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O avanço de uma massa de ar polar que saiu da Argentina em direção aos países vizinhos faz a população sentir com mais força a chegada do inverno no Brasil. Nevou por três dias seguidos em algumas áreas de maior altitude do Sul do país. Em Minas Gerais, os termômetros marcaram temperaturas próximas ou abaixo de zero ontem, com geada. E o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um novo alerta de frio, com temperaturas 5°C abaixo da média para Minas Gerais e outros seis estados e o Distrito Federal. O aviso é válido ao menos até as 23h59 de amanhã (2/07) para 645 municípios mineiros."Nos próximos dias, o ar frio polar proporcionará declínio acentuado de temperatura em todas as regiões mineiras e formação de geada no Sul do estado, onde a temperatura mínima prevista é de -3°C", disse o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Claudimir de Azevedo.
Mas, afinal, o que é uma onda polar? É um período de atuação de uma massa de ar frio polar, ou seja, os dias em que a massa de ar frio atua. Essa massa é uma grande porção do ar atmosférico que cobre uma extensa área da superfície terrestre e apresenta distribuição praticamente uniforme de temperatura e umidade. "As massas de ar são classificadas de acordo com a região em que se originam – nos polos ou nos trópicos. Assim, no hemisfério sul e no hemisfério norte elas podem ser polares ou tropicais”, explicou o meteorologista.
No hemisfério sul, detalha Azevedo, uma massa polar é uma grande porção de ar atmosférico que se forma na Antártida e se desloca em direção ao continente sul-americano, provocando queda acentuada de temperatura no inverno. "No Brasil, atingem os estados do Sul, Sudeste, Centro- Oeste e, em situações extremas, causam o fenômeno das ‘friagens’ na Região Amazônica. À medida que o ar frio vai avançando sobre o continente, suas características vão se modificando com a troca de calor e, ao passar do tempo, a temperatura vai se elevando gradativamente", pontuou o meteorologista. Também estão associados à massa de ar frio polar fenômenos meteorológicos como neve, nevoeiros, geada, chuva congelada e temperaturas negativas, sobretudo, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Geada
"Em Minas Gerais, a condição de geada é observada, principalmente, no Sul do estado. Contudo, em episódios extremos de frio podem ocorrer também de forma mais branda em áreas isoladas do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Oeste, Campo das Vertentes e Zona da Mata mineira", complementou. O Inmet prevê que, pelo menos até sábado (3/7), há possibilidade de geada em pontos isolados do Sul, Sudoeste e Campo das Vertentes. Os vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce devem ter céu parcialmente nublado com névoa úmida. Pode ocorrer névoa seca no Triângulo Mineiro, Oeste, Zona da Mata e Região Metropolitana de Belo Horizonte. Vale lembrar que esse fenômeno é resultado da presença de partículas e poluentes na atmosfera, somada ao clima seco, deixando uma faixa cinzenta sobre o horizonte.
Alerta
Em função desse cenário no país, mapa do Centro Virtual para Avisos de Eventos Meteorológicos Severos para o Sul da América do Sul (Alert-AS) mostrava avisos de onda de frio e/ou declínio de temperatura para 16 dos 27 estados da Federação. Para Minas Gerais, os primeiros alertas eram válidos até a noite de ontem, incluindo 66 cidades, chegando aos municípios do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Oeste, Campo das Vertentes, Sul, Sudoeste e parte da Zona da Mata.
Ontem, o alerta foi estendido, com validade até sexta-feira (2/07), incluindo 645 municípios mineiros, de diversas regiões, entre elas a Metropolitana de Belo Horizonte. Uma larga faixa de perigo era indicada ontem na quase totalidade do estado e avançava pelo sul e interior da Bahia, além do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Tocantins, Goiás e o Distrito Federal. (Confira mapa e as regiões afetadas no quadro.)
Anomalia
As baixas temperaturas desta semana já eram previstas por uma nota técnica do Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) do último dia 25, que foi atualizada na segunda-feira. “Ao amanhecer dos dias 29 e 30 de junho, as temperaturas deverão ficar abaixo de zero em uma ampla área entre o Norte do Rio Grande do Sul, Meio-oeste e Planalto Sul de Santa Catarina e no Sul do Paraná. Nesse mesmo período, ainda se mantém a possibilidade de queda de neve nas áreas serranas, especialmente de Santa Catarina”, diz a nota. “Ao longo de toda a semana, persistem as condições atmosféricas propícias para a formação de geada (moderada a forte) na Região Sul, no Mato Grosso do Sul, podendo se estender para São Paulo e Minas Gerais”, informava o SNM.
