A Prefeitura de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, voltou atrás e decidiu fechar o comércio não essencial da cidade a partir da próxima segunda-feira (23), por causa da explosão dos casos de coronavírus e ocupação de leitos de Unidade Terapia Intensiva (UTI) no município, que chegou a 99% nesta sexta (19). Nesta data, Uberlândia 4.748 pacientes confirmados com a COVID-19 e 75 óbitos confirmados pela doença.
 
A quantidade de casos divulgada pelo Comitê Municipal de Enfrentamento da COVID-19 de Uberlândia supera o numero de pacientes contaminados em Belo Horizonte  do ultimo boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES), desta sexta-feira, que registra 3.789  casos da doença e 90 mortes confirmadas pela doença.
 
Mas, os dados da SES sobre Uberlândia estão defasados em relação aos boletim da Secretaria de Saúde da cidade do Triângulo, constando ainda 2.608 casos e 51 óbitos por coronavírus em Uberlândia.

O fechamento do comércio em Uberlândia para tentar frear a explosão dos casos de coronavirus na cidade foi anunciado no final da tarde sexta-feira, em reunião do prefeito Odelmo Leão (PP) com os integrantes do Comitê Muniicipal de Enfrentamento da COVID-19. Os estabelecimento continuarão fechados por um período de 15 dias.
 
O secretário municipal de Saúde de Uberlândia, Gladstone Rodrigues,   disse que será necessário que os moradores cumpram as medidas de isolamento social para atenuar a propagação do vírus na cidade. Ele alertou que, caso contrário a Municipalidade poderá adotar medidas “mais drásticas”, numa referência ao lockdown (fechamento total).
 
“Se a população não se envolver, provavelmente, terão que ser adotadas ainda mais drásticas dentro de duas semanas”, advertiu Rodrigues.

Na mesma linha, o promotor Lúcio Flavio de Faria e Silva, da Promotoria da Defesa de Saúde de Uberlândia, afirmou que a cidade-polo do Triângulo vive “uma situação de guerra”. O representante do MPMG também ressaltou a importância da participação da população no cumprimento das medidas
protetivas contra a transmissão do vírus. 
 
A flexibilização das atividades econômicas em Uberlândia tinham sido iniciadas no final de abril, com os estabelecimentos devendo obedecer a uma série de restrições. O secretário municipal de Saúde disse que a Prefeitura recuou na abertura do comércio ao verificar uma “gradativa aproximação de uma situação de caos”, com o rápido aumento de casos do coronavirus e o esgotamento das vagas de UTI. 
 
Ele disse que, após a pandemia, houve um aumento de 630% na ocupação de leitos de tratamento intensivo município. Atualmente, a cidade tem 110 leitos de UTI na rede municipal. O prefeito Odelmo Leão anunciou que está providenciando a instalação de mais 10 leitos de tratamento intensivo no município em  caráter emergencial. 
 
O secretário municipal de Saúde lembrou que a velocidade de transmissão do coronavírus avanço muito nos últimos dias. “A cidade demorou 53 dias para  chegar a  1 mil casos. Foram nove dias para atingir 2 mil caos, mais 6 dias para alcançar 3 mil casos e apenas 5 dias para chegar a 4 mil casos da doença”, relatou Rodrigues.

Compra de hidroxicloroquina 
 
A compra de um grande quantidade de hidroxicloroquina foi das medidas adotadas pela Prefeitura de Uberlândia para o combate da COVID-19 no município. O prefeito Odelmo Leão salientou que o remédio está disponível para a população em todas as unidades básicas de saúde da cidade.
 
Durante a reunião do comitê municipal de enfrentamento da COVID-19 em Uberlândia, o representante do Ministério Público Federal (MPF), o  procurador da república Cleber Eustaquio Neves destacou a que a Municipalidade comprou 30 mil comprimidos de hidroxicloroquina. Ele salientou que o remédio está acessível a toda população e que dever usado por pacientes com sintomas leves da COVID-19. 
 
O uso da hidroxicloroquina é polêmico. Mas, o medicamento é polêmico. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que ainda não existem evidências cientificas claras sobre os efeitos do remédio no combate ao coronavirus, alertando também sobre os efeitos colaterais do medicamento.