicos no mercado para detectar se a pessoa já teve Covid. A tecnologia da UFMG, no entanto, destaca-se pelo pioneirismo, já que a existência de anticorpos na urina foi pouco estudada
O método mineiro, porém, se difere do RT-PCR, que analisa a secreção nasal para detectar a presença do coronavírus, exame que tem sido o mais indicado pelas autoridades de saúde. O novo teste é uma alternativa às análises sanguíneas, podendo ser utilizado para localizar os anticorpos e avaliar a resposta imunológica do paciente.

O estudo realizou comparativos entre estas duas possibilidades. Os resultados foram similares tanto na urina como no sangue, sendo possível identificar os anticorpos 20 dias após o início dos primeiros sintomas. 

De acordo com Fernanda Ludolf, o exame de urina, por não necessitar de agulhas e seringas, tem um custo potencialmente mais baixo. Porém, a velocidade e precisão devem ser semelhantes às de sangue. 

“Agulha e seringa não são itens caros, mas num montante de muitas amostras, acaba tendo um valor maior”.

Já estão em curso negociações com laboratórios. Uma vez estabelecida a parceria, o teste precisa ainda ser avaliado e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O licenciamento pelo órgão nacional pode demorar de seis a oito meses, mas há uma expectativa de ser mais rápido por conta da pandemia.

Além disso:

O teste é baseado no método conhecido como Elisa (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay ou, em português, Ensaio de Imunoabsorção por Ligação Enzimática).

A pós-doutoranda da Faculdade de Medicina, Fernanda Ludolf, ainda destaca a praticidade do exame e a facilidade no transporte do material, que não exige refrigeração. 

“A urina é bastante estável para conservação, inclusive em temperatura ambiente. Então, conseguimos acessar áreas remotas onde um coletor não pode ir”, disse Fernanda.

(*) Com Agência Brasil