O portal da MetSul Meteorologia antecipava, também na segunda-feira (28/06), que a onda polar desta primeira metade da semana na Região Centro-Sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai traz a maior anomalia negativa de frio no mundo fora dos polos. "Em nenhum lugar do planeta a temperatura ficou tão abaixo da média fora das regiões polares como a parte central da América do Sul”, informou.
Marca negativa
A intensa queda de temperatura pôde ser percebida na manhã de ontem em diversas regiões de Minas Gerais, tanto que o estado registrou a menor temperatura de 2021. Segundo o Inmet, os termômetros marcaram -2,7°C em Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul de Minas Gerais. A temperatura negativa foi registrada entre as 6h e as 7h dessa quarta. A geada cobriu parte do distrito turístico, deixando a vegetação, veículos e outras superfícies cobertos de gelo. Até então, a menor temperatura de 2021 em Minas Gerais era -0,3°C em 25 de maio, também em Monte Verde.
Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul de Minas Gerais, teve a temperatura mais baixa do ano no estado, com termômetros abaixo de zero. Houve geada entre o fim da madrugada e início da manhã desta quarta (30/6)(foto: Hotel Cabeça de Boi/Divulgação )
Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba também tiveram algumas das temperaturas mais baixas do estado ontem, com 2,5°C em Conceição das Alagoas, 3,1°C em Uberaba, 4,1°C em Patrocínio, e 8,9°C em Patos de Minas. A frente fria chegou na região no início da noite de terça-feira e se intensificou na madrugada de ontem, sendo considerado o dia mais frio do ano na região. Além da queda nas temperaturas, a massa de ar seco polar também derrubou a umidade relativa do ar durante esta semana na região.
A sensação térmica em Uberlândia baixou a 0OC no início da manhã de ontem, de acordo com o Inmet. O dia mais frio do ano também foi o de menor temperatura registrada nos últimos 21 anos. A semana segue fria, segundo a previsão do tempo para o município. A temperatura mínima registrada foi 4OC às 7h da manhã. Contudo, dados do Inmet mostram que os ventos de quase 10km/h e a umidade de 71% fizeram com que a sensação térmica fosse de zero grau.
Capital
Em Belo Horizonte, a mínima foi de 11,5OC ontem e pode cair a 9°C amanhã, segundo as previsões
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press )
Na capital mineira, a temperatura mínima de ontem foi de foi 11,5°C. Como não houve muito vento, o impacto não foi significativo na sensação térmica. No entanto, a partir de hoje (1º/07), existe a possibilidade de a mínima em BH cair para 9°C, batendo o recorde do ano, que é de 11,7°C em 13 de junho. Na segunda-feira, a Defesa Civil da cidade emitiu um alerta para a massa de ar frio manter as temperaturas baixas, com temperatura mínima abaixo de 12°C até o início da próxima semana.
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Mas, afinal, o que é uma onda polar? É um período de atuação de uma massa de ar frio polar, ou seja, os dias em que a massa de ar frio atua. Essa massa é uma grande porção do ar atmosférico que cobre uma extensa área da superfície terrestre e apresenta distribuição praticamente uniforme de temperatura e umidade. "As massas de ar são classificadas de acordo com a região em que se originam – nos polos ou nos trópicos. Assim, no hemisfério sul e no hemisfério norte elas podem ser polares ou tropicais”, explicou o meteorologista.
No hemisfério sul, detalha Azevedo, uma massa polar é uma grande porção de ar atmosférico que se forma na Antártida e se desloca em direção ao continente sul-americano, provocando queda acentuada de temperatura no inverno. "No Brasil, atingem os estados do Sul, Sudeste, Centro- Oeste e, em situações extremas, causam o fenômeno das ‘friagens’ na Região Amazônica. À medida que o ar frio vai avançando sobre o continente, suas características vão se modificando com a troca de calor e, ao passar do tempo, a temperatura vai se elevando gradativamente", pontuou o meteorologista. Também estão associados à massa de ar frio polar fenômenos meteorológicos como neve, nevoeiros, geada, chuva congelada e temperaturas negativas, sobretudo, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Geada
"Em Minas Gerais, a condição de geada é observada, principalmente, no Sul do estado. Contudo, em episódios extremos de frio podem ocorrer também de forma mais branda em áreas isoladas do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Oeste, Campo das Vertentes e Zona da Mata mineira", complementou. O Inmet prevê que, pelo menos até sábado (3/7), há possibilidade de geada em pontos isolados do Sul, Sudoeste e Campo das Vertentes. Os vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce devem ter céu parcialmente nublado com névoa úmida. Pode ocorrer névoa seca no Triângulo Mineiro, Oeste, Zona da Mata e Região Metropolitana de Belo Horizonte. Vale lembrar que esse fenômeno é resultado da presença de partículas e poluentes na atmosfera, somada ao clima seco, deixando uma faixa cinzenta sobre o horizonte.
