Mesmo sem uma data para a volta às aulas presenciais em Belo Horizonte, o protocolo com as regras de segurança para alunos e professores já foi definido pela prefeitura. Para evitar aglomeração e risco de contágio da Covid-19, os estudantes irão às escolas em dias alternados, com aulas presenciais e a distância.

A conclusão do protocolo que prevê o chamado ensino híbrido foi confirmada ao Hoje em Dia pela Secretaria Municipal de Educação (Smed). O documento, no entanto, aguarda aval do Comitê de Combate à Covid-19. Médicos que integram o grupo vão definir o momento ideal para o retorno, levando em conta os índices de transmissão da doença na cidade.

O novo normal deverá valer para todas as 323 instituições de educação da rede pública municipal, que conta com 221 mil alunos nos ensinos infantil e fundamental. "Não tem jeito de ser normal mais. Vai ser uma realidade nova para todas as redes de ensino. Parte dos alunos vai ficar em casa e outra na escola. Eles vão se revezar", explicou a subsecretária de Educação, Natália Araújo.

Atualmente, BH tem 40 mil casos 1,2 mil mortes em decorrência do novo coronavírus.
Conforme a servidora, o ensino com dias alternados será adotado para respeitar o distanciamento de dois metros dentro das salas. Em casa, crianças e adolescentes terão o aprendizado remoto, com conteúdos enviados pelo WhatsApp e plataformas digitais. Quem não tiver acesso à internet, vai receber material impresso.

Outras regras de segurança também vão fazer parte do "novo normal" das crianças e adolescentes. Os alunos não contarão com o tradicional recreio com a presença de todas as turmas. Mas isso não significa que as aulas serão ininterruptas.

A cada 45 minutos dentro das salas, eles terão 15 minutos para ir ao banheiro e tomar água. O horário do lanche será alternado para cada sala. Haverá, também, momentos específicos para atividades ao ar livre. Estudantes de turmas diferentes não irão se encontrar.

A prefeitura definiu que professores, funcionários e alunos receberão quatro máscaras de proteção, cada. Além disso, álcool em gel será disponibilizado em vários locais das escolas.

Mas o protocolo ainda prevê mais regras. Logo na portaria, os estudantes terão que passar por tapetes sanitizantes Em seguida, terão a temperatura verificada e, quem não apresentar febre, poderá entrar. Dentro da instituição, a primeira ação do aluno será lavar as mãos em pias que já começaram a ser instaladas.

Nas salas, fitas adesivas colocadas no chão vão delimitar o distanciamento entre as carteiras – até mesmo o caminho a ser percorrido pelo estudante até o mobiliário será marcado.
Nos refeitórios dos colégios maiores, o distanciamento também será demarcado. Já nas instituições com espaços insuficientes para garantir o isolamento, os lanches serão servidos dentro da sala de aula. Outros detalhes do protocolo, como o funcionamento de bibliotecas e se a presença será obrigatória, não foram antecipados.

Na semana passada, o prefeito Alexandre Kalil informou que nas unidades que atendem crianças, a indicação de retorno das aulas presenciais será quando a metrópole apresentar cinco casos ou menos a cada 100 mil habitantes. Já para o ensino médio e universidades, o índice previsto será de 50 para cada grupo de 100 mil.