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O dado que escancara o problema social é da ONG Childhood Brasil, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O último levantamento, de 2017 e 2018, indicava 184 locais nos 9 mil quilômetros de vias nacionais que cruzam o território mineiro.
O crescimento, segundo a PRF, se deve à metodologia da pesquisa. Policiais encontraram evidências em trechos que antes não eram considerados de risco. O órgão afirma que a pandemia não contribuiu para o cenário.
A maioria dos locais mapeados fica em áreas urbanas, próximo a postos de combustíveis. As ocorrências são mais comuns nas BRs 116 (Norte de Minas), 135 (Triângulo) e 040 (saídas para Brasília e Rio de Janeiro). No Brasil, 3,6 mil trechos foram identificados nesse biênio.
O Nordeste lidera números de pontos vulneráveis, com 1.079 trechos; no Sudeste são 710 áreas de vulnerabilidade
O projeto também qualifica o tipo de risco: baixo, médio, alto e crítico. Nesse último caso, além do histórico de prostituição, o trecho é conhecido pelo tráfico de drogas. Em Minas, são 50 áreas nessas condições. Não há comparativo com anos anteriores por estados. Mas, no Brasil, houve queda de 0,4% naqueles considerados críticos.
Para especialistas, enfrentar o problema requer mais empenho dos governos, já que muitas dos jovens sofrem outros abusos em casa, estão expostos ao consumo de drogas e tiveram o direito de frequentar as escolas subtraído.
“As ações preventivas e repressivas não estão funcionando. Não há uma priorização dos governos estaduais e municipais contra esse tipo de crime”, afirma Frederico Marinho, pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da UFMG.
A Childhood Brasil reforça que a situação é delicada. “É um trabalho complexo e necessita uma atuação articulada e intersetorial”, diz Eva Dengler, gerente de Programas e Relações Empresariais da ONG.
A PRF garante que atua com patrulhas pelos pontos críticos e que realiza medidas de prevenção, por meio da conscientização. Em 2019, oito pessoas foram presas em Minas por exploração de menores. Neste ano, 4 suspeitos foram detidos.
Além disso:
O Estado garante atuar com várias ações para combater a exploração sexual infantil, principalmente durante a pandemia. Campanhas virtuais, seminários on-line, cursos e formações de redes de proteção estão entre as medidas.
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) diz que promove a capacitações para prestar melhor atendimento ao público infantojuvenil, identificando os locais de maior vulnerabilidade para o enfrentamento aos crimes.
“A Sedese, por meio da Coordenadoria da Criança e do Adolescente, também presta apoio técnico diretamente aos municípios, para o fortalecimento da rede de proteção e acompanhamento dos casos. O trabalho está sendo mantido durante o período de pandemia da Covid-19”, disse, em nota.
A PRF atua com abordagens preventivas nas estradas, principalmente em maio, quando acontece, no dia 18, a ação Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Neste ano, em todo o país, foram 17 mil abordagens.
A população pode ajudar com denúncias por meio do 191 ou do Disque 100.
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A PRF garante que atua com patrulhas pelos pontos críticos e que realiza medidas de prevenção, por meio da conscientização. Em 2019, oito pessoas foram presas em Minas por exploração de menores. Neste ano, 4 suspeitos foram detidos.
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