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Com os termômetros despencando, resta a moradores de rua contar com a solidariedade para tentar se agasalhar. Mesmo porque a resistência a recorrer a abrigos da capital ainda é grande. Prova disso é que, no último fim de semana, a ocupação nas unidades que oferecem pernoite em BH – Albergue Tia Branca e Abrigo São Paulo – não atingiu a capacidade máxima, que é de 600 vagas. A procura foi considerada baixa, chegando a 75%, segundo a Prefeitura de BH. Para a administração municipal, a ociosidade de 25% “pode estar ligada aos eventos ocorridos na cidade, uma vez que muitas pessoas em situação de rua estavam trabalhando.” A repulsa em relação aos abrigos não é novidade, sob a justificativa de problemas relacionados à limpeza e até denúncias de violência e roubo – embora pese também a resistência a regras e horários impostos nessas unidades. Mesmo diante dessa situação, no abrigo São Paulo, por exemplo, foi acionado um Plano de Contingenciamento, com a ampliação de mais 20 vagas emergenciais neste período. Continua depois da publicidade
Dados do Ministério da Cidadania referentes ao mês de junho mostram que o desafio das pessoas que vivem ao relento em Belo Horizonte só cresce: há 8.381 inscritos no Cadastro Único de programas sociais do governo federal como pessoas vivendo nas ruas da capital. O número corresponde a mais de 55% do total de famílias sem-teto que vivem em Minas Gerais, que é 15.193, segundo o mesmo indicador. O que chama a atenção é que o último dado disponível da Prefeitura de Belo Horizonte indica 4,5 mil pessoas, diferença que o município atribui possivelmente à atualização da lista, com a retirada de cidadãos que deixaram as ruas, saíram da cidade ou morreram.
Pesquisa da Prefeitura de BH mostra que o maior motivo para pessoas passarem a viver nas ruas são problemas com familiares (56%), passando pelo desemprego (38%), perda de moradia (22%) e alcoolismo (19%). Segundo os últimos dados disponíveis, 82% dessa população vulnerável estava desempregada e apenas 18% tinha ocupação formal ou informal.
SOLIDARIEDADE Vivendo sem abrigo, muitas dessas pessoas dependem de agasalhos e cobertores doados para se proteger nessa época do ano, quando muitos grupos se mobilizaram para ajudá-los. Kênia Avany da Silva, de 49 anos, é uma das idealizadoras do projeto Iluminata, que tem o intuito de ajudar moradores em situação de rua e começou em 1999, com ações natalinas. Porém, Kênia percebeu que o auxilio deveria se estender para o ano todo. “Entendi que precisávamos apaziguar o sofrimento dessas pessoas”, contou.
A partir dessa constatação, ela e mais 14 pessoas passaram a sair em noites de inverno para presentar pessoas necessitadas com roupas e cobertores. “Este ano vamos conseguir atender de 80 a 100 pessoas. No ano passado foram 250 cobertas distribuídas. Mas, tenho percebido que mais gente tem entrado nesse tipo de campanha”, contou Kênia. Porém, ela chama a atenção para a grande quantidade de doações que mais parecem descarte, constituídas por peças que são impossíveis de ser reutilizadas. “Chegam roupas que não estão mais em estado de uso. Estão completamente rasgadas, puídas, sem a mínima condição”, conta ela, que contabiliza em cerca de 25% o total de doações descartadas por essa razão.
Em uma das maiores inciativas de arrecadação de agasalhos do estado, feita pelo Serviço Social Autônomo Servas, o descarte de doações gira em torno de 30%, por falta de condições de uso. A campanha #CalorHumano está em sua quinta edição, com a meta de recolher roupas, cobertores e acessórios de inverno, em bom estado, para agasalhar pessoas em situação de vulnerabilidade social e que têm menos condições de se aquecer no frio. Com o total de 29 pontos de coleta espalhados por Belo Horizonte, o material recolhido passa por uma triagem, que organiza a quantidade e tipos de peças, que serão distribuídas posteriormente. Após 39 dias de campanha, já foram triadas cerca de 4,5 mil peças em bom estado
Frio persiste pelo menos até amanhã
Ontem, o segundo dia de frio intenso em Minas Gerais trouxe um novo recorde para o estado. Depois de registrar -2,1°C na madrugada de domingo, Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul de Minas, voltou a ter madrugada gelada ontem, com -2,8°C. Foi a temperatura mais baixa registrada no estado este ano de 2019, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). E a previsão é de que a friagem se mantenha pelo menos até amanha, quando os termômetros tendem a começar a subir. De acordo com o Inmet, a previsão é de que gradualmente as marcas dos termômetros subam no estado, com a tendência de a massa de ar polar se deslocar em direção ao oceano nos próximos dias.
