Considerada uma medida eficaz no combate ao novo coronavírus, o isolamento social em Minas Gerais está abaixo do recomendado por especialistas. Por aqui, a média está em 39,17%, conforme os dados do Painel de Monitoramento do governo do Estado, enquanto o ideal seria de pelo menos 50%. A tendência é de que os números reduzam mais ainda com o Réveillon, quando muitas pessoas devem deixar suas casas para celebrar a chegada do novo ano em outras localidades.


Cidades turísticas mineiras já registram movimento. Ontem, a reportagem do Hoje em Dia entrou em contato com hotéis e pousadas na Serra do Cipó, na região Central, e Capitólio, no Sul, e restavam poucas acomodações para entrada em 31 de dezembro. O site Airbnb também já registrava aluguel de cerca de 30% das hospedagens nesses municípios para essa data.


Alguns locais, inclusive, estão oferecendo como chamariz festas com música ao vivo e show de fogos. “Isso é uma sentença de morte, um risco altíssimo para a infecção. A fala transmite quantidade pequena de vírus. O grito, uma quantidade maior. Se a pessoa cantar, essa quantidade é ainda significativa. Quanto mais intensa a força da fala, maior a quantidade de partículas virais que caem no ambiente e, consequentemente, maior o número de contaminados”, alerta o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano. 

O médico do Hospital Madre Teresa afirma que a atual taxa de isolamento em Minas é considerada ruim. “Para começar a ter impacto na transmissão tem que ser de pelo menos 50%”, destaca.

Secretária de Saúde de Capitólio, Andréa Freire afirma que o movimento na cidade já é intenso, mas um trabalho de conscientização para conter o avanço da pandemia teria sido feito com proprietários dos estabelecimentos da cidade e até mesmo com turistas. Segundo ela, a prefeitura não fará eventos na virada do ano e festas particulares estão proibidas.


Acionada por telefone e pelo WhatsApp, a Secretaria de Saúde de Santana do Riacho, do qual a Serra do Cipó faz parte, não se manifestou até o fechamento desta edição.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) reforçou que, desde o início da pandemia, orienta a todos os cidadãos que mantenham o distanciamento social como parte importante dos protocolos de segurança para evitar a contaminação pela Covid-19. 

“As festas de fim de ano demandam cuidados redobrados e a recomendação é a manutenção do distanciamento social. No caso da realização de alguma comemoração, o ideal é que ocorra em pequenos grupos, de preferência entre pessoas que já convivem diariamente e/ou sejam do mesmo núcleo familiar. No caso de haver outros integrantes, este deve ser o número mais restrito possível”, frisou o texto da pasta.