Representante da Gasmig também falou dos planos da empresa de fazer um gasoduto entre Ribeirão Preto e Uberaba - Foto: Guilherme Dardanhan
A Gasmig quer que o preço do gás natural que chega para seus clientes tenha uma redução de pelo menos 50%. Foi o que declarou o diretor-presidente da empresa, Pedro Magalhães Bifano, durante audiência pública da Comissão Extraordinária das Energias Renováveis e dos Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (4/9/19).

Responsável pela exploração e distribuição desse insumo no Estado, a Gasmig é uma sociedade anônima (SA) sob o controle indireto do Estado de Minas Gerais, sendo seus acionistas a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), que detém 99,6% das ações, e o município de Belo Horizonte, com 0,4%.

O administrador da empresa disse que existe margem para que essa redução de valor aconteça. Em Minas, o governador planejaria conceder isenção de IPVA para carros no primeiro ano em que eles se converterem a Gás Natural Veicular. “Mas isso apenas para carros fabricados e emplacados aqui, vale frisar”, explicou.


Presidente da Gasmig defende capital privado


Pedro Bifano também apresentou alguns planos da Gasmig para o Estado, dentre eles um gasoduto partindo de Ribeirão Preto, em São Paulo, até Uberaba (Triângulo). “Infelizmente nosso gás hoje é o mais caro do País. São Paulo foi favorecida indevidamente no contrato. Para sermos competitivos precisamos diminuir essa taxa”, defendeu.

Também declarou que o atendimento via Gás Natural Liquefeito (GNL) tem potencial de se expandir para o Estado todo e que poderia ser transportado por caminhões-tanque e, principalmente, trens, já que Minas Gerais tem um grande número de ferrovias.

"Vislumbramos as possibilidades de ter caminhões de lixo, ônibus e diversos tipos de transportes públicos a gás. Atualmente trabalhamos para expandir a rede de fornecimento de gás em BH inteira, com foco no centro da cidade”, ressaltou.

Preço do gás traz reflexos para investimentos

O superintendente da Vallourec, Hildeu Dellaretti Júnior, reforçou que a culpa da tarifa ser cara não é da Gasmig, mas que os impostos e uma série de mecanismos acabam mantendo o preço alto. Isso é um problema para as grandes empresas que são clientes, especialmente as siderúrgicas, que acabam ficando menos competitivas por consequência.

“Precisamos pensar numa mudança estadual em conjunto com a federal para não perdermos a oportunidade de nos tornarmos mais competitivos, inclusive mundialmente”. O especialista em Gases da ArcelorMittal Brasil, Robson Martins, endossou a fala dos demais. “Não dá pra definir novos investimentos e crescer com o atual preço do gás”, reforçou.

Os deputados Gil Pereira (PP), Delegado Heli Grilo (PSL) e Betinho Pinto Coelho (Solidariedade) manifestaram apoio à ideia de queda do preço do gás e se mostraram otimistas quanto aos efeitos disso na competitividade internacional e geração de empregos para o Estado.

“O gás está parado em São Carlos e esperamos por ele há muito tempo, o Triângulo espera há mais de 30 anos. Esse investimento seria muito importante para o Estado”, disse Delegado Heli Grilo a respeito do gasoduto.

Fonte:almg.gov.br