A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, na tarde de segunda-feira (22/05), uma operação de busca e apreensão contra servidores públicos suspeitos de terem participado do vazamento do laudo da autópsia do IML (Instituto Médico Legal) da cantora e compositora Marília Mendonça (1995-2021).

De acordo com as informações do colunista Leo Dias, do portal Metrópoles, na ação policial, um inspetor, de 48 anos de idade, da Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher, na região metropolitana de Belo Horizonte, e uma funcionária do setor de toxicologia do IML teriam colaborado com a divulgação das imagens do corpo da sertaneja.

O inspetor, inclusive, é suspeito de ter vazado o resultado do exame de necropsia sem qualquer tipo de autorização da família. Ele também possui antecedentes criminais, sendo investigado por envolvimento com tráfico de drogas e pela prática de crime de receptação. 

A operação cumpriu pelo menos dois mandados de busca e apreensão determinados pela juíza de direito da vara de inquéritos da comarca de Belo Horizonte. Os agentes localizaram drogas no carro do inspetor. Ele foi preso e encaminhado para a delegacia.

Em nota oficial, a Polícia Civil informou que a investigação segue em andamento. A apuração é feita pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). "A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que o procedimento investigativo segue em tramitação a cargo da Corregedoria-Geral de Polícia Civil, que vem realizando todas as diligências cabíveis para identificar o usuário que deu causa ao vazamento do laudo pericial", diz o comunicado.

Vale destacar, que no Brasil, a pena para quem pratica o crime de vilipêndio de cadáver pode ser de detenção de 1 a 3 anos e pagamento de multa, e está prevista no art. 212 do Código Penal. Vale destacar ainda que, além dos responsáveis por vazar as imagens, quem compartilha no WhatsApp ou em outras redes pode responder pela infração.

Na época, a família da Rainha da Sofrência criou até um e-mail (familiammparasempre9@gmail.com) para denúncia de quem estiver divulgando as fotos da artista morta. Com a violação à memória da imagem de Marília Mendonça, o advogado da família, Robson Cunha, culpou o Estado pela divulgação das imagens. Ele informou que, desde a morte da estrela, na queda do avião que levava a goiana a Piedade de Caratinga, interior de Minas Gerais, a equipe trabalhou para evitar essa situação.

"É inconcebível que documentos exclusivos de um inquérito policial que corre em sigilo e com restrições de acessos tenham sido divulgados de forma irresponsável, desumana e criminosa. Durante todo o tempo, desde o acidente até a liberação dos corpos, trabalhamos incansavelmente para que uma situação grave como essa não ocorresse. O Estado é o responsável pela guarda e proteção das informações e documentos que estão sob a sua tutela. Isso é um fato gravíssimo e tanto o Estado quanto os agentes que divulgaram a imagem devem ser responsabilizados", destacou.