Alerta
Em função desse cenário no país, mapa do Centro Virtual para Avisos de Eventos Meteorológicos Severos para o Sul da América do Sul (Alert-AS) mostrava avisos de onda de frio e/ou declínio de temperatura para 16 dos 27 estados da Federação. Para Minas Gerais, os primeiros alertas eram válidos até a noite de ontem, incluindo 66 cidades, chegando aos municípios do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Oeste, Campo das Vertentes, Sul, Sudoeste e parte da Zona da Mata.
Ontem, o alerta foi estendido, com validade até sexta-feira (2/07), incluindo 645 municípios mineiros, de diversas regiões, entre elas a Metropolitana de Belo Horizonte. Uma larga faixa de perigo era indicada ontem na quase totalidade do estado e avançava pelo sul e interior da Bahia, além do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Tocantins, Goiás e o Distrito Federal. (Confira mapa e as regiões afetadas no quadro.)
Anomalia
As baixas temperaturas desta semana já eram previstas por uma nota técnica do Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) do último dia 25, que foi atualizada na segunda-feira. “Ao amanhecer dos dias 29 e 30 de junho, as temperaturas deverão ficar abaixo de zero em uma ampla área entre o Norte do Rio Grande do Sul, Meio-oeste e Planalto Sul de Santa Catarina e no Sul do Paraná. Nesse mesmo período, ainda se mantém a possibilidade de queda de neve nas áreas serranas, especialmente de Santa Catarina”, diz a nota. “Ao longo de toda a semana, persistem as condições atmosféricas propícias para a formação de geada (moderada a forte) na Região Sul, no Mato Grosso do Sul, podendo se estender para São Paulo e Minas Gerais”, informava o SNM.
O portal da MetSul Meteorologia antecipava, também na segunda-feira (28/06), que a onda polar desta primeira metade da semana na Região Centro-Sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai traz a maior anomalia negativa de frio no mundo fora dos polos. "Em nenhum lugar do planeta a temperatura ficou tão abaixo da média fora das regiões polares como a parte central da América do Sul”, informou.
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A intensa queda de temperatura pôde ser percebida na manhã de ontem em diversas regiões de Minas Gerais, tanto que o estado registrou a menor temperatura de 2021. Segundo o Inmet, os termômetros marcaram -2,7°C em Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul de Minas Gerais. A temperatura negativa foi registrada entre as 6h e as 7h dessa quarta. A geada cobriu parte do distrito turístico, deixando a vegetação, veículos e outras superfícies cobertos de gelo. Até então, a menor temperatura de 2021 em Minas Gerais era -0,3°C em 25 de maio, também em Monte Verde.
Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul de Minas Gerais, teve a temperatura mais baixa do ano no estado, com termômetros abaixo de zero. Houve geada entre o fim da madrugada e início da manhã desta quarta (30/6)(foto: Hotel Cabeça de Boi/Divulgação )
Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba também tiveram algumas das temperaturas mais baixas do estado ontem, com 2,5°C em Conceição das Alagoas, 3,1°C em Uberaba, 4,1°C em Patrocínio, e 8,9°C em Patos de Minas. A frente fria chegou na região no início da noite de terça-feira e se intensificou na madrugada de ontem, sendo considerado o dia mais frio do ano na região. Além da queda nas temperaturas, a massa de ar seco polar também derrubou a umidade relativa do ar durante esta semana na região.
A sensação térmica em Uberlândia baixou a 0OC no início da manhã de ontem, de acordo com o Inmet. O dia mais frio do ano também foi o de menor temperatura registrada nos últimos 21 anos. A semana segue fria, segundo a previsão do tempo para o município. A temperatura mínima registrada foi 4OC às 7h da manhã. Contudo, dados do Inmet mostram que os ventos de quase 10km/h e a umidade de 71% fizeram com que a sensação térmica fosse de zero grau.
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Em Belo Horizonte, a mínima foi de 11,5OC ontem e pode cair a 9°C amanhã, segundo as previsões
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press )
Na capital mineira, a temperatura mínima de ontem foi de foi 11,5°C. Como não houve muito vento, o impacto não foi significativo na sensação térmica. No entanto, a partir de hoje (1º/07), existe a possibilidade de a mínima em BH cair para 9°C, batendo o recorde do ano, que é de 11,7°C em 13 de junho. Na segunda-feira, a Defesa Civil da cidade emitiu um alerta para a massa de ar frio manter as temperaturas baixas, com temperatura mínima abaixo de 12°C até o início da próxima semana.