Pelo menos até a quarta-feira está mantida a previsão de geada no Sul de Minas. Na capital, as temperaturas continuam baixas no mesmo período, mas sem previsão de cair abaixo do recorde dos últimos 40 anos, de 5,7°C registrados na madrugada de domingo. Em Belo Horizonte considerando apenas os meses de julho, não fazia tanto frio desde 1975, quando os termômetros marcaram mínima de 5,4°C na cidade, de acordo com o Inmet.
Recolhe agasalhos, cobertores e meias para distribuir nas noites de frio na capital mineira. O projeto surgiu em 1999 e ajudou no ano passado pelo menos 250 pessoas em situação de rua. O trabalho voluntário conta com a ajuda de 15 pessoas. Interessados em doar devem entrar em contato pelo instagram (@grupoiluminata) ou pelo telefone (31) 99135-9544
Acolhida Solidária Dom Luciano Mendes de Almeida
A iniciativa integra o Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte e promove campanha de arrecadação de roupas, agasalhos e cobertores. Ampara dependentes químicos, pessoas que vivem nas ruas, vítimas de violência doméstica, crianças e idosos em vulnerabilidade social. Doações podem ser entregues na Mitra Arquidiocesana, na Avenida Brasil, 2.079, Savassi, Centro-Sul de BH, ou na sede do vicariato, na Rua Além Paraíba, 208, Bairro Lagoinha, Noroeste da capital. Informações: (31) 3422-7141.
#CalorHumano
Uma das maiores campanhas de doação de agasalhos de BH chega à quinta edição contando com quase 30 postos de coletas espalhados em diversos pontos da capital. Doações podem ser feitas até o fim de julho, em pontos como a sede do Servas (Avenida Cristóvão Colombo 683 – Funcionários), unidades do Supermercado Verdemar, unidades do Tribunal de Justiça e do Ministério Público. A lista completa está no site www.servas.org.br.
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Dados do Ministério da Cidadania referentes ao mês de junho mostram que o desafio das pessoas que vivem ao relento em Belo Horizonte só cresce: há 8.381 inscritos no Cadastro Único de programas sociais do governo federal como pessoas vivendo nas ruas da capital. O número corresponde a mais de 55% do total de famílias sem-teto que vivem em Minas Gerais, que é 15.193, segundo o mesmo indicador. O que chama a atenção é que o último dado disponível da Prefeitura de Belo Horizonte indica 4,5 mil pessoas, diferença que o município atribui possivelmente à atualização da lista, com a retirada de cidadãos que deixaram as ruas, saíram da cidade ou morreram.
Pesquisa da Prefeitura de BH mostra que o maior motivo para pessoas passarem a viver nas ruas são problemas com familiares (56%), passando pelo desemprego (38%), perda de moradia (22%) e alcoolismo (19%). Segundo os últimos dados disponíveis, 82% dessa população vulnerável estava desempregada e apenas 18% tinha ocupação formal ou informal.
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Ontem, o segundo dia de frio intenso em Minas Gerais trouxe um novo recorde para o estado. Depois de registrar -2,1°C na madrugada de domingo, Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul de Minas, voltou a ter madrugada gelada ontem, com -2,8°C. Foi a temperatura mais baixa registrada no estado este ano de 2019, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). E a previsão é de que a friagem se mantenha pelo menos até amanha, quando os termômetros tendem a começar a subir. De acordo com o Inmet, a previsão é de que gradualmente as marcas dos termômetros subam no estado, com a tendência de a massa de ar polar se deslocar em direção ao oceano nos próximos dias.
Pelo menos até a quarta-feira está mantida a previsão de geada no Sul de Minas. Na capital, as temperaturas continuam baixas no mesmo período, mas sem previsão de cair abaixo do recorde dos últimos 40 anos, de 5,7°C registrados na madrugada de domingo. Em Belo Horizonte considerando apenas os meses de julho, não fazia tanto frio desde 1975, quando os termômetros marcaram mínima de 5,4°C na cidade, de acordo com o Inmet